Erasmo usava aparelho no coração após descobrir síndrome rara
O cantor Erasmo Carlos morreu, nesta terça-feira (22), aos 81 anos. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas em outubro o artista ficou dois dias internado por uma síndrome edemigênica, que ocorre quando há um excesso de líquido nos tecidos do corpo humano —um edema.
Além disso, Erasmo tinha um problema no coração: uma anomalia nas carótidas, artérias que estão localizadas no pescoço e são ramos da artéria aorta, a maior artéria do corpo que se origina do coração. Em 2018, ele fez uma publicação no Instagram contando sobre o diagnóstico de "hipersensibilidade na carótida".
"Gente que me ama... os amigos médicos descobriram que eu tenho hipersensibilidade na carótida, anomalia que ultimamente me causava indesejáveis desmaios. Após o último, fui obrigado a colocar um marca-passo com urgência, o que imediatamente foi feito com sucesso. Estou passando bem graças a Deus, e voltando a forma. Obrigado a todos pela força!", escreveu.
O que é hipersensibilidade na carótida?
A cada batimento do coração, o sangue é enviado para várias partes do corpo, entre elas, o cérebro. Essa "comunicação" entre as duas partes é feita pelas artérias carótidas.
A hipersensibilidade das carótidas ocorre quando as células presentes na estrutura das artérias, que coordenam o equilíbrio do corpo, recebem uma superestimulação por mudanças bruscas no corpo, como agachamento, levantar muito rápido, entre outros, segundo o cardiologista Edmo Atique Gabriel, colunista de VivaBem.
"Quando isso acontece, os batimentos cardíacos e a queda na pressão são frequentes. Por isso, para controlar os batimentos do coração e não deixar que a frequência caia tanto, precisamos colocar o marca-passo", diz o também professor livre-docente na Unilago (União das Faculdades dos Grandes Lagos).
O aparelho, que Erasmo já utilizava, é um dispositivo implantável, capaz de observar e corrigir defeitos no ritmo cardíaco.
Em entrevista ao UOL, em 2018, o cantor contou como foi a cirurgia. "Você sabe que pode dar alguma coisa, mas não dá medo. Tem que fazer, faz. Pensa positivo que vai dar certo, como deu", explica. "Se não desse, não deu. Eu não estaria nem aqui para lamentar", disse. Ele faz questão de mostrar a cicatriz: "Agora eu tô ligado para caramba".
Tem relação com a síndrome edemigência?
Ausonius Sawczuk, cardiologista do Hospital Albert Sabin, explica que o problema no coração pode, sim, ter relação com a síndrome edemigênica, que fez o cantor ficar internado há um mês.
"É importante ressaltar que não fui médico do cantor nem participei das decisões terapêuticas, mas uma insuficiência cardíaca causada por uma frequência cardíaca baixa [hipersensibilidade na carótida] pode levar ao acúmulo exagerado de líquido, causando o edema", explica. "Isso poderia resultar em uma pneumonia, por exemplo", diz.
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