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Tom Brady evitava sexo com Gisele antes de jogos: ato prejudica desempenho?

Clima entre Gisele e Brady não esquentava antes de jogos - Reprodução/TMZ
Clima entre Gisele e Brady não esquentava antes de jogos Imagem: Reprodução/TMZ

De VivaBem

11/10/2022 11h15

Tom Brady evita fazer sexo nas 24 horas que antecedem uma partida de futebol americano. Esse, segundo o jornal Marca, seria um dos motivos que fez com que Gisele Bündchen terminasse com o atleta.

Embora Brady não tivesse com a temporada em andamento quando os rumores de separação começaram, no passado, o quarterback do Tampa Bay Buccaneers já havia admitido que não gostava de fazer sexo antes das partidas.

"Eu não posso falar que nunca aconteceu, mas eu não acho que seja o momento. Esse não seria meu melhor aquecimento para o jogo", falou Brady para o podcast "Armchair Expert".

Afinal, fazer sexo antes de atividade física prejudica o desempenho de atletas?

Não é bem assim. O sexo, na verdade, é considerado um exercício leve, que não desgasta fisicamente e tem gasto energético baixo.

Todo exercício pode ser classificado em três níveis: leve, como uma caminhada ou movimento rápido; moderado, como correr e ficar ofegante por mais de 15 minutos; ou forte, que exigem mais energia e resistência, variando de tiros a maratonas. No geral, a duração do sexo é curta e a frequência não é tão intensa, por isso, transar ficaria na primeira categoria e, portanto, influencia pouquíssimo no corpo, pensando em resposta muscular ou performance em outras atividades.

Para ter uma ideia, um estudo feito na Universidade de Utrecht, na Holanda, mostrou que uma relação sexual dura apenas 5,4 minutos, em média. Assim, fica confirmado que quem acabou transar não pode dizer "tá pago".

"Existem dados que mostram que se você usar 80% da sua capacidade em um treino ultraintenso, em cinco minutos você consegue uma reposição total de glicogênio muscular. Então, não vai ser o sexo antes da academia que vai afetar seu potencial", afirma Bianca Vilela*, fisiologista do exercício.

Em uma revisão de estudos sobre o tema, cientistas concluíram que não há evidências científicas robustas indicando que a atividade sexual tem um efeito negativo sobre os resultados atléticos. A análise, publicada no periódico científico Frontiers in Physiology, mostrou que a força de ex-atletas não mudou quando fizeram sexo na noite anterior ao treino, e que maratonistas tiveram efeitos benéficos ao correr depois de transar.

Outra pesquisa, divulgada no The Journal of Sexual Medicine, demonstrou que a relação sexual não afeta significativamente a força dos músculos das pernas, e restringir o ato antes de um treino ou competição não é necessário.

E a cabeça, como fica?

Pensando na fisiologia, transar não induz piora em atividade alguma, mas existem reações do organismo muito particulares. Alguns indivíduos, por exemplo, respondem com sono e preguiça após o sexo, pela queda hormonal gerada após o orgasmo. Nestes casos, transar antes do treino pode, sim, ser um problema.

Por outro lado, há quem fique felizão depois de transar, devido aos níveis de hormônios relacionados ao prazer, como endorfina. Essa pessoa vai treinar com mais gás, menos ansiedade e menos distrações, o que pode deixar o exercício ainda mais produtivo.

Também existe um condicionamento do sistema de recompensa. Quando transamos, liberamos 'hormônios do prazer', nosso corpo gosta da sensação que eles trazem e quer tê-la de novo. Sabe onde ele consegue isso além do sexo? No treino. Neste caso, o sexo como pré-treino seria uma ótima ideia e iria impulsionar a vontade de se exercitar.

A maior "vilã" nesse debate é a cabeça. Se o atleta acredita que não pode transar antes de um jogo, que isso o enfraquece de alguma forma, ele pode ficar com essa pulga atrás da orelha caso transe, achando que aquilo vai desestabilizá-lo e fica nervoso, desconcentrado. É preciso se conhecer para saber como você lida com a questão.

*Entrevista concedida para matéria publicada no dia 21/12/18