Vai ter churras! Apresentador perdeu 57 kg comendo carne todos os dias
O chef e especialista em churrasco Bruno Salomão, 33 anos, chegou a 156 kg graças a um combo nada saudável: ele comia muito doce, bebia 30 cervejas por dia e era sedentário. Disposto a cuidar da saúde, o apresentador do programa 'Vai ter Churras', de Nossa, mudou hábitos e viu seu peso baixar dos 100 kg, algo que não acontecia desde a adolescência. A seguir, Salomão conta como conseguiu:
"Tenho uma irmã gêmea com quem sempre fui comparado. Na infância, enquanto ela era magra e esportista, eu era o gordo que amava doces. Descontava todas as minhas emoções no bolo, no chocolate, na bolacha recheada, no pote de sorvete.
Aos 14 anos de idade, já pesava 100 kg e a pressão para fazer dietas e emagrecer só aumentou, mas era um adolescente revoltado e orgulhoso. Na frente dos outros, eu me mostrava uma pessoa forte, que não se importava com a opinião alheia. Dizia: 'Sou gordo mesmo e vou viver do jeito que eu bem quiser'. Mas, por dentro, tudo o que mais queria era me encaixar.
Nessa idade, aceitei que era gay e comecei a fumar e a beber como uma forma de autoafirmação. O problema é que o álcool também é calórico e, em excesso, engorda tanto ou até mais do que doces. Assim, cheguei a 120 kg.
Na época da faculdade de publicidade, comecei a fazer academia, a treinar rúgbi duas vezes por semana e fiz uma reeducação alimentar por conta própria. Em dois anos, perdi 20 kg e fiquei com o peso estável, até decidir mudar de carreira.
Sou de uma família maranhense que adora gastronomia. Aos 5 anos aprendi a cozinhar com a minha mãe e com a empregada e cozinheira de minha avó materna. Aos 10, meu pai me ensinou a fazer churrasco. Aos 23, decidi correr atrás do sonho que tinha desde criança: ser chef de cozinha e churrasqueiro.
Em 2013, já trabalhava como publicitário, mas abandonei tudo e me mudei do Maranhão para o interior de São Paulo, para fazer faculdade de gastronomia.
Após concluir o curso, fui trabalhar como cozinheiro no restaurante de um professor. Mesmo sabendo como é uma alimentação saudável, vivia comendo doce, frituras e lanches e bebendo muito álcool. A essa altura, já estava com 135 kg e sofria com o impacto da obesidade nas atividades do dia a dia e na saúde: não tinha disposição, vivia cansado e sofria de insônia.
Em 2016, saí do restaurante e criei o canal do YouTube "Cansei de ser Chef". Nessa época, passei a beber diariamente, em qualquer hora e lugar.
A imagem do gordo engraçado que bebia enquanto ensinava receitas 'pegou' na internet e passei a viver um persona. Para o público, reforçava minha autoafirmação. Por dentro, eu me sentia péssimo, horrível e com a cabeça toda bagunçada
Ao longo dos anos, algumas coisas impactaram bastante minha saúde mental e me fizeram engordar ainda mais. Meu casamento acabou, passei a ter problemas para me relacionar e enfrentamos a pandemia do coronavírus. Assim, atingi o peso máximo de 156 kg.
Cheguei ao final de 2021 bebendo uma média de 30 latinhas de cerveja e duas garrafas de uísque por dia, além de outros destilados (cachaça, vodca) —atingi um nível que praticamente não ficava mais bêbado. Mas, por outro lado, minha carreira deslanchou, participava de muitas feiras, eventos e virei empresário do segmento de gastronomia.
A virada de chave
Após passar por um processo espiritual, em dezembro de 2021, tomei a decisão de mudar de vida. Estava determinado a parar de beber, de fumar e emagrecer.
No dia 2 de janeiro de 2022, mandei mensagem para um amigo gastroenterologista falando que queria fazer a cirurgia bariátrica.
A obesidade estava me atrapalhando demais. Tinha dificuldade de subir escadas, de andar nos eventos e não aguentava ficar muito tempo em pé para cozinhar, precisava sentar para descansar
Meu amigo médico me pediu alguns exames para ver como estava minha saúde. Eu já estava com princípio de ter uma cirrose. Se continuasse a beber, teria sérias complicações no fígado.
Estava com nível de obesidade 3 e habilitado para fazer a bariátrica, mas meu amigo médico sugeriu de eu primeiro tentar emagrecer naturalmente. Se não conseguisse, daríamos início ao processo para realizar a operação.
Parei de beber e de fumar e iniciei uma dieta cetogênica [que limita bastante o consumo de carboidratos] e um protocolo de jejum intermitente, com orientação de uma nutricionista.
Comia duas vezes por dia: uma ao meio-dia e outra às 16h. Ou seja, jejuava por 20 horas. O cardápio era parecido nas duas refeições: proteínas (carnes e ovos) e vegetais folhosos (espinafre, couve, rúcula, brócolis).
Consumia apenas 50 g de carboidrato por dia e comia churrasco todos os dias. Também tomava 5 litros de água e café sem açúcar.
Em quatro meses, perdi 25 kg. Fui de 156 kg para 131 kg.
Ao atingir esse peso, passei a contar com o acompanhamento de um nutrólogo e um novo nutricionista. Eles elaboram um plano alimentar em que passei a fazer seis refeições ao dia, alterando entre duas dietas a cada dia. Em uma, comia fontes saudáveis de carboidratos (grãos integrais, raízes e frutas) e na outra seguia a linha cetogênica.
Chegava a comer 1 kg de carne diariamente, sem medo de cortes com mais gordura. Preparava de tudo na churrasqueira: contrafilé, picanha, bisteca suína, sobrecoxa de frango, linguiça, maminha, fraldinha, copa lombo, pescada, tilápia, salmão.
Eu fazia o churrasco e o restante da comida era preparado por uma amiga que também é cozinheira. Ela montava marmitas semanais, com os alimentos indicados pelos especialistas.
Além de mudar a alimentação, passei a fazer atividade física. Ia para a academia duas vezes por dia. De manhã, fazia aeróbico (corrida, bike) e à noite, musculação com auxílio de um personal trainer.
Outro ponto importante no meu processo de emagrecimento foi a cura emocional. Com a psicanálise, tenho trabalhado o autoperdão e aprendido a lidar com os meus problemas e traumas de forma sóbria, sem nenhum aditivo e recompensa —sempre busquei refúgio para as minhas emoções na comida e na bebida.
Ao todo, perdi 57 kg e cheguei a 99 kg, sendo que de maio até dezembro eliminei mais 32 kg de gordura e ganhei 15 kg de músculos.
Sigo com a dieta e a rotina de exercícios que me fizeram alcançar esses resultados. Esse novo estilo de vida me trouxe vários benefícios, o principal deles é me sentir vivo e melhorar a minha autopercepção.
Passei a minha vida toda me achando um lixo. Hoje, eu me sinto bem comigo mesmo, aprendi a me cuidar, a me amar e a me relacionar com outras pessoas
Para quem quiser acompanhar meu dia a dia, compartilho muito coisa meu perfil do Instagram @salomaobruno. Também faço um vlog mensal falando sobre meu processo de emagrecimento no canal Cansei de Ser Chef, no Youtube.
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