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Sim, elas têm seis dedos! Entenda por que algumas pessoas nascem assim

Histórias de Josevaldo (à esq.) e da família de Silvia (à dir.) viralizaram durante a Copa - Arquivo pessoal
Histórias de Josevaldo (à esq.) e da família de Silvia (à dir.) viralizaram durante a Copa Imagem: Arquivo pessoal

De VivaBem, em São Paulo

05/12/2022 14h17

Após repercutir na Copa do Mundo de 2014, a história da família que tem vários integrantes com seis dedos voltou a fazer sucesso no Mundial do Qatar. "Quando vai nascer, a gente pergunta logo se vai vir com cinco ou seis dedos, porque seis é o correto para a gente", disse ao UOL Esporte a funcionária pública Silvia dos Santos da Silva.

"Às vezes as pessoas se manifestam no ônibus, por exemplo, apontam e falam da quantidade de dedos. Na escola, falavam que minha filha era um ET. Tentavam fazer bullying, mas a gente nunca ligou", completou.

Semanas antes, a imagem de Josevaldo Almeida Thomé, 45, também viralizou. Ele é conhecido como Tetéu do Hexa, por ter seis dedos em cada mão.

"Eu achava que não era normal [ter seis dedos], mas é. Na verdade, as pessoas têm cinco dedos em cada mão e eu seis, mas hoje descobri que é algo que se tornou normal porque são dedos que se movimentam, não tenho nenhum problema", comentou também em entrevista ao UOL Esporte.

Josevaldo e Silvia têm polidactilia. A condição é uma deformidade congênita (você nasce com ela), determinada sobretudo por questões genéticas e que pode estar associada a mais alterações em outras partes do corpo.

Há divisão entre:

  • Polidactilia pré-axial ou radial: "duplicação" do polegar;
  • Polidactilia pós-axial: "duplicação" do dedo mindinho.

É raro, mas existem casos de pessoas com mais de seis dedos. Também não é incomum ter polidactilia nos pés e nas mãos. Os casos são determinados individualmente, diz o cirurgião Samuel Ribak, presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão).

"Deformidades congênitas são muito variáveis, a norma é que seja isso: um ao lado do polegar, ou do mindinho. Mas nada impede que existam mais. Tudo é possível", afirma Ribak.

Há casos em que a polidactilia não prejudica as funções e os dedos extras têm formação completa. Também é possível que a pessoa tenha dedos não funcionais, sem a parte óssea.

"Normalmente, não há alteração da função, mesmo porque crianças se adaptam bem, a mão vai funcionar de maneira normal", explica o cirurgião.

O que causa?

A principal causa é genética, que explica casos repetidos na mesma família. O pai ou mãe tem um gene autossômico dominante, passado para os filhos. Mesmo assim, a criança pode apenas herdar a alteração genética sem manifestar a polidactilia.

Também há associação com modificações genéticas aleatórias, sem histórico na família. E com as síndromes Greig e a de Bardet-Biedl, sendo imprescindível o diagnóstico.

Precisa operar?

A cirurgia é sempre indicada, mesmo quando os dedos têm formação completa.

Em geral, a orientação é fazer até os 3 anos, idade em que a criança já tem mais condições anestésicas. Há duas etapas para determinar qual dedo será retirado:

  • Raio-X: analisa a parte óssea;
  • Exame físico: avalia a sensibilidade nos dedos e as suas funções.

O protocolo é o mesmo para adultos, comenta o cirurgião Samuel Ribak. E, no pós-cirúrgico, a indicação é fazer fisioterapia para restabelecer a mão.

*Com informações do Portal Drazio Varella