Câncer de cólon, infecção: entenda problemas de saúde que Pelé teve
Morreu, nesta quinta-feira (29), o jogador Pelé, maior ídolo do futebol no Brasil. Aos 82 anos, ele passou por um período de internação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Edson Arantes do Nascimento não resistiu a complicações de um câncer no cólon e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos.
Ainda no começo do mês, os médicos disseram que o tratamento não pode impedir a progressão da doença e o Rei do Futebol foi colocado em cuidados paliativos. Às 15h56 de hoje, ele teve seu óbito confirmado.
A seguir, entenda os problemas de saúde que Pelé teve.
Câncer de cólon
- O câncer de cólon e reto abrange tumores na parte do intestino grosso, que é chamada de cólon, além do reto e do ânus.
- É definido pelo Ministério da Saúde como um câncer tratável e, na maioria dos casos, curável, quando é detectado precocemente e ainda não se espalhou para outros órgãos.
- Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
- Por ter uma forte associação com maus hábitos alimentares, é um tipo de câncer que pode ser prevenido.
- O próprio exame de colonoscopia, indicado para diagnóstico e rastreamento da doença, também tem um caráter preventivo: quando pólipos são encontrados, eles podem ser removidos antes de evoluírem para um tumor maligno.
Fatores de risco
- Ingestão excessiva de carnes vermelhas, principalmente as processadas: o mecanismo de ação seriam os compostos carcinogênicos gerados durante o processamento (para virar salsicha, bacon, presunto etc.) ou quando a carne é submetida a altas temperaturas (como assar, fritar ou grelhar).
- Dietas pobres em frutas, legumes e verduras: vegetais são ricos em antioxidantes e fibras, que têm papel protetor contra a obesidade e o câncer. Por isso, a recomendação é ingerir cinco porções ao dia desses alimentos;
- Obesidade abdominal: a condição envolve reações hormonais e inflamatórias que aumentam o risco de câncer;
- Sedentarismo: a prática regular de exercícios combate a obesidade e melhora o perfil hormonal;
- Fumo: o tabaco também já foi relacionado ao câncer colorretal;
- Consumo excessivo de álcool: homens que ingerem mais de 14 doses de bebida alcoólica por semana, bem como mulheres que bebem mais que sete doses por semana, têm risco mais alto de ter esse e outros tipos de câncer.
Os fatores de risco associados ao câncer de intestino que não podem ser alterados incluem a herança familiar, a idade (a maior parte dos pacientes com a doença tem mais de 50 anos) e diabetes tipo 2.
O principal exame para detectar o câncer colorretal é a colonoscopia. Além de solicitado quando há sintomas, ou após um resultado positivo na pesquisa de sangue oculto nas fezes, o exame é utilizado no rastreamento do câncer colorretal a partir dos 50 anos de idade, ou a partir dos 40 anos em pacientes com histórico familiar.
Sintomas do câncer de cólon
É fundamental procurar o médico sempre que notar qualquer alteração nas fezes ou no hábito intestinal. As principais manifestações do câncer de cólon incluem:
- presença de sangue ou muco nas fezes;
- fezes escuras ou em forma de fita;
- anemia;
- cólicas abdominais;
- dores ou sangramento ao evacuar;
- mudança no hábito intestinal (a pessoa começa a ter diarreia ou prisão de ventre que não passam e não têm causa aparente);
- sensação que o intestino não esvaziou após evacuar;
- sensação de empachamento;
- perda de peso inexplicável;
- cansaço e fadiga constantes.
Tratamentos
Apenas alguns tumores em estágio inicial podem ser retirados por colonoscopia. A cirurgia para retirada de tumores do cólon é chamada de colectomia, e pode ser aberta (com incisão no abdome) ou feita por laparoscopia. Gânglios linfáticos próximos também podem ser removidos no mesmo procedimento. Em casos de obstrução intestinal, um stent pode ser inserido antes do procedimento.
- Em relação ao câncer de reto, muitas vezes a quimioterapia ou a radioterapia podem ser indicadas para reduzir o tamanho do tumor antes do procedimento cirúrgico.
- É que, como o reto está localizado dentro da cavidade pélvica, o trabalho do cirurgião fica dificultado. Existem técnicas minimamente invasivas capazes de remover tumores localizados sem incisões.
Infecção respiratória
Pelé também ficou internado no hospital por causa de uma infecção respiratória após ele contrair covid-19, e para a reavaliação do tratamento do câncer.
As infecções do trato respiratório são contaminações de partes do corpo envolvidas na respiração, como seios nasais, garganta, vias aéreas ou pulmões.
- Os sintomas podem incluir tosse, espirros, congestão nasal, dores de garganta, de cabeça e musculares, febre, falta de ar e aperto no peito.
- A maioria das infecções respiratórias passa em uma ou duas semanas, mas o tratamento dependerá do motivo que causou a infecção.
- Se foi um vírus, como é o caso do resfriado comum, o quadro geralmente desaparece sozinho, mas a situação pode variar de acordo com o tipo de vírus em questão, como foi observado durante a pandemia de covid-19.
- As infecções respiratórias costumam ser contagiosas, principalmente as causadas por viroses --como a covid--, que são facilmente propagadas em ambientes com aglomerações de pessoas, como escolas, creches ou no ônibus, por exemplo.
- Outros exemplos de infecções no trato respiratório são a pneumonia (pulmão), bronquite (brônquios), sinusite (seios da face) e faringite (faringe).
- O boletim médico de Pelé não especificou qual área de seu trato respiratório foi mais afetada.
Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como o Rei do Futebol, que estava recebendo um tratamento quimioterápico, podem estar mais susceptíveis a contrair infecções respiratórias.
*Com informações de reportagem publicada em 02/12/2022.
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