MC Cabelinho faz vasectomia aos 26; reverter cirurgia nem sempre dá certo
Aos 26 anos, o cantor MC Cabelinho contou ter passado por uma "vasectomia reversível", pois não queria ter filhos no momento. Desde outubro, o funkeiro namora com a atriz Bella Campos, de 23 anos, que interpretou a Muda, na novela "Pantanal" (TV Globo).
"Queria dizer para os meus fãs que eu fiz uma cirurgia de vasectomia recentemente e estou muito feliz que deu tudo certo. Quero deixar bem claro que posso ser pai quando eu quiser e por isso optei pela vasectomia reversível. Então...quando eu sentir que for a hora vou operar de novo e fazer meu little baby", escreveu no Instagram nesta quarta-feira (16).
No entanto, é importante ficar claro que toda cirurgia de vasectomia pode ser reversível. Não há nenhuma novidade nisso, segundo o urologista Roni Fernandes, da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
"Caso o paciente mude de ideia após a vasectomia e queira ter filhos, é possível, sim, reverter, mas não é garantia de sucesso. Quanto mais tempo passar, menores são as chances de a reversão dar certo", explica o médico.
De acordo com Fernandes, as estatísticas variam, mas, no geral, a chance de sucesso da reversão até 3 anos após a vasectomia é de 70% a 80%. A cada ano que passa, explica o especialista, a taxa de sucesso vai diminuindo.
"Tanto que depois de 10 anos após a vasectomia as chances remontam a menos de 5% em geral. Há poucos casos relatados de sucesso após 15 anos da vasectomia, por exemplo", diz.
Ainda segundo o urologista, o paciente deve fazer um exame chamado espermograma para ter certeza de que o procedimento deu certo.
Com isso, é possível ter certeza de que nenhum outro método anticoncepcional precisa ser utilizado. "Este exame deve ser feito de 2 a 3 meses após a vasectomia e, idealmente, repetido com uma certa frequência: a cada 2 ou 3 anos", fala Fernandes.
Quem pode fazer a vasectomia?
Por lei, o procedimento só é permitido no Brasil para homens maiores de 25 anos ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. Nesse período, a pessoa interessada passará por uma avaliação com um assistente social e um psicólogo para saber se encaixa-se no perfil e está liberado para realizar a vasectomia.
O que levar em consideração antes de optar pela cirurgia?
É importante saber se o desejo de não ter mais filhos é definitivo e se o relacionamento conjugal é estável. Caso o casal esteja em constante conflito, o que pode levar à separação no futuro, o homem deve pensar muito bem se teria ou não filhos em um novo relacionamento antes de proceder à vasectomia.
Além disso, deve ser informado pelo seu médico sobre a possibilidade de reversão da cirurgia e de armazenamento de espermatozoides em clínicas de reprodução humana.
Como funciona a cirurgia?
É um procedimento cirúrgico que consiste no corte de 1 cm a 2 cm e na ligadura ou remoção de um segmento dos ductos diferentes. Esses canais conduzem os espermatozoides fabricados nos testículos e nos epidídimos para formarem ou sêmen (ou esperma) junto com o fluido prostático e das vesículas seminais.
Depois da vasectomia o homem para de ejacular?
Não. A cirurgia não altera nenhuma das características da função sexual. Tanto a ereção como o orgasmo e o volume ejaculado permanecem praticamente inalterados —às vezes, ocorre uma redução de 5% a 10% no sêmen liberado ao gozar, que não é fácil de ser notada a olha nu. A única diferença é que após a vasectomia o líquido seminal não possui mais espermatozoides e, com isso, o paciente fica impossibilitado de engravidar a parceira.
O que acontece com os espermatozoides?
Eles continuam sendo fabricados normalmente pelos testículos, ficam retidos nos ductos deferentes e epidídimso, sendo absorvidos pelo organismo após cerca de 90 dias.
A vasectomia reduz a potência sexual do homem?
Não. Inclusive, um trabalho científico publicado no Jornal da Sociedade Brasileira de Urologia, conduzido por Jorge Hallak, coordenador do grupo de estudos em saúde masculina do Instituto de Estudos Avançados da USP (Universidade de São Paulo) e diretor médico do Androscience, apontou que pacientes submetidos à vasectomia tiveram uma melhora na atividade sexual depois da cirurgia.
Os fatores que prejudicam a potência masculina podem ser orgânicos ou psicológicos e não estão relacionados à vasectomia. As causas orgânicas são problemas que trazem dificuldade de vascularização e irrigação sanguínea do pênis, como diabetes, hipertensão, algumas doenças neurológicas, o uso de determinadas medicações, sedentarismo, tabagismo, colesterol alto.
* Com informações de reportagem publicada em 16/08/2019.
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