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Fumar aumenta risco de ter 56 doenças, segundo estudo feito na China

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

03/12/2022 15h44

Fumar regularmente foi associado a riscos mais altos de 56 doenças e 22 causas de morte, segundo um estudo publicado na quinta-feira (1) no periódico The Lancet. As enfermidades incluíram câncer de pulmão, estômago e bexiga; diabetes; ataque cardíaco; aneurisma aórtico; pneumonia; úlcera gástrica; e catarata.

Liderado por pesquisadores da Oxford Population Health, Reino Unido, da Universidade de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências Médicas, o estudo analisou 85 causas de morte e 480 doenças diferentes. Os dados vieram do China Kadoorie Biobank.

Como o estudo foi feito

  • Mais de 512.000 adultos foram recrutados para o estudo entre 2004 e 2008, em 10 diversas áreas urbanas e rurais da China, e foram acompanhados por cerca de 11 anos.
  • Do total de participantes, 32,4% já fumaram regularmente, e mais homens fumavam com frequência do que mulheres: 74,3 % em comparação com 3,2 %, respectivamente.
  • No período do estudo, mais de 48.800 participantes morreram e cerca de 1,14 milhão de novos eventos de doenças ocorreram.

O que o estudo mostrou

  • Das quase 85 causas de morte e 480 doenças estudadas, o tabagismo foi associado a riscos maiores de 22 causas de morte (17 para homens e nove para mulheres) e 56 doenças (50 para homens e 24 para mulheres);
  • Em comparação com pessoas que nunca fumaram, os homens que já fumaram regularmente tiveram um risco cerca de 10% maior de desenvolver qualquer doença, variando de 6% maior risco de diabetes a 216% para câncer de laringe. Eles também experimentaram internações hospitalares significativamente mais frequentes e prolongadas, principalmente devido a cânceres e doenças respiratórias;
  • Homens fumantes regulares e residentes em áreas urbanas tendem a começar a fumar mais cedo e a fumar mais do que os de áreas rurais; eles também tinham maior risco de morte, especialmente aqueles que começaram a fumar com menos de 18 anos;
  • 19,6% dos homens (24,3% dos homens residentes em áreas urbanas e 16,2% em áreas rurais) e 2,8% das mortes das mulheres foram atribuídas ao fumo regular;
  • Apesar da menor prevalência e intensidade do tabagismo entre as mulheres fumantes, elas apresentavam riscos relativos comparáveis de doenças respiratórias graves, demonstrando uma vulnerabilidade especial aos malefícios do tabaco (em comparação aos homens).

Parar de fumar diminui risco

O estudo mostrou que as pessoas que pararam de fumar voluntariamente (ou seja, antes de desenvolver doenças graves) apresentaram níveis de risco semelhantes aos de pessoas que nunca fumaram, cerca de 10 anos após o fim do tabagismo.

"Os resultados são um lembrete das graves consequências do tabagismo e dos benefícios de parar antes que qualquer doença grave se desenvolva", disse Ka Hung Chan, pesquisador da Oxford Population Health e principal autor do artigo, em um comunicado.