Qual a diferença entre o queijo minas frescal e o minas artesanal?
Você já ouviu alguém chamar o queijo branco, facilmente encontrado no mercado, de queijo minas? Apesar do nome —muitas vezes estampado assim no rótulo—, esse queijo não é, na verdade, o minas artesanal.
O queijo branco é chamado de queijo minas frescal e tem uma tecnologia de fabricação diferente dos queijos artesanais. O frescal é industrial, produzido no Brasil todo, e feito de leite pasteurizado. Ele também não passa por um processo de maturação, tendo uma massa levinha, de sabor suave, e solta um soro ao longo dos dias.
Já o artesanal é feito em pequena escala, típico de Minas Gerais. Ele é feito com o leite cru, que não sofre tratamento térmico, e passa por um processo de maturação, então tem uma casca firme, é amarelado e tem uma massa compacta e macia.
A maturação é um processo no qual o produtor armazena esse queijo em uma área com temperatura e umidade controladas. O alimento fica lá por dias, para que ocorram as modificações físicas, bioquímicas e microbiológicas que irão determinar sua cor, sabor e textura.
O tempo de maturação varia de acordo com a região: em Araxá (MG) são 14 dias, no Serro (MG) são 17 dias e na Serra da Canastra (MG) são 22 dias, por exemplo.
Um é mais saudável do que o outro?
O queijo artesanal é mais calórico (335 calorias por 100 g) do que o frescal (243 calorias por 100 g), mas o que passa pela maturação tem mais cálcio e proteínas, segundo a TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos). Compare a seguir:
Tabela nutricional do queijo minas artesanal (100 g):
- Carboidratos: 2,37 g
- Proteínas: 18,8 g
- Cálcio: 1.020 mg
- Sódio: 1.250 mg
- Gorduras: 27,9 g
- Ferro: 1,09 mg
- Magnésio: 27,3 mg
- Potássio: 120 mg
- Fósforo: 405 mg
Tabela nutricional do queijo minas frescal (100 g):
- Carboidratos: 3,02 g
- Proteínas: 15,9 g
- Cálcio: 611 mg
- Sódio: 31,2 mg
- Gorduras: 20,4 g
- Ferro: 0,93 mg
- Magnésio: 14,8 mg
- Potássio: 104 mg
- Fósforo: 123 mg
Apesar das diferenças nutricionais, ambos são recomendados. "Quanto mais amarelos os queijos, mais gordurosos. Mas outro fator deve ser considerado para o consumo saudável: a quantidade a ser ingerida. Os queijos amarelos normalmente são fracionados e consumidos em fatias bem finas, enquanto o queijo frescal costuma consumido em fatias maiores, com espessura maior do que um dedo", diz Priscila Nunes, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo.
Enquanto o artesanal tem boas quantidades de cálcio, que é essencial para ossos e dentes, e de fósforo, que auxilia na manutenção e fortalecimento da imunidade, o frescal tem menor quantidade de sal e gordura.
Os queijos são classificados como alimentos construtores e fontes de proteínas, podendo ser consumidos puros ou como complemento em refeições, como em saladas, lanches e até mesmo no café da manhã, acompanhado de um pão integral. Mas vale ressaltar que ele precisa estar incluído em uma dieta equilibrada.
"Outras fontes de proteína também devem fazer parte da alimentação. O consumo de queijo não é obrigatório para se ter saúde nem uma alimentação equilibrada. Em caso de intolerâncias, alergias ou até mesmo de vegetarianismo estrito, é possível ajustar a alimentação sem queijos e sem prejuízos à saúde", afirma Mariana de Andrade, professora e nutricionista na Enufba (Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia).
Além disso, também podemos adicionar outros tipos de queijos na alimentação. Os brancos são as melhores opções para uma dieta balanceada e saudável, contanto que também seja de consumo moderado, como a ricota e cottage.
Algumas particularidades podem ser levadas em consideração na hora da escolha, como a intolerância à lactose. Os queijos mais frescos tendem a ter um teor de lactose maior do que os queijos maturados, como o queijo minas artesanal ou o parmesão.
Fontes: Débora Molle, nutricionista da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo); Érica de Oliveira , nutricionista esportiva do Centro de Medicina Esportiva do Hospital Nove de Julho, pertencente à rede Dasa; Mariana de Andrade, professora e nutricionista na Enufba (Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia); Ariane Braz, nutricionista do Hospital Edmundo Vasconcelos; Bruna Miller, nutricionista na Unione Fit (consultoria esportiva e personal trainer); Priscila Nunes, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de SP.
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