Zeca Pagodinho maneirou na cerveja por diabetes; mas será que precisa?
Zeca Pagodinho foi questionado nesta terça (8) sobre uma das histórias que mais circula em torno dele: a de que o cantor teria parado de beber —alguns falam ainda que ele largou a cerveja.
Conhecido por seus hábitos boêmios, Zeca foi taxativo: é fake news. A verdade, porém, é que o diabetes o forçou a reduzir as doses. Em entrevista ao podcast "Quem Pode, Pod", o cantor contou para Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank que "precisa maneirar" e, por conta disso, às vezes troca a cerveja por vinho.
Ainda assim, ele mantém em sua casa um generoso estoque "baratinho" de 20 caixas de cerveja e diz ter acabado de receber uma entrega com 60 garrafas de vinho.
Quem tem diabetes pode beber?
Essa é a pergunta que fica caso você tenha se preocupado com a saúde do nosso querido Zeca Pagodinho —ou até se você for um diabético que, como ele, gosta de uma cervejinha de vez em quando. A resposta mais simples e rápida é: cuidado!
O cantor fez a escolha certa, segundo boa parte dos especialistas da área: maneirar na dose. "O paciente diabético é alguém que precisa diminuir o consumo calórico para perder peso e controlar a glicemia no sangue. Mas o álcool é um alimento, é uma caloria. Um grama de açúcar tem quatro calorias, um grama de gordura tem nove e um grama de álcool tem sete calorias. Fora as calorias da cevada, do trigo, e das outras bebidas destiladas", explica Ricardo Botticini Peres, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).
Além disso, o álcool ainda abre o apetite, o que favorece escolhas alimentares inadequadas ou o consumo calórico excessivo. Tudo isso contribui para um quadro de hiperglicemia associado às bebidas.
Peres lembra ainda do caso de diabéticos que se esquecem de comer quando estão bebendo. Isso pode levar a um quadro de hipoglicemia (que é quando a glicose no sangue está abaixo de 70 mg/dl), que pode provocar mal-estar, perda de consciência e até consequências mais graves.
Aumento de toxinas no sangue
A questão da glicose é a mais lembrada quando falamos em diabetes, mas também é preciso estar atento à toxicidade do álcool, que afeta órgãos importantes e provoca danos celulares a longo prazo. Isso vale para qualquer pessoa, não apenas para os diabéticos.
"Em qualquer pessoa, a partir do consumo de cerca de 60 gramas por dia de álcool [150 ml de vodca ou de uísque, por exemplo], poderá ocorrer uma aceleração da morte de células. O álcool mata células do fígado, do coração e do cérebro", ressalta Peres.
No caso dos diabéticos, o risco de morte celular é maior por conta da menor irrigação desses órgãos-chave que acontece quando os níveis de glicemia e colesterol estão elevados. O álcool tem um impacto forte sobretudo para o fígado, que é essencial para a filtragem das toxinas presentes no sangue.
Por outro lado, proibir que um diabético consuma bebidas alcoólicas não parece eficaz. Por isso, a maioria dos especialistas recomenda limitar o consumo e, quando o fizer, reduzir as doses ingeridas.
*Com informações de reportagens publicadas em 13/04/2022 e 10/07/2021.
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