Má higiene pode causar câncer de pênis, que fez militar ter órgão amputado
Um militar inglês teve o pênis amputado por conta de um câncer no órgão, identificado após três erros de diagnóstico ao longo de cerca de seis meses. A história do subtenente do Exército Britânico Gavin Brooks ficou conhecida depois de sua família criar uma vaquinha virtual, que já arrecadou R$ 210 mil, para ajudar no tratamento.
A amputacão é uma das consequências do câncer de pênis em estágio avançado. No Brasil, o número de amputações de pênis cresceu 1.604% em 14 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) no início do ano passado.
No período, foram realizados cerca de 7 mil procedimentos —uma média de 515 por ano.
Infelizmente, a desinformação e a dificuldade de acesso à saúde contribuem para muitos casos de amputação do órgão e morte por câncer de pênis. Nota da SBU, 2022
Quais são as causas do câncer de pênis
Esse tipo de tumor está relacionado principalmente à má higiene na região. Por isso, a recomendação é realizar corretamente a limpeza:
- O pênis deve ser higienizado como qualquer outra parte do corpo. Não há necessidade do uso de sabonete íntimo. O importante é lavá-lo bem com água e sabonete comum;
- A recomendação é puxar para trás o prepúcio (pele que recobre a cabeça do pênis) e exteriorizar a glande (cabeça do pênis). Isso evita o acúmulo de esmegma, uma secreção oleosa que, em excesso, pode causar inchaço e infecção;
- É preciso enxugar o pênis. Isso porque o acúmulo de água, principalmente para quem ainda tem o prepúcio (pele que recobre a glande), pode gerar fungos, que se proliferam devido ao abafamento da região da virilha;
- Também é recomendável expor a cabeça do pênis durante a micção. Caso contrário, o prepúcio pode armazenar resíduos de urina, o que promove a proliferação de microrganismos na região.
Além da má higiene, outros fatores de risco para o câncer de pênis são:
Excesso de prepúcio;
Fimose (quando a pele que recobre o pênis não deixa a glande ser exposta);
Infecção pelo HPV;
- Tabagismo.
Câncer de pênis sempre leva à amputação?
Não. Quando diagnosticado rapidamente, o tumor é superficial e pode ser tratado com radioterapia, quimioterapia ou terapia local, que ajudam a acabar com a lesão sem grandes implicações e nenhum tipo de corte lá.
- O problema acontece quando, apesar de perceber que o órgão está comprometido, o paciente só procura o médico quando o pênis já está bem ferido, às vezes com o tumor exposto, saindo sangue e pus. Ou quando ocorrem falhas médicas que atrasam o diagnóstico do câncer --caso do militar inglês.
- Quando chega neste ponto, uma cirurgia mais radical pode ser necessária.
- A amputação pode ser parcial ou total --nesse caso, todo o pênis é retirado e cria-se um novo orifício para a saída da urina, que se chama uretrostomia perineal. A vontade de ir ao banheiro ainda pode ser controlada, mas o homem só vai fazer xixi sentado.
Prevenção
- A principal dica é: olhe para seu órgão genital para perceber quando surgir algo diferente. Isso porque esse tipo de câncer costuma começar com uma pequena ferida, que aumenta de tamanho e cria pus, além de causar mau cheiro;
- Higienização com água e sabão;
- Como muitas vezes o câncer é causado pelo HPV, é importante se vacinar. A vacina contra o HPV é distribuída gratuitamente pelo SUS para meninos de 11 a 14 anos, meninas de 9 a 14 anos, pessoas que têm HIV e pessoas com idade entre 9 a 26 anos que receberam transplante. Adultos que estão fora dessas faixas podem se vacinar na rede privada, caso o urologista recomende.
- Uso de preservativo nas relações sexuais.
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