Protetor solar: o que importa na hora de escolher seu produto
O uso do protetor solar é uma unanimidade entre os dermatologistas: todos precisamos usar e nas quantidades certas, sem regular na dose aplicada. Além disso, também não vale pular o produto só porque está frio ou nublado. Mas, no verão, é preciso sim redobrar a atenção.
As opções disponíveis são várias e muitas vezes o consumidor acaba tendo dificuldades na hora de escolher qual protetor solar comprar. Os rótulos desses produtos são cheios de siglas e números que podem mais confundir do que esclarecer a composição química do protetor solar vendido.
Por isso, elaboramos este breve "glossário" para ajudar a desvendar as muitas siglas e termos usados para falar de proteção solar.
O que importa na hora de comprar um protetor solar?
O mais importante é escolher um produto que ofereça proteção contra as radiações ultravioleta B e ultravioleta A, que são indicadas, respectivamente, pelas siglas FPS e PPD. Atualmente, os produtos regulamentados pela Anvisa já possuem as duas proteções.
O que significam essas siglas todas?
UVB — Radiação ultravioleta B: é a responsável pela vermelhidão da pele após a exposição solar, pode causar queimaduras e ardência. É mais presente entre 10h e 16h e está envolvida na síntese de vitamina D.
UVA — Radiação ultravioleta A: está presente durante todo o dia, do nascer ao pôr do sol, e ao longo do ano todo. Capaz de atravessar nuvens, janelas e vidros de carros, é a principal responsável pelo envelhecimento precoce da pele e causa manchas e rugas.
FPS — Fator de Proteção Solar: é o índice usado para se referir à proteção contra a radiação UVB, o conhecido número do protetor solar. Mede o tempo que a pele demora para ficar vermelha quando exposta ao UVB.
- É importante optar por um FPS de pelo menos 30. A partir desse número, já existe uma proteção analisada de 96,7% da radiação solar.
- No caso do fator 50, essa proteção sobe para apenas 98% da radiação, de modo que a variação é pequena.
- No caso do FPS 15, os estudos mostram uma proteção de cerca de 93%, uma variação já considerável em relação ao fator 30.
- Em fatores menos do que o 15, a proteção solar não é considerada significativa.
Tudo isso, porém, só é válido se a pessoa usar a quantidade indicada e que foi usada para fazer os testes de eficácia desses produtos, geralmente muito maior do que o que estamos acostumados a usar.
Assim, embora a diferença de proteção não seja significativa a partir do fator 50, um maior FPS pode ser relevante para quem aplica quantidade pequenas do produto ou quem não tem o hábito de reaplicar durante a exposição solar.
PPD / FP-UVA — PPD significa, em inglês, Persistent Pigment Darkening (Escurecimento Persistente do Pigmento, em tradução livre). A sigla indica o grau de proteção oferecido pelo produto contra raios UVA. Nos rótulos, pode aparecer como FP-UVA (Fator de Proteção UVA). Ele mede o quanto a pele demora a apresentar pigmentação por melanina quando exposta à radiação.
O PPD ideal é a partir de 10 e deve representar, no mínimo, um terço do FPS. Ou seja, se você comprar um protetor fator 30, observe se o PPD é de pelo menos 10.
PA+ — PA+, PA++, PA+++, PA++++ são algumas siglas presentes em protetores solares, principalmente os importados. Essa é uma escala PPD, ou seja, relacionada à proteção UVA de um protetor solar. Nessa escala, uma proteção entre 2 e 4 é apontada como PA+, entre 4 e 8 é PA++, entre 8 e 16 é PA+++ e maior que 16 é PA++++, sendo os dois últimos as melhores opções.
IR — Infrared, em inglês, ou infravermelho: é a radiação sentida na pele através do calor ou mormaço. Atinge as camadas mais profundas da pele e, com isso, afeta a elasticidade e pode piorar manchas preexistentes, especialmente melasmas (que são manchas de sol não cancerígenas: inofensivas, mas permanentes).
A radiação infravermelha é a mais difícil de lidar, já que escapa muito facilmente dos protetores solares. Para se prevenir dela, o ideal é usar uma proteção física, como roupas com fator solar, chapéus, bonés ou protetores solares com cor. Esses produtos oferecem uma barreira mineral capaz de refletir a luz solar, como uma espécie de parede entre a pele e o sol.
Protetor físico ou químico?
Além dessas letrinhas todas, outro aspecto a ser considerado quando for escolher um protetor solar para comprar é a sua necessidade.
Existem dois tipos de protetor solar disponíveis no mercado: os físicos e os químicos.
Os protetores químicos absorvem a radiação ultravioleta, transformando-a em baixa energia, sem capacidade de causar prejuízos. Já os protetores físicos refletem a luz solar, impedindo que ela penetre na pele. Eles geralmente são compostos por minerais como óxido de zinco, óxido de ferro e dióxido de titânio, que são os responsáveis pela ação protetora.
Os protetores solares sem cor, em geral, contam com a proteção química, ao passo que os produtos com cor oferecem ambos os tipos de proteção, como é o caso de protetores solares com base.
Há ainda alguns protetores que são apenas físicos e podem trazer na embalagem a informação de que são "100% mineral". Esses produtos são mais indicados para pessoas de pele sensível, sensibilizada ou pessoas com doenças fotossensíveis.
Olho na limpeza! Seja qual for o modelo escolhido, vale dizer que, depois de usar o protetor solar ao longo do dia, é preciso fazer a higienização da pele, da mesma forma como você faria se estivesse usando maquiagem. Uma boa lavagem com sabonete já é o suficiente.
Quantidade importa
Por fim, um aspecto importante é a quantidade de protetor solar que se aplica. Alguns dermatologistas usam a "regra da colher de chá", na qual se indica:
- Uma colher de chá para rosto e pescoço;
- Uma colher para cada um dos membros superiores;
- Duas colheres de chá para tronco e dorso;
- E mais duas para cada uma das pernas;
Para facilitar a noção de medida, uma dica é fazer o teste uma vez com uma colher propriamente para ter noção de quanto uma colher de chá de protetor solar representa quando colocada na mão.
Outra opção, talvez mais prática, é reaplicar o protetor. Passe uma primeira vez no rosto e no corpo todo e, logo em seguida, reaplique no corpo todo. Assim você garante duas camadas do produto, já que em geral usamos uma quantidade muito menor que a indicada pelos fabricantes.
No caso do protetor solar, a quantidade é, talvez, a mais importante de todas as informações que você precisa saber. Se não for aplicado na quantidade ideal, o fator de proteção indicado pouco importa.
Preste atenção também à recorrência: não basta usar o protetor apenas em dias de sol ou quando for à praia. Mesmo pequenos momentos de exposição solar já são o suficiente para causar manchas na pele e vermelhidão.
Fontes: Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), de Corumbá (MS); Bruno de Castro e Souza, dermatologista oncológico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo (SP); Juliana K. de Almeida, dermatologista da SBD formada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); e Guilherme Augusto Gadens, dermatologista do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD.
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