Autoestima baixa, doença cardíaca: a que riscos estão sujeitos os carecas?
A perda dos cabelos geralmente decorre do processo de envelhecimento e da predisposição hereditária, que atinge tanto homens como mulheres. No entanto, existem muitas outras causas para ela ocorrer e que, às vezes, por falta de informação e de consultas médicas regulares, só acabam identificadas tardiamente, quando a rarefação capilar já se instalou.
Mas não pense que obter um diagnóstico e buscar tratamento para a calvície tem a ver somente com estética. Quando não se dá atenção devida à perda dos cabelos, aumentam-se os riscos à saúde e que podem ser sérios, inclusive relacionados à presença oculta de diversas doenças, e repercutir localmente como no organismo inteiro. A seguir, veja alguns deles:
Queimaduras
Quem já perdeu ou está perdendo os cabelos deve redobrar a atenção com o sol, sobretudo na praia. Sem proteção natural, a cabeça fica mais exposta e elevam-se os riscos de se sofrer insolação e queimaduras, de 1º e 2º graus e cujos sintomas incluem vermelhidão, inchaço, dor e formação de bolhas. Passar protetor solar na careca e usar chapéu são as recomendações.
Câncer de pele
Enquanto os raios solares UVB causam queimaduras, os do tipo UVA estão mais relacionados ao envelhecimento e às lesões que podem virar câncer de pele, outras ameaças a serem consideradas por todos, mas especialmente pelos carecas. Como a exposição da cabeça deles ao sol é mais direta, o fator de proteção solar (FPS) precisa ser maior: 60 nos dias mais quentes.
Descamação
Processo inflamatório do couro cabeludo, a dermatite seborreica pode cursar com coceira, descamação (caspa) e queda de cabelo. Na presença desses sintomas, procure um médico. Já os calvos, como costumam ter um aumento de oleosidade no couro cabeludo, devem evitar filtros solares com óleo, para não agravar o problema, e bonés que abafam.
Traumas
Sem a presença dos cabelos, a cabeça, além de vulnerável à radiação solar, também fica desprotegida contra impactos. Publicado em 2020 na revista científica Integrative Organismal Biology, um estudo a respeito constatou que cabelos e barbas volumosas absorvem energia e amortecem golpes, semelhante à juba do leão que "blinda" sua garganta de ataques letais.
Dor de cabeça
Os calvos também estão mais sujeitos a sentir frio na cabeça e, consequentemente, enfrentar dores nessa região, decorrentes da contração dos vasos sanguíneos da superfície da pele, que se contraem e aumentam a pressão para se adaptar à mudança de temperatura e conter a perda de calor. A dica é se aquecer com gorros em vez de usar analgésicos várias vezes ao dia.
Doenças do coração
Sabe aquela careca redonda, no topo da cabeça? Um estudo de 2013 publicado no British Medical Journal Open diz que ela pode estar associada a 50% de risco de doença cardíaca. Nos jovens carecas é ainda pior, 84%. Para os autores, esse "elo" pode ser explicado por uma alta sensibilidade ao hormônio testosterona, o que leva à atrofia capilar e nos vasos sanguíneos e no coração.
Covid-19 grave
Um gene relacionado à alopecia androgenética (queda de cabelo genética e hereditária) também tem relação com o desenvolvimento de quadros graves de covid-19 em pacientes do gênero masculino, informaram em 2021 cientistas da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia. Portanto, eis mais um bom motivo para se vacinar.
Baixa autoestima
Não são todos, mas há quem, entre homens e mulheres, enfrente problemas emocionais em decorrência de se olhar no espelho e perceber um declínio na cabeleira, o que pode abalar a confiança em si mesmo, ainda mais quando se é jovem. Nesses casos, vale muito consultar um especialista, que pode receitar desde medicamentos, a transplante capilar e até psicoterapia.
Distúrbios hormonais
Problemas com o funcionamento da glândula tireoide (hipertireoidismo e hipotireoidismo), síndrome do ovário policístico, tumores, menopausa, estresse crônico (que eleva o hormônio cortisol), podem desestabilizar os níveis hormonais e causar queda excessiva dos cabelos. Uma avaliação hormonal por exame laboratorial é ideal para o diagnóstico e escolha de tratamento.
Doenças crônicas
Sem nenhuma causa evidente para a perda dos cabelos, sobretudo cutânea, suspeite ainda de doenças autoimunes associadas, entre as quais vitiligo, lúpus, psoríase, além de síndrome metabólica (constituída por diabetes, hipertensão, obesidade e triglicérides altos, que lesionam os vasos que irrigam o couro cabeludo), anemia e doenças inflamatórias intestinais.
Fontes: Anna Cecília Andriolo, dermatologista membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e especialista em doenças dos cabelos e couro cabeludo pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Caio Lamunier, dermatologista do Hospital das Clínicas de São Paulo; e Fabíola Leal, dermatologista do Centro Médico Cárdio Pulmonar, em Salvador (BA).
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