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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


Compressão, crioterapia e eletroterapia: entenda tratamentos de Neymar

Neymar, camisa 10 do Brasil, na estreia da seleção na Copa, contra a Sérvia - Francois Nel/Getty Images
Neymar, camisa 10 do Brasil, na estreia da seleção na Copa, contra a Sérvia Imagem: Francois Nel/Getty Images

De VivaBem*, em São Paulo

30/11/2022 13h43

Após a lesão na estreia contra a Sérvia, Neymar tem feito esforço máximo para estar à disposição da seleção brasileira na Copa do Mundo Qatar 2022. O jogador segue em tratamento intensivo, com trabalhos em três períodos e usando aparelhos de alta tecnologia.

Neymar e Danilo, que também tem lesão no tornozelo, dividem o dia entre "fisioterapia convencional", com os profissionais da comissão técnica, e métodos mais modernos e indiretos, como crioterapia e eletroterapia.

A CBF fechou uma parceria com a Avanutri, que também está com a seleção uruguaia na Copa. A empresa desenvolveu a "Cryo Sport", uma espécie de bota que diminui a temperatura e faz uma compressão controlada, unindo a crioterapia com a compressoterapia.

A seguir, veja para que serve cada uma das técnicas usadas pelo Neymar no tratamento.

Crioterapia

A prática normalmente é usada por atletas profissionais e amadores após atividades de grande exigência. No método, o esportista mergulha o corpo inteiro ou as partes do corpo mais exigidas no treino em uma banheira, barril ou tanque cheio de água e gelo, em uma temperatura de mais ou menos 4 °C, por alguns minutos.

Neymar vê Brasil x Suíça fazendo tratamento no tornozelo - Reprodução - Reprodução
Neymar vê Brasil x Suíça enquanto usa a bota
Imagem: Reprodução

Como o gelo tem um efeito vasoconstritor (reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos) e analgésico, a técnica contribui para redução das dores musculares e acelera a recuperação das pequenas lesões provocadas pelo exercício. No caso de Neymar, a bota reduz a temperatura do local com mais precisão do que a tradicional aplicação de gelo.

No entanto, a crioterapia costuma ser bastante desagradável para maioria das pessoas —gera 'queimação" e até cãibras. Por isso, a temperatura da água/gelo deve ser controlada e o esportista não pode ficar muito tempo imerso, além de precisar proteger as extremidades do corpo (mãos e pés) com meias ou luvas e, se for o caso, a região genital.

Compressoterapia

Aliada à crioterapia, a compressoterapia é utilizada com frequência por praticantes de corrida, mas com o auxílio de meias. A técnica facilita o fluxo do sangue e aumenta a oxigenação, melhorando a recuperação muscular. Isso ajuda a reduzir o inchaço na região, por exemplo.

No caso de Neymar e Danilo, a ferramenta é utilizada para redução de edema (inchaço), já que faz uma compressão contínua. A prática já amplamente utilizada em clubes brasileiros e no exterior, trazendo excelentes resultados na recuperação de atletas, conforme explicou Alexandre Barbosa, fisioterapeuta coordenador do Vasco e membro da Avanutri, ao UOL Esporte.

"Como é possível regular a compressão de acordo com a dor de cada atleta, o equipamento gera bastante conforto no tratamento", explicou.

Além dos benefícios citados acima, a técnica também:

  • Reduz fadiga muscular;
  • Diminui câimbras e dores na panturrilha;
  • Diminui o tempo de recuperação pós atividade física;
  • Melhora o alinhamento muscular;
  • Mantém a musculatura aquecida;
  • Oferece sustentação à musculatura, diminuindo a vibração muscular (minimizando o risco de lesões).
Fora da fase de grupos da Copa, Neymar mostra recuperação de tornozelo inchado - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Fora da fase de grupos da Copa, Neymar mostra recuperação de tornozelo inchado
Imagem: Reprodução/Instagram

Eletroterapia

Assim como as outras técnicas citadas acima, a eletroterapia não é uma novidade da fisioterapia, mas foi aperfeiçoada ao longo dos anos com o avanço da tecnologia.

Ela envolve a aplicação de correntes elétricas que, para alívio da dor, entram em contato com o corpo por meio de eletrodos colocados na pele do paciente. Isso ativa as fibras nervosas participantes do processo de percepção e modulação da dor, fazendo com que elas enviem estímulos para o sistema nervoso central, promovendo a liberação de opioides endógenos (substâncias analgésicas naturalmente produzidas pelo organismo).

Atualmente, as microcorrentes podem ser controladas pelo celular ou um controle remoto, de acordo com Jomar Ottoni, ex-fisioterapeuta de Palmeiras, Santos, Athletico e Cruzeiro, que conversou com UOL Esporte.

"As correntes são cada vez mais apuradas para determinado objetivo e agora são controladas por bluetooth. As correntes de eletroterapia são antigas e eficientes, mas agora estão otimizadas", disse.

A expectativa da seleção brasileira é ter Neymar e Danilo à disposição nas oitavas de final da Copa do Mundo. O time de Tite enfrentará Portugal, Uruguai, Gana ou Coreia do Sul.

*Com informações de reportagens publicadas em 21/04/2017, 15/01/2019, 01/03/2022 e 01/08/2022.