Com vergonha, jovem segura pum na frente do namorado por dias; faz mal?
No começo de qualquer namoro, é normal ter vergonha de algumas coisas, como soltar um pum na frente da pessoa amada. Mas foi exatamente o que aconteceu com uma usuária do Twitter.
"Eu morro de vergonha de peidar na frente do meu namorado. Passei a viagem inteira segurando peido para, no último dia, ter uma crise horrível de gases e passar pela humilhação de chorar de dor enquanto peido na frente dele", escreveu na rede social.
O post, feito nesta terça-feira (25), já teve quase 40 mil curtidas e diversos comentários. "Entenda.. peidar na frente do parceiro é o ápice da intimidade... Se peidou na frente, [você] consegue fazer tudo kkkkkk", falou um dos internautas.
Segurar pum faz mal?
Sim. Apesar de ser algo realmente constrangedor, em alguns casos, é importante não segurar os gases, pois esse acúmulo de pum pode mesmo causar dores, como ocorreu com a jovem do Twitter.
"Quando seguramos voluntariamente, os gases se acumulam no intestino e vão causar distensão abdominal. O corpo vai querer mandar esse gás cada vez mais embora, causando contrações, que dão muita cólica", explica. Continuar segurando é uma "bola de neve", explica a coloproctologista Larissa Berbert, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Cuidados com a alimentação
A alimentação é uma das principais responsáveis pelo excesso de gases, resultados da fermentação na microbiota intestinal (bactérias que habitam o intestino). "Elas vão se alimentar do que comemos. Cada pessoa tem um padrão de microbiota, como se fosse a sua impressão digital. Para conseguirmos absorver os nutrientes, esse processo precisa acontecer, e quando há excesso de gases é sinal de problema", alerta Berbert.
É o caso de intolerância ao glúten ou à lactose, má alimentação no geral e grande consumo de alimentos muito fermentadores, como alguns carboidratos. Isso induz a produção de gases, como metano e hidrogênio, que se acumulam no intestino e trazem a sensação de estufamento.
Por isso, o tratamento normalmente inclui remédios para controlar a dor e aliviar os gases, mas é necessário investigar as causas. É uma forma de rastrear eventuais problemas do organismo e na alimentação, além de evitar que isso volte a acontecer.
Não segure o cocô
Como não temos o controle da vontade de ir ao banheiro, é importante ouvir o intestino quando ele envia um sinal ao cérebro dizendo que é hora de liberar as fezes. Tentar bloquear essa necessidade fisiológica pode piorar ainda mais o desconforto.
Segurar as fezes aumenta a formação de gases, deixa o cocô mais ressecado, provoca alterações de humor e, a longo prazo, pode até causar problemas mais graves, como fissuras anais, hemorroida e sangramento intestinal.
O tratamento pode ser feito de diversas formas. Há quem opte pelo apoio terapêutico, com psicoterapia, ou até psiquiátrico, com o uso de ansiolíticos. Medicamentos que facilitam a evacuação também podem ser prescritos, mas tudo com o aval de um médico especialista. O mais importante é se conscientizar de que é essencial para a saúde obedecer os comandos intestinais, que avisam qual é o momento natural de ir ao banheiro.
* Com informações de reportagens publicadas em 15/03/2022 e 03/07/2022.
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