Para virar 'garra', Diabão une dedo indicador ao médio; ele terá prejuízo?
Toda vez que o tatuador Michel Faro Praddo, conhecido como Diabão, compartilha nas redes sociais uma de suas modificações corporais extremas —ele tem mais de 60—, dúvidas sobre os riscos que as mudanças podem trazer à saúde ou qualidade de vida surgem nos comentários das postagens. Em abril, por exemplo, quando ele retirou as orelhas, muita gente se questionava se ainda era possível ouvir ou se faz mal viver sem o órgão auditivo.
Agora, com o objetivo de deixar a mão esquerda mais parecida com uma garra, Diabão decidiu unir o dedo indicador e o médio. "Isso não irá limitar seus movimentos?", questionaram alguns seguidores na publicação em que ele compartilhou o resultado do procedimento, no último domingo (9/10). "Vamos ver", respondeu o tatuador.
Na imagem publicada em seu perfil no Instagram, é possível ver o dedo indicador e o médio costurados com fios de sutura (atenção: o teor da imagem é sensível). O tatuador explica na legenda que optou por unir os dois dedos ao invés de "bifurcar a mão" e afirma estar satisfeito com o procedimento, que foi feito pela própria esposa, a modificadora corporal Carol Praddo, também conhecida como 'Mulher Demônia'.
Embora cada pessoa tenha o seu próprio conceito de estética, o médico Antônio Carlos da Costa, segundo vice-presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão), ressalta que qualquer modificação feita nas mãos pode causar prejuízos funcionais ao indivíduo.
O especialista explica que os cinco dedos presentes e independentes garantem a harmonia do movimento e da estética da mão. "Quando a pessoa nasce com a deficiência, há um processo de adaptação e a percepção do déficit é muito menor", afirma Costa, que também é chefe do grupo de cirurgia da mão e microcirurgia da Santa Casa de São Paulo.
"Já no caso do tatuador Diabão, a amputação do dedo anelar e a junção dos dedos indicador e médio podem causar déficit funcional, dependendo da função exercida por ele", diz.
Modificação não é indicada
Outro risco associado à modificação corporal mais recente de Diabão é o surgimento de infecções, além da formação de queloide —"calombo" que surge devido ao excesso de colágeno resultante do processo de cicatrização exacerbada em uma ferida.
Também existe a possibilidade de formação de cicatrizes retráteis que, segundo o médico, atrapalhariam ainda mais a função exercida pela mão. Por todas essas razões, diz o especialista, a modificação não é indicada.
Quanto ao procedimento em si, Costa explica que não essa não seria uma tarefa difícil para nenhum médico especialista em cirurgia da mão, mas que dificilmente algum profissional aceitaria realizar a alteração. "Estamos acostumados a restaurar a anatomia normal, separando dedos que nasceram unidos, que é muito mais complexo, e não o contrário", observa.
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