Cueca, maquiagem, alicate: veja quando trocar ou jogar fora itens pessoais

Quem já encontrou em peças íntimas informações sobre quando devem ser trocadas ao dia, ou após a abertura de sua embalagem? Pois é. Muitos dos itens pessoais usados no cotidiano não possuem prazo de validade nos rótulos ou etiquetas. E, quando possuem, esse tipo de informação em geral é desconhecido ou passa despercebido por muitos.

As pessoas, para se certificar de que algo venceu ou não está bom, costumam se guiar mais pela aparência, sabor e cheiro ruins dos produtos, como fazem com o que vão comer. Mas como essa percepção indicativa é um pouco mais difícil quando se trata de produtos pessoais, VivaBem preparou a lista abaixo para você saber identificar o momento certo de trocá-los.

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• Peças íntimas

A durabilidade de cuecas e calcinhas vai depender de sua manutenção, lavagem, frequência de uso e cuidados. Mas, em média, após um ano de uso vale o bom senso de comprar peças novas, sobretudo se as antigas estiverem sem elástico, com furos, rasgos, manchas e desbotamentos.

Quanto à troca diária —sim, diária, pois não faz sentido tomar banho e colocar de volta as mesmas peças—, é recomendável que aconteça após terem sido usadas por uma noite ou um dia inteiros, ainda mais quentes, e depois de se fazer exercícios físicos e ter relações sexuais.

Não fazer isso contribui para a proliferação de fungos e bactérias, que adoram locais escuros, abafados e úmidos (de suor, urina, fezes, fluidos), e podem acarretar uma série de prejuízos à saúde íntima. Entre os quais: assaduras, coceiras, infecções, inflamações, corrimentos e lesões.

• Escova de dente

A cada três meses ou quando as cerdas deformam é que a escova dental deve ser trocada —e isso serve para todos os modelos. Após esse período, ou se ela estiver com aspecto de bastante usada, há redução de sua eficácia na limpeza bucal e aumento do risco de machucar as gengivas. Vale também trocar em caso de infecção na boca.

• Lâmina de barbear

São individuais e descartáveis, durando de uma semana a um mês, a depender da frequência de utilização, dez vezes. Segundo alguns fabricantes, para assegurar que a tira de hidratação presente nas lâminas dure mais, assegurando um barbear ou depilação lisinhos, sem causar lesões de pele e alergias, é indicado que seu armazenamento seja longe de superfícies úmidas.

• Alicate de unha

Mesmo com esterilização e estocagem em estojo próprio, esse item, bem como o cortador de unha, requer ser substituído de tempos em tempos para evitar acidentes e possíveis infecções. Para quem usa a todo momento, a reposição deve ocorrer por volta do quinto ao oitavo mês, mas vale trocá-lo se estiver enferrujado, muito frágil, incapaz de ser amolado ou lubrificado.

• Lente de contato

Coceira, vermelhidão, inflamação da córnea (ceratite), infecções e, em casos extremos, até perda do globo ocular são consequências de se usar lentes de contato vencidas. Assim, ao começar a usá-las, é de extrema importância contar corretamente o tempo de validade (diário, mensal, anual), assim como seguir cuidados, como retirá-las após 8 a 12 horas de uso contínuo.

Quanto às soluções de imersão, servem para a limpeza das lentes e com elas em uso, devem ser trocadas toda vez que voltarem para o estojo. Esse cuidado evita contaminações por bactérias e infecções. As caixinhas, por sua vez, devem ser substituídas a cada três meses.

• Boné

Esse acessório não deve ser compartilhado nem ser usado o tempo todo, ainda mais em ambientes fechados e apertado à cabeça, pois pode contribuir para a queda de cabelo. A raiz dos fios aos poucos vai sendo machucada, tracionada, e eles, enfraquecidos, acabam morrendo, principalmente na testa e nas entradas, que são regiões mais sensíveis.

Use boné ou chapéu apenas para cobrir a cabeça quando exposta ao sol forte. Mas se ficar molhado de suor e não for higienizado, fungos e bactérias se multiplicam e podem causar infecções e até mesmo micoses, que também levam à perda dos cabelos. Na dúvida, se um boné começou a irritar ou pinicar seu couro cabeludo, deixe de usá-lo e troque por outro. Sua higienização pode ser feita com aplicação de lisofórmio em spray e secagem em local arejado.

• Meia

Devem ser jogadas fora quando com furos, puídos e elástico frouxo. Calcular um prazo é difícil, pois, assim como as peças íntimas, vai depender das frequências de uso, lavagem e cuidados. Se forem meias de compressão, seu efeito é garantido por cerca de quatro a seis meses de uso diário. Agora, no geral, nunca se deve usar a mesma meia por mais de um dia sem lavá-la.

Repetir meias e com sapatos fechados contribui para o aparecimento de coceira e micose, provocada por fungos que se desenvolvem principalmente em lugares quentes e úmidos.

• Maquiagem

A maioria dos produtos tem uma vida útil de dois a três anos. Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), 48 meses para batom, 36 meses para sombra compacta, 18 meses para bases oleosas, de seis a 12 meses para gloss labial e delineador. Se usados fora do prazo, entretanto, podem causar alergias, vermelhidão, descamações e doenças como conjuntivite.

Algumas marcas podem identificar ainda um vencimento por data de abertura, que deve ser considerada primeiro, mesmo que o vencimento do produto fechado seja maior. Nenhum produto vence exatamente como no descritivo do rótulo, mas, até aquela data o fabricante se responsabiliza. Já, após o vencimento, qualquer reação adversa é por conta e risco do cliente.

• Absorvente

Ainda no pacote, duram por volta de cinco anos, isso com lacre intacto e se armazenados de forma correta, ou seja, não no banheiro, que é um local mal ventilado, úmido e propenso a bolor. Quanto à troca no dia a dia, depende do fluxo menstrual, mas geralmente ela é recomendada a cada quatro a seis horas, para evitar que o acúmulo de sangue favoreça infecções bacterianas.

• Fralda descartável

O prazo de validade é dois a três anos. Usá-las fora dessa data aumenta os riscos de absorção diminuída, vazamentos, descoloração, perda do processo adesivo e alterações de fragrância. Como o contato prolongado da pele do bebê com xixi e cocô pode causar assaduras, micoses e infecções, o indicado é trocar a fralda sempre que estiver suja.

Fontes: Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra dos Hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein (SP); Anna Cecília Andriolo, dermatologista membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia); David Barros, dentista pela EBMSP (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública) e da Clínica ITA, em Salvador (BA); Leonardo Marculino, oftalmologista do Hospital Cema, em São Paulo; e Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra, neonatologista e membro da AAP (Academia Americana de Pediatria).

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