Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Entenda o que são as vacinas bivalentes contra a covid-19

Getty Images
Imagem: Getty Images

De VivaBem, em São Paulo

21/11/2022 17h27Atualizada em 23/11/2022 07h48

As vacinas bivalentes contra a covid-19 integram a segunda geração de imunizantes contra a doença. De maneira simples, as doses protegem contra a cepa original e a ômicron —e inclusive já foram testadas contra algumas subvariantes.

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça (22) as vacinas da Pfizer adaptadas às variantes ômicron BA.1 e BA.4/BA.5, para uso emergencial como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.

"A plataforma tecnológica de mRNA permite atualização rápida das formulações de vacinas quando necessário, com isso, a Pfizer pôde desenvolver as duas novas vacinas bivalentes, com duas sequências de mRNA em cada, sendo uma com codificação para a proteína spike original (Sars-CoV-2) e outra com a da ômicron BA.1 ou da BA.4/BA.5. As vacinas bivalentes adaptadas à ômicron são uma combinação do atual imunizante de covid-19 da Pfizer-BioNTech com a vacina adaptada à ômicron", diz comunicado da farmacêutica.

As vacinas adaptadas à ômicron BA.1 e BA.4/BA.5 virão com uma tampa com coloração diferente —cor cinza, para ajudar na diferenciação. Além disso, essas versões do imunizante não precisam de diluição para aplicação.

Afinal, o que é a vacina bivalente?

As vacinas bivalentes são imunizantes adaptados para proteger contra as formas da variante ômicron. Essas doses usam a mesma tecnologia das primeiras gerações —de RNA mensageiro, que induz o organismo a sintetizar uma proteína e estimula o sistema imunológico a combater o novo coronavírus.

"Estudos mostraram que fazer vacina só com a ômicron dá menos proteção do que fazer combinada. Ou seja, manter a cepa original e incorporar a ômicron", explica o infectologista pediátrico Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Atualização das vacinas

Atualizar vacinas é algo natural. Basta pensar nas formas do imunizante para a gripe, geralmente modificado a cada nova campanha anual.

Na covid-19, esse processo esperou até que uma cepa se mostrasse predominante, caso da ômicron. A África do Sul foi o primeiro país a reportá-la à OMS (Organização Mundial da Saúde), em 24 de novembro de 2021. Hoje, as suas subvariantes BA.1 e BA.5 são as de maior circulação. A primeira, inclusive, associada ao aumento de casos no Brasil.

"Para desenvolver novas vacinas, os produtores precisavam ter certeza de que a vacina não ficaria obsoleta, de que seriam ideais para o tempo necessário de desenvolvê-las. Com esse protagonismo de longo prazo da ômicron, um ano já circulando, foi imaginável que uma vacina com ela seria boa", explica Kfouri.

A Pfizer informou que a produção de anticorpos com o imunizante é nove vezes maior em adultos com 55 anos ou mais. Os resultados foram publicados na plataforma científica bioRxiv. Em comparação, a primeira versão da vacina aumentava a produção em aproximadamente duas vezes.

Proteção contra casos leves

Completar o esquema vacinal de duas doses e receber ao menos um reforço é a prioridade para aquelas pessoas que ainda não se vacinaram, alerta Kfouri.

As vacinas da primeira geração são essenciais para prevenir desfechos graves da covid-19. As bivalentes também fazem isso, além de reforçar a proteção contra os casos leves e moderados, já que a ômicron lidera as infecções.

Isso vai evitar repiques de casos, mas, principalmente, proteger os grupos que respondem pior à vacina, como idosos e imunossuprimidos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferente do informado, a Moderna ainda não pediu aprovação da vacina à Anvisa. A informação foi retirada do texto.