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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Médico de família pensa na prevenção e é especialista em cuidar de gente

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Imagem: iStock

Fernanda Bassette

Da Agência Einstein

24/12/2022 11h38

"Um especialista em cuidar de gente". É dessa maneira que Rafael Herrera Ornelas, médico de família e comunidade do Hospital Israelita Albert Einstein e gerente médico de Cuidado Integrado do hospital define o que faz o médico de família.

Trata-se de uma especialidade antiga (a primeira residência na área é de 1976), que remete a uma memória romântica do profissional que ia visitar os pacientes e seus familiares em casa, mas que ainda é pouco conhecida por muitas pessoas.

"Tem se falado cada vez mais da medicina de família, isso fica muito claro nos serviços que têm a medicina de família como porta de entrada. Mas ainda há muito desconhecimento", disse Ornelas.

O médico de família vai muito além do que fazia o antigo profissional que visitava as pessoas em casa. Ele tem uma formação generalista, mas o foco é cuidar do paciente de forma integral e humanizada: "Não é que as outras especialidades não façam isso, mas o olhar do médico de família é diferente porque ele promove a saúde, a prevenção, a reabilitação e até os cuidados paliativos, desde o nascimento até a morte".

Uma dúvida comum é sobre a diferença entre a atuação do médico de família e do clínico geral. Segundo Ornelas, são duas especialidades diferentes sendo que o clínico geral está mais acostumado a lidar com pacientes adultos e casos de internação, enquanto o médico de família é mais generalista e atua independentemente da faixa etária e do gênero do paciente.

"Nós fazemos o primeiro diagnóstico, identificamos condições de risco, fazemos check-ups, rastreamentos. E, quando a necessidade do paciente foge do nosso escopo (como por exemplo não responder a determinado tratamento, ou receber diagnóstico de uma doença mais complexa), encaminhamos para o médico especialista naquela área", explicou.

De acordo com Ornellas, estudos demonstram que os médicos de família conseguem atingir cerca de 90% de resolutividade dos problemas de saúde quando se tratam de questões que podem ser resolvidos na atenção primária. "A intenção não é resolver 100% dos casos, isso nem seria possível porque há casos fora do escopo de atuação", disse.

Vários estudos mostram que os serviços de saúde que se organizam com foco na atenção primária têm melhores resultados clínicos e desfechos no controle das doenças, além de menos internações e taxas de óbitos. "Todos os indicadores melhoram", afirmou o médico.

Então, quando devo procurar o especialista?

Ornelas ressalta que o médico de família também é um especialista e diz que é equivocada a visão de o paciente procurar um ou outro profissional. A diferença, reforça, é que existem médicos especializados em condições focais - como o cardiologista, o endocrinologista, o dermatologista, o oncologista.

"Um paciente que toma medicamento para hipertensão arterial, por exemplo, pode fazer o acompanhamento de rotina com o médico de família, que poderá ajustar as doses ou trocar medicação. No momento em que esse paciente se tornar refratário ao tratamento ou apresentar alguma piora clínica, ele é encaminhado para o cardiologista", explicou.

Isso não significa, no entanto, que a partir desse momento o paciente vai trocar de médico. "Não existe alta do médico de família. Quando um paciente é encaminhado para determinado especialista, o médico de família vai junto. Trata-se de uma atuação conjunta entre os dois profissionais, uma não exclui a outra", finalizou.

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