Câncer de cólon: entenda o que causa o problema de saúde de Pelé
O quadro médico do ex-jogador Pelé, 82, teve uma piora e exige cuidados maiores, diz o boletim médico divulgado nesta quarta (21/12) pelo hospital em que ele está internado.
Ele "apresenta progressão da doença oncológica", ou seja, um avanço do câncer de cólon que trata desde o ano passado. Os médicos têm atenção especial a "disfunções renal e cardíaca".
Alguns semanas atrás, ele também foi diagnosticado com uma infecção respiratória. Ele está internado no Hospital Albert Einstein (SP) desde o dia 29 de novembro e vai passar o Natal por lá.
Entenda o câncer de cólon
O câncer de cólon e reto abrange tumores na parte do intestino grosso, que é chamada de cólon, além do reto e do ânus. Por ter uma forte associação com maus hábitos alimentares, é um tipo de câncer que pode ser prevenido.
O próprio exame de colonoscopia, indicado para diagnóstico e rastreamento da doença, também tem um caráter preventivo: quando pólipos são encontrados, eles podem ser removidos antes de evoluírem para um tumor maligno.
Além disso, a doença costuma evoluir lentamente, o que favorece o tratamento do câncer.
Alguns comportamentos são conhecidos por aumentar o risco de desenvolver tumores que se iniciam no cólon, reto ou ânus. Veja quais são:
- Ingestão excessiva de carnes vermelhas, principalmente as processadas: o mecanismo de ação seriam os compostos carcinogênicos gerados durante o processamento (para virar salsicha, bacon, presunto etc.) ou quando a carne é submetida a altas temperaturas (como assar, fritar ou grelhar). O churrasco seria ainda pior, pois inclui os compostos provenientes da queima do carvão. Por excesso, entenda-se mais de cinco vezes por semana, ou uma média superior a 100 gramas por dia.
- Dietas pobres em frutas, legumes e verduras: vegetais são ricos em antioxidantes e fibras, que têm papel protetor contra a obesidade e o câncer. Por isso, a recomendação é ingerir cinco porções ao dia desses alimentos;
- Obesidade abdominal: a condição envolve reações hormonais e inflamatórias que aumentam o risco de câncer;
- Sedentarismo: a prática regular de exercícios combate a obesidade e melhora o perfil hormonal;
- Fumo: o tabaco também já foi relacionado ao câncer colorretal;
- Consumo excessivo de álcool: homens que ingerem mais de 14 doses de bebida alcoólica por semana, bem como mulheres que bebem mais que sete doses por semana, têm risco mais alto de ter esse e outros tipos de câncer.
Os fatores de risco associados ao câncer de intestino que não podem ser alterados incluem a herança familiar, a idade (a maior parte dos pacientes com a doença tem mais de 50 anos) e diabetes tipo 2.
O principal exame para detectar o câncer colorretal é a colonoscopia. Além de solicitado quando há sintomas, ou após um resultado positivo na pesquisa de sangue oculto nas fezes, é utilizado no rastreamento do câncer colorretal a partir dos 50 anos de idade, ou a partir dos 40 anos em pacientes com histórico familiar.
É fundamental procurar o médico sempre que notar qualquer alteração nas fezes ou no hábito intestinal.
As principais manifestações do câncer de cólon incluem:
- presença de sangue ou muco nas fezes;
- fezes escuras ou em forma de fita;
- anemia;
- cólicas abdominais;
- dores ou sangramento ao evacuar;
- mudança no hábito intestinal (a pessoa começa a ter diarreia ou prisão de ventre que não passam e não têm causa aparente);
- sensação que o intestino não esvaziou após evacuar;
- sensação de empachamento;
- perda de peso inexplicável;
- cansaço e fadiga constantes.
Apenas alguns tumores em estágio inicial podem ser retirados por colonoscopia. A cirurgia para retirada de tumores do cólon é chamada de colectomia, e pode ser aberta (com incisão no abdome) ou feita por laparoscopia. Gânglios linfáticos próximos também podem ser removidos no mesmo procedimento. Em casos de obstrução intestinal, um stent pode ser inserido antes do procedimento.
Em relação ao câncer de reto, muitas vezes a quimioterapia ou a radioterapia podem ser indicadas para reduzir o tamanho do tumor antes do procedimento cirúrgico. É que, como o reto está localizado dentro da cavidade pélvica, o trabalho do cirurgião fica dificultado. Existem técnicas minimamente invasivas capazes de remover tumores localizados sem incisões.
O que é infecção respiratória
Infecções do trato respiratório são contaminações de partes do corpo envolvidas na respiração, como seios nasais, garganta, vias aéreas ou pulmões.
Os sintomas podem incluir tosse, espirros, congestão nasal, dores de garganta, de cabeça e musculares, febre, falta de ar e aperto no peito.
A maioria das infecções respiratórias passa em uma ou duas semanas. O tratamento dependerá do motivo que causou a infecção. Se foi um vírus, como é o caso do resfriado comum, o quadro geralmente desaparece sozinho, mas a situação pode variar de acordo com o tipo de vírus em questão, como foi observado durante a pandemia de covid-19.
Já se a causa for bacteriana, um médico poderá prescrever antibióticos, como no caso de Pelé, para matar as bactérias.
As infecções respiratórias costumam ser contagiosas, principalmente as causadas por viroses, que são facilmente propagadas em ambientes com aglomerações de pessoas, como escolas, creches ou no ônibus, por exemplo.
Alguns exemplos de infecções no trato respiratório são a pneumonia (pulmão), bronquite (brônquios), sinusite (seios da face) e faringite (faringe). O boletim médico de Pelé não especificou qual área foi mais afetada.
Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como o Rei do futebol, que está recebendo um tratamento quimioterápico, podem estar mais susceptíveis a contrair a infecção.
*Com informações de reportagem publicada em 02/10/2018 e do site do NHS.
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