Quais as reações da vacina da covid-19 em bebês?
A campanha de vacinação para bebês a partir de 6 meses começou no Brasil dois meses após a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O esquema vacinal usa o imunizante da Pfizer em três doses, o mesmo já utilizado para as crianças de 3 e 4 anos.
O imunizante tem a tampa de cor vinho para facilitar a diferenciação da vacina para os demais públicos. Apesar do princípio ativo igual, há diferença na dosagem em comparação à dose das crianças a partir dos 5 anos e do público adulto.
Os efeitos colaterais, entretanto, são praticamente os mesmos dos já observados em crianças mais velhas, de acordo com o infectologista pediátrico Renato Kfouri.
"Os estudos para a vacina nos bebês foram comparativos em termos de resposta imune e segurança. O risco desses eventos adversos são muito semelhantes, não houve diferença em comparação às crianças maiores e aos adolescentes", explica Kfouri, que é presidente do departamento de imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
Para assegurar a eficácia da vacina no público, os estudos consideraram o nível de proteção contra o vírus e o perfil de tolerabilidade às reações adversas. Esses índices devem ser no mínimo semelhantes ao público a partir dos 5 anos, diz Kfouri.
A Pfizer informou que "foi observada robusta resposta imune no grupo etário, com capacidade de produção de títulos de anticorpos neutralizantes e de soroconversão não inferiores à coorte de adultos".
A bula da Pfizer divide as reações adversas para o público entre 6 meses e 2 anos e para crianças até os 5 anos. Veja abaixo os efeitos colaterais para cada grupo:
Quais são as reações em bebês e crianças até 2 anos?
Eventos muito comuns (ocorrem em 10% dos vacinados, diz a Pfizer):
- Diminuição de apetite;
- Irritabilidade;
- Febre;
- Sensibilidade e vermelhidão no local da injeção.
Comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos vacinados):
- Erupção cutânea (lesão na pele);
- Diarreia;
- Vômito;
- Inchaço no local de injeção.
Incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos vacinados):
- Aumento dos gânglios linfáticos (ou ínguas);
- Urticária (alergia da pele com forte coceira);
- Dor de cabeça;
- Cansaço;
- Lentidão de reações e reflexos;
- Calafrios.
Desconhecida (raro):
- Reação alérgica grave (anafilaxia).
Quais as reações em crianças até 5 anos?
Eventos muito comuns (ocorrem em 10% dos vacinados, diz a Pfizer):
- Diarreia;
- Febre;
- Dor e vermelhidão no local de injeção;
- Cansaço.
Comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos vacinados):
- Dor de cabeça;
- Vômito;
- Dor nas articulações;
- Dor muscular;
- Calafrios;
- Inchaço no local de injeção
Incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos vacinados):
- Aumento dos gânglios linfáticos (ou ínguas);
- Erupção cutânea (lesão na pele);
- Urticária (alergia da pele com forte coceira);
- Diminuição de apetite, náusea e dor nos membros (braço);
- Astenia (fraqueza, cansaço físico intenso).
Desconhecida (raro):
- Reação alérgica grave (anafilaxia).
Quando as reações aparecem?
Kfouri lembra que é normal os efeitos surgirem até 48 horas após a aplicação da vacina. Por isso, é preciso investigar sintomas que aparecem após esse período, pois podem ser causados por outras questões de saúde.
"Esse é o prazo que eventos acontecem com qualquer vacina, o que vier depois provavelmente não se trata do imunizante e deve sempre ser avaliado", diz o infectologista.
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