O que é erisipela, condição que Bolsonaro tem suspeita de ter
O presidente Jair Bolsonaro, 67, afirmou a aliados que está com suspeita de erisipela, uma doença infecciosa considerada mais comum em pessoas com problemas de circulação ou diabetes. A infecção se instala na parte mais profunda da pele e é caracterizada por placas vermelhas e doloridas.
Em geral, o quadro se manifesta nas pernas —como parece ser o caso de Bolsonaro. Colaboradores disseram que ele passou a reclamar de dores nas pernas durante as viagens de avião em meio à campanha eleitoral e que há feridas em suas duas pernas. A condição é causada por bactérias comuns, que podem entrar por ferimentos mal higienizados ou mesmo uma frieira entre os dedos dos pés, por exemplo.
Além das placas, a erisipela causa mal-estar, febre, calafrios e outros sintomas, até mesmo antes das manifestações na pele. Se não for tratada, a doença pode evoluir para a formação de coágulos em uma veia associada à inflamação da parede venosa (quadro conhecido como tromboflebite), abscessos (bolsas de pus) ou mesmo gangrena —um tipo de morte dos tecidos causada por falta de irrigação sanguínea.
Segundo aliados, Bolsonaro está sendo tratado com antibióticos pelo menos desde quarta-feira passada. A visitantes, no entanto, o candidato derrotado nas eleições diz que sua doença é de "fundo emocional".
O que causa a erisipela?
A erisipela decorre de uma infecção por bactérias, especialmente um grupo delas denominado Streptococcus.
Em geral, a pele é uma barreira eficaz contra esses microrganismos, mas eles podem se propagar rapidamente quando encontram alguma "porta de entrada", que pode ser uma ferida ou mesmo uma frieira entre os dedos dos pés. No entanto, em algumas situações, ela se manifesta sem causa aparente.
Veja abaixo outros fatores podem facilitar esse processo:
- Ter tido erisipela anteriormente
- Cortes cirúrgicos
- Frieiras e micoses
- Picada de inseto
- Alergias (como o eczema)
- Situações que reduzem a imunidade (diabetes descontrolado, HIV, uso de determinados medicamentos)
- Varizes e outros problemas venosos (insuficiência venosa crônica)
- Edema ou obstrução linfática
- Síndrome nefrótica
- Obesidade
- Abuso de drogas intravenosas
- Doenças do fígado
- Gravidez
É contagiosa?
A erisipela é causada por bactérias e, portanto, é considerada uma doença contagiosa. Apesar disso, em geral, as bactérias associadas a ela não são, sozinhas, capazes de causar a doença.
Na maioria das vezes, para que a erisipela se instale, é preciso que estejam presentes um ou mais fatores predisponentes, como os que foram listados acima.
Como é feito o tratamento?
Como o objetivo do tratamento é combater a infecção, utilizam-se antibióticos por via oral ou venosa (em casos mais graves).
A escolha do fármaco varia e depende de o paciente ter ou não doenças associadas, ou se já tomou antibióticos recentemente.
Em geral, o tratamento dura de 7 a 14 dias e, após 48 horas do seu início, já poderá ser observada a melhora geral do paciente. Nos 10 a 15 dias posteriores, espera-se a recuperação total.
Para aumentar o conforto do paciente, podem ser indicadas a elevação dos pés (se esta for a região afetada) e massagens. Embora essas medidas não bastem para o combate da erisipela, elas aliviam os sintomas.
Saiba reconhecer os sintomas
Em geral, a erisipela se manifesta nas pernas, mas ela também pode aparecer em outras partes do corpo, como a face, os braços ou o tronco. As apresentações típicas da doença são as seguintes:
Sintomas sistêmicos (acometem o corpo geralmente 48 horas antes da manifestação da pele)
- Mal-estar geral
- Febre moderada a alta
- Calafrios
- Aumento dos gânglios linfáticos (ínguas)
Sintomas locais
- Mancha vermelha na pele (começa pequena, é delimitada e unilateral)
- Calor
- Dor
- Inchaço
- Coceira e queimação locais
- Bolhas e vesículas (embora em alguns casos elas não apareçam)
Dá para prevenir?
Sim, e o segredo é ter hábitos de vida saudáveis para controlar os vários fatores de risco (varizes, diabetes, obesidade, etc.) relacionados à erisipela.
Outras providências incluem adoção de boas práticas de higiene como lavar e secar muito bem os pés e a pele, evitar ferimentos ou picadas de inseto, usar sapatos confortáveis e meias que servem de proteção contra lesões.
Caso sofra algum corte na pele, lave-o com água e sabão e cubra o local com um curativo, evitando deixá-lo exposto. Além disso, evite usar sabonetes antibacterianos sem orientação médica.
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