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Vai à Copa do Qatar? Antes de embarcar, cheque seu cartão de vacinas

Letreiro da Copa do Mundo em Doha, no Qatar - Jewel SAMAD / AFP
Letreiro da Copa do Mundo em Doha, no Qatar Imagem: Jewel SAMAD / AFP

De VivaBem, em São Paulo

12/11/2022 09h56

No dia 20 de novembro acontece a abertura da Copa do Qatar. A organização do torneio espera receber pelo menos 1 milhão de visitantes do exterior. Apenas no Brasil, agências credenciadas ao evento esperam movimentar R$ 175 milhões com brasileiros que pretendem ver de perto a conquista do tão esperado hexa.

À essa altura, se você vai assisti-la, já deve estar com as passagens compradas, passaporte em dia e malas quase prontas, mas você chegou a pensar nas recomendações sanitárias para entrar no país do Oriente Médio?

Segundo o infectologista José Cerbino Neto, pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz e do Instituto D'or, para entrar no Catar, entre os dias 1º de novembro de 2022 e 23 de janeiro de 2023, será preciso obter o Cartão Hayya.

Esse cartão funciona como um visto, mas só será usado durante a Copa do Mundo, já que o tradicional visto, até então emitido pelos hotéis assim que as reservas são feitas de entrada no país, não será aceito.

O Cartão Hayya contém informações gerais sobre o turista, como nome, número do passaporte, data de chegada e saída, local de hospedagem etc. "Ele será exigido nos pontos de imigração para entrada no país, nos acessos aos eventos esportivos e nos transportes públicos, entre outras atividades", ressalta o especialista.

Para solicitar é preciso entrar no site oficial e fornecer dados como ingresso para partidas, passaporte e acomodação. Cada portador do cartão poderá convidar outras três pessoas sem ingresso, que receberão um Hayya como convidadas.

Não existem vacinas obrigatórias previstas no Regulamento Sanitário Internacional para entrada no Qatar atualmente, incluindo febre amarela, meningite e poliomielite, doenças que receberam recentemente alertas especiais por causa do aumento de casos em todo o mundo.

Mas mesmo sem a obrigatoriedade da vacinação é preciso estar atendo ao cenário epidemiológico atual. "Recentemente, a OMS lançou um alerta mundial sobre o avanço do sarampo, por exemplo. É extremamente recomendado que os viajantes estejam com essa vacina em dia", enfatiza Cerbino Neto. O médico explica que quem se vacinou com duas doses na infância e/ou uma na idade adulta é considerado imunizado contra a doença.

Ainda de acordo com o especialista, outras vacinas de rotina do calendário vacinal deverão estar em dia para reduzir o risco de doenças infecciosas durante a viagem. "São especialmente recomendadas para viajantes com destino ao Qatar sarampo, covid-19, influenza, hepatite A e B e tétano", destaca.

Com relação à covid-19, segundo o infectologista, as últimas restrições foram retiradas a partir de 1º de novembro. "Não será mais necessário apresentar comprovante de vacinação contra covid-19, teste diagnóstico contra Sars-CoV-2 ou mesmo inscrição no aplicativo de rastreamento de contato", descreve.

Contudo, o médico recomenda que os viajantes tenham o esquema completo conforme a faixa etária (2, 3 ou 4 doses para crianças, adolescentes e adultos) e fiquem atentos a qualquer sintoma gripal durante o evento.

Pessoas que pretendem aproveitar a viagem para fazer turismo em outros países do Oriente Médio devem ainda consultar o site do consulado do país de destino para verificar se existem outras restrições sanitárias.

"Alguns destinos exigem comprovação para a entrada e é necessário providenciar a emissão ou atualização do Certificado Internacional de Vacinação (CIVP)", destaca Patrícia Rosa Vanderborght, doutora em biologia molecular e genética humana pela Fiocruz (RJ) e responsável pelo setor de imunização humana do Richet Medicina & Diagnóstico.

Hoje, o pedido do documento, que é gratuito, é feito de forma eletrônica, pelo Portal de Serviços do governo federal. Após realizar o pedido, o certificado é enviado por email e também fica disponível para impressão.

O prazo estimado para emissão é de até 10 dias úteis. É preciso também estar atento ao prazo para realizar a vacinação. "Geralmente recomendamos um intervalo de pelo menos 14 dias entre a administração do imunizante e a data do embarque", afirma.

Já no caso da vacina contra o Sars-CoV-2, para alguns destinos é necessário fazer o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, que é diferente do CIVP. O Ministério da Saúde disponibiliza o documento por meio do Conecte SUS Cidadão.