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Filho de Marília Mendonça tem diabetes tipo 1; qual diferença para tipo 2?

Murilo Huff, Ruth Moreira, mãe da cantora Marília, e Leo - Danilo Marques Contijo
Murilo Huff, Ruth Moreira, mãe da cantora Marília, e Leo Imagem: Danilo Marques Contijo

De VivaBem*, em São Paulo

10/11/2022 13h17

Após a morte da filha Marília Mendonça, Dona Ruth começou um canal no YouTube em que conversa com nomes do sertanejo e compartilha receitas. Ela comenta que a cantora sempre a incentivou a colocar o plano em prática.

"Quando tudo passou, quis seguir com os planos do canal. Faço tudo com muito amor, carinho e alegria, do jeitinho que sei que ela gostaria que fosse", disse, em entrevista ao "É de Casa", com Maria Beltrão, no início deste mês.

Recentemente, dona Ruth precisou aprender novas receitas, inclusive diets, já que o neto Leo, de 2 anos, foi diagnosticado com diabetes tipo 1. Em entrevista à Quem, ela contou que a glicose dele é controlada com ajuda da endocrinologista, além de pediatra e nutricionista.

"As coisas dele eu faço tudo com farinha de amêndoas. Esse bolinho aqui, eu faço de vários sabores. É tudo low carb. Faço biscoitos também, cookies, salgados, quiches, tudo do jeito que ele pode comer. Tive que aprender a fazer um cardápio variado diet para ele, porque criança não consegue comer sempre a mesma coisa. Mas, até 2 aninhos, que foi quando a gente descobriu que ele tinha diabetes, ele nunca tinha comido nenhum doce", disse.

Qual a diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2?

O diabetes mellitus é uma doença do metabolismo que tem como principal característica o excesso de glicose no sangue. A glicose é um tipo de açúcar, produzido a partir dos alimentos que a gente ingere, e nossa principal fonte de energia.

O diabetes pode ter duas causas diferentes: nos pacientes com diabetes tipo 1, o organismo deixa de produzir insulina, o hormônio que leva a glicose para dentro das células, para que o açúcar seja usado como combustível.

Já em pacientes com diabetes tipo 2, o organismo não produz quantidade suficiente de insulina ou não consegue empregar o hormônio produzida de forma adequada. Entenda melhor os tipos da doença abaixo:

Diabetes tipo 1: Representa cerca de 10% dos casos, é provocado por um processo autoimune —o organismo confunde alguma estrutura própria como um agente invasor, e ativa seu sistema de defesa para acabar com ela. Nos pacientes com esse tipo, o sistema imunológico ataca as células beta, no pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.

Diabetes tipo 2: Na maioria dos casos (cerca de 90% dos pacientes), o corpo não consegue utilizar adequadamente o hormônio que metaboliza a glicose, condição chamada de resistência à insulina, ou essa substância não é produzida em quantidade suficiente para manter o nível de glicose dentro da normalidade.

Apesar de ser mais frequente em adultos a partir dos 40 anos de idade, o número de adolescentes e até crianças diagnosticadas com diabetes tipo 2 aumentou, nas últimas décadas, devido ao crescente número de pessoas com obesidade.

Diabetes gestacional: É o quadro de hiperglicemia que pode se manifestar na gravidez, em geral no terceiro trimestre, e que quase sempre desaparece após o parto. A placenta produz alguns hormônios que resistem à insulina e, para piorar, o crescimento do feto também aumenta a demanda pela substância. Esse é um dos motivos pelos quais as gestantes são orientadas a praticar exercícios, ter uma dieta saudável e fazer exames de glicose.

Estudos mostram que a prevalência do diabetes gestacional no Brasil varia de 2,5% a 7%. Mulheres que desenvolvem o quadro na gravidez são mais propensas a ter diabetes tipo 2 mais tarde.

Como é o tratamento?

O paciente precisa ser tratado por uma equipe multidisciplinar, com endocrinologista, nutricionista, educador físico, psicólogo e outros especialistas. No início, há muita informação para ser assimilada, por isso é comum ouvirmos falar na educação em diabetes. Aos poucos, o gerenciamento do nível de glicose vira rotina.

Entre as estratégias, há planejamento alimentar, prática de atividade física, além do uso de insulina e de alguns medicamentos, como os antidiabéticos orais.

No entanto, é possível controlar o diabetes apenas com dieta e exercícios no início, mas é importante seguir sempre a orientação médica. É preciso tomar muito cuidado com fitoterápicos que prometem baixar a glicose, chás, dietas milagrosas e jejuns que prometem tratar o diabetes naturalmente.

Os especialistas esclarecem que não há evidências suficientes de que isso funcione. Existem diversos estudos científicos que demonstram benefícios de certas substâncias ou alimentos para o controle do diabetes, mas eles não substituem outras medidas.

E o açúcar é proibido para quem tem diabetes?

Não. O açúcar pode ser consumido desde que a quantidade de carboidratos seja computada, assim como é feito com outros alimentos. Com o controle adequado da doença, é possível abrir exceções em ocasiões especiais e consumir doces comuns, seguindo as recomendações do nutricionista. Ninguém precisa abrir mão de eventos sociais que envolvem comida por causa do diabetes.

* Com informações de reportagem publicada em 24/07/2018.