Como desfibrilador ajuda Eriksen a jogar Copa após quase morrer em campo
Pouco mais de um ano após ter sofrido uma parada cardíaca durante uma partida da Eurocopa 2021, o dinamarquês Christian Eriksen estreou nesta terça-feira (22/11) na Copa do Qatar. No dia 12 de junho do ano passado, o jogador "morreu por alguns minutos", após desmaiar repentinamente aos 42 minutos do primeiro tempo enquanto corria perto da linha lateral esquerda, depois de uma cobrança lateral na Dinamarca.
Na ocasião, o atleta foi atendido ainda em campo pelos médicos, recebeu massagem cardíaca e foi reanimado com a ajuda de um aparelho que dá um choque no coração para que a pessoa retome o ritmo cardíaco —o chamado desfibrilador externo automático (DEA). Mais tarde, ele precisou passar por uma cirurgia para colocar no coração um cardioversor desfibrilador implantável (CDI), pequena estrutura de titânio que permite o controle da arritmia cardíaca, condição com que Eriksen foi diagnosticado.
O que é um desfibrilador?
O desfibrilador é um tipo de marcapasso mais sofisticado, que fica com uma parte encaixada no coração e a outra embaixo da pele. É preciso fazer uma cirurgia para implantá-lo, porém, ela é pouco invasiva. Esse aparelho regula o batimento cardíaco.
"Ele tem uma função complementar de conseguir perceber que o coração está entrando em arritmias mais graves, e evita que elas se transformem numa parada cardíaca", explica Edmo Atique Gabriel, cardiologista e colunista de VivaBem, complementando que trata-se de um aparelho caro.
No entanto, o paciente demora no máximo dois dias para voltar para casa, e 15 dias de repouso são o suficiente para a recuperação. Por outro lado, o desfibrilador funciona a base de uma bateria que, normalmente, precisa ser trocada, em média, entre oito e dez anos.
É possível continuar jogando após o implante?
De acordo com o cardiologista, sim, um jogador profissional pode seguir a carreira. Isso do ponto de vista médico. No entanto, visitas periódicas ao cardiologista são essenciais para confirmar o bom funcionamento do aparelho. O paciente também precisa ser mais cauteloso, e tomar cuidado para não machucar ou agredir a região.
As ligas de futebol de alguns países, no entanto, não aceitam que os jogadores tenham o desfibrilador implantado.
"Nós temos jogadores de futebol, profissionais, que já tiveram essa doença e que, pelo fato de ser a profissão deles, os médicos colocam assim: ou você para sua profissão e muda para outra que não exige esforço, ou você implanta esse aparelho, porque é a única possibilidade de te salvar de um risco de morte súbita fazendo o esporte", afirma o cardiologista.
Ele ainda ressalta que, além do futebol, na história há vários atletas que tiveram esse problema e que dependiam da profissão para sobreviver, por isso fizeram o implante para continuar a carreira por pelo menos mais um tempo.
"Você fica com uma vida um pouco mais cuidadosa e sempre com aquela preocupação: como é que está a bateria? Mas, por outro lado, o risco de morte súbita, praticamente acaba", conclui.
*Com informações da reportagem publicada em 18/06/2021.
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