Após sofrer infarto, Boni coloca stent; entenda a opção de tratamento
O ex-vice-presidente da TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, 86, passou pelo implante de um stent em uma das artérias do coração após sofrer um infarto durante um voo de Miami, nos Estados Unidos, para o Rio de Janeiro, na semana passada. Ele foi hospitalizado em Orlando, ainda nos EUA, e passa bem após a cirurgia cardíaca, com previsão de alta para esta terça-feira (11).
O stent é uma espécie de mola metálica que pode ser colocada dentro das artérias do coração para "alargar" suas paredes e evitar o bloqueio dos vasos sanguíneos, com o objetivo de diminuir o risco de um novo infarto. "Coloquei um stent e já serei liberado para ir para casa amanhã, na verdade em hotel, porque estou em Miami, mas precisarei ficar em repouso e observação", disse Boni à revista Veja.
O infarto acontece quando há a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. Além do stent, outros procedimentos também podem ser realizados para restabelecer a passagem de sangue para o órgão, como a cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como "ponte safena".
Entenda o tratamento do infarto
Assim que o diagnóstico é confirmado, o paciente é encaminhado para realizar um cateterismo, exame minimamente invasivo que permite visualizar e acessar os vasos sanguíneos obstruídos, seguido de angioplastia —procedimento que realiza a desobstrução mecânica da artéria.
Em hospitais pouco equipados, pode-se administrar medicamentos que ajudam a dissolver o coágulo até que o paciente seja transferido para um centro médico maior. Mas as taxas de sucesso são mais altas para quem é submetido à angioplastia.
Dependendo do número e localização das obstruções, bem como o estado geral do paciente, o tratamento pode ser completado com a angioplastia, com implante de um stent (mola metálica), ou a pessoa é encaminhada para a cirurgia de revascularização.
A escolha pela forma de tratamento ideal varia conforme o tipo de paciente e o estado de obstrução das artérias. Em alguns casos, pode até ser feito um procedimento híbrido. Entenda melhor cada uma das opções a seguir.
Angioplastia coronariana
Inserção de um cateter pelo braço ou pela virilha que é guiado até a região do coração, como no exame de cateterismo. Guiado por imagens e com ajuda de uma injeção de um contraste, o médico intervencionista leva um pequeno balão até o local da coronária em que está a obstrução, que, então, é inflado para que a artéria se abra e o sangue volte a passar.
Para evitar que o vaso volte a fechar, é inserido um stent, espécie de mola metálica que mantém as paredes da artéria abertas. Existem dois tipos de stent: o convencional e o farmacológico, que libera medicamentos para evitar uma futura nova obstrução no local (reestenose), risco que é maior com o uso do convencional.
A principal vantagem da angioplastia é ser um exame minimamente invasivo —o paciente fica internado por um ou dois dias e pode voltar às suas atividades após algumas semanas. Complicações e mortes associadas ao procedimento são incomuns.
Cirurgia de revascularização do miocárdio
Conhecida popularmente como cirurgia de "ponte safena", consiste no uso de um enxerto retirado de uma veia (como a safena) ou artéria (como a mamária ou a radial) para fazer uma ponte que liga a parte saudável da artéria obstruída à aorta, permitindo que o coração volte a ser revascularizado.
Requer uma incisão no meio do peito, além de uma pequena incisão para retirada do enxerto. Na maioria das vezes é realizada com ajuda de um equipamento de circulação extracorpórea (máquina coração-pulmão), mas há casos em que é possível dispensá-lo. Requer cerca de cinco dias de hospitalização e pelo menos dois meses de recuperação.
Dentre as complicações possíveis estão o risco de trombose, infecções e arritmia, mas os índices de mortalidade são baixos quando a cirurgia é bem indicada e realizada por equipe experiente.
Vida após o infarto
O processo de recuperação depende muito do tipo de procedimento realizado e da extensão do infarto. De um modo geral, se o atendimento foi feito a tempo e a lesão foi limitada, o paciente vai voltar a ter uma vida absolutamente normal, desde que mantenha hábitos saudáveis a partir de então.
Durante a recuperação, que é mais longa e complexa para quem passou por cirurgia, é necessário cumprir o período de repouso e todas as recomendações médicas.
Como a doença arterial coronariana é crônica, é preciso fazer modificações no estilo de vida para evitar um novo infarto, como seguir uma dieta saudável, fazer atividade física regularmente, parar de fumar e realizar exames periódicos.
Alguns medicamentos administrados após o infarto deverão ser tomados para o resto da vida, como um agente antiplaquetário (como a aspirina), remédios para baixar o colesterol (estatina), para hipertensão, diabetes e, em alguns casos, para arritmia.
Como se prevenir de um infarto
O controle da pressão arterial, do nível de colesterol e açúcar no sangue, o combate ao tabagismo e ao sedentarismo são os pilares da prevenção da doença coronária e, consequentemente, do infarto do miocárdio. Aprender a gerenciar o estresse, dormir bem e cultivar o lazer também são medidas importantes.
*Com informações de reportagem publicada em 23/10/2018.
Instale o app de VivaBem em seu celular
Com o nosso aplicativo, você recebe notificações das principais reportagens publicadas em VivaBem e acessa dicas de alimentação, saúde e bem-estar. O app está disponível para Android e iOS. Instale-o agora em seu celular e tenha na palma da mão muitas informações para viver mais e melhor!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.