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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Com câncer na bexiga, Celso Portiolli é internado após Imuno BCG; entenda

O apresentador Celso Portiolli - Reprodução/Instagram
O apresentador Celso Portiolli Imagem: Reprodução/Instagram

De VivaBem*, em São Paulo

05/11/2022 17h44

Celso Portiolli, 55, gravou um vídeo em suas redes sociais na noite de sexta-feira (04/11) para avisar seus seguidores que não conseguirá participar do Teleton, que ocorre neste fim de semana, pois precisou ser internado em um hospital de São Paulo por conta de uma inflamação na bexiga, em meio ao tratamento de um câncer no órgão.

O apresentador do SBT, que foi diagnosticado com a doença no final do ano passado, explicou que faz imunoterapia e que, atualmente, está em uma fase do tratamento na qual ocorre a aplicação da Imuno BCG —uma das principais etapas no rol de terapias deste tipo de tumor. Apesar de ter tido uma boa resposta ao tratamento, ele contou que sua bexiga acabou "inflamando muito", o que levou à necessidade de cuidados médicos.

"Eu estou na terceira fase [da imunoterapia], na terceira semana, em que a BCG é colocada na bexiga para melhorar a imunidade. O papel da BCG é inflamar a bexiga e, nesta última semana, a minha bexiga respondeu até demais ao tratamento. Precisei me internar para cuidar dos efeitos, porque inflamou muito", disse Portiolli.

O apresentador acrescentou que, apesar do susto, fez uma bateria de exames recentemente e o médico concluiu que seu estado de saúde está "excelente".

Inicialmente produzido como uma vacina contra a tuberculose, o BCG (Bacilo Calmette-Guérin) tem sido amplamente utilizado nas últimas décadas como uma opção de terapia adjuvante para o câncer de bexiga.

O medicamento —que contém uma cepa atenuada de Mycobacterium bovis, bacilo utilizado na vacina contra a tuberculose— é aplicado de forma intravesical, isto é, diretamente na bexiga, via sonda.

O método não é indicado para todos os tipos de câncer de bexiga. Ele é utilizado nos casos em que o tumor maligno situa-se superficialmente, nas células que revestem a camada mais interna do órgão —as células cancerígenas nas camadas mais profundas não são alcançadas por esta abordagem.

Seu principal objetivo é criar, com o sistema imunológico, condições para diminuir a progressão e o risco de o tumor voltar (recidiva).

A reação de Celso Portiolli ao tratamento não é considerada frequente. A terapia com BCG é bem tolerada por mais de 95% dos pacientes. Mas, em alguns casos, pode haver efeitos colaterais, como febre e inflamação—a exemplo do que pode ter acontecido com o apresentador. Os efeitos geralmente duram poucos dias. Portiolli disse que irá permanecer nos próximos três dias no hospital para tratar os sintomas.

Como funciona o tratamento com Imuno BCG

A administração do BCG ocorre em ambiente ambulatorial, após anestesia local (xilocaína dentro da uretra), geralmente sem necessidade de internação hospitalar. Uma solução é diluída na bexiga por meio de um cateter e, enquanto a medicação age por cerca de 30 minutos, o paciente permanece em repouso. Em seguida, a pessoa é liberada para urinar toda a solução.

A abordagem é considerada a terapia intravesical mais eficiente para os casos de câncer de bexiga iniciais e superficiais.

O método é contraindicado para pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida ou que estejam em tratamento atual com uso de fármacos imunossupressores, além de quem estiver com infecção no trato urinário, febre inexplicada, tuberculose ou em uso de antibioticoterapia e/ou antissépticos. Grávidas e mulheres que estão amamentando também não devem receber a terapia.

Quais são os outros tipos de tratamento contra o câncer de bexiga

O câncer de bexiga, cujo principal fator de risco é o tabagismo, está em 7º lugar no Brasil dentre os tipos de tumores mais comuns na população.

O tratamento é indicado de acordo com o grau da doença, profundidade da invasão do tumor na parede da bexiga e se houve invasão de outros órgãos.

No caso de tumores iniciais, o tratamento realizado é a ressecção transuretral da bexiga, conhecida como "raspagem da bexiga". Em alguns casos, essa abordagem pode ser associada à aplicação de drogas, como quimioterápicos ou imunoterápicos dentro da bexiga —como a Imuno BCG.

Já em tumores que invadem a musculatura da bexiga, a cistectomia radical (retirada de toda a bexiga) é a forma mais adequada de tratamento, podendo ser precedida pela quimioterapia em algumas situações. Como tratamento alternativo à retirada total da bexiga pode ser utilizado uma combinação de raspagem da bexiga, quimioterapia e radioterapia.

Em geral, esse tratamento alternativo é destinado a pacientes com muitos problemas de saúde e que não têm condições para a total retirada do órgão. No caso de tumores mais avançados, com presença de metástases (invasão de outros órgãos), o tratamento mais adequado é a quimioterapia ou imunoterapia.

Principais sintomas do câncer de bexiga

O principal sinal relacionado aos tumores de bexiga é a presença de sangue visível na urina. Mas existem outros sintomas:

  • Alteração do padrão urinário;
  • Necessidade de urinar com urgência;
  • Dor ou queimação ao urinar;
  • Em casos avançados, o paciente pode apresentar dor nas costas e emagrecimento.

Quais os principais fatores de risco?

  • Tabagismo;
  • Idade (acima de 65 anos);
  • É mais comum em homens;
  • Raça: brancos tem aproximadamente duas vezes mais risco de desenvolverem o problema do que negros;
  • Pessoas que trabalham com compostos químicos (aminas aromáticas), como tintas, corantes, borrachas;
  • Utilizar de algumas medicações, como o quimioterápico chamado ciclofosfamida.

*Com informações de reportagem publicada em 17/07/2022 e do Núcleo de Estudos em Onco-Urologia.