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Renatinho Bokaloka infartou 3 vezes antes de morrer; depois do 1º é pior?

Renatinho Bokaloka - Reprodução/Instagram
Renatinho Bokaloka Imagem: Reprodução/Instagram

Do VivaBem*, em São Paulo

06/01/2023 13h55

O cantor Renatinho, 48, morreu nesta quarta-feira (5/1), após sofrer um infarto durante um show no Rio de Janeiro. Este foi o terceiro infarto sofrido pelo vocalista do grupo Bokaloka, que já havia tido um ataque cardíaco em maio de 2022 —o primeiro ocorreu em 2016.

O infarto do miocárdio (músculo do coração), também conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando uma artéria que leva sangue ao coração é obstruída de forma súbita e intensa. Com isso, as células do músculo do coração vão morrendo.

Hipertensão, obesidade, colesterol alto, tabagismo e diabetes são os principais fatores de risco.

Segundo infarto pode ser fatal?

Um ataque cardíaco era frequentemente mortal décadas atrás, matando até metade de suas vítimas em poucos dias, segundo a Universidade de Harvard. Mas o cenário mudou com o avanço do conhecimento, da tecnologia e da ciência.

  • Assim, com exceção do infarto fulminante, que leva à morte rápida, procedimentos como a implantação do stent (pequeno tubo que é colocado dentro da artéria para abri-la e evitar novo entupimento) ou a cirurgia de ponte safena aumentaram significativamente a expectativa de vida de indivíduos que tiveram um ou até mais ataques cardíacos.
  • Ter sobrevivido ao primeiro ou segundo infarto não significa, contudo, que o próximo não será fatal.
  • O risco de um segundo ou terceiro infarto acontecer ou levar à morte é maior quando existe a presença de fatores genéticos que predisponham ao episódio ou fatores relacionados ao estilo de vida que podem causá-lo, incluindo hipertensão, obesidade, sedentarismo, tabagismo e estresse.

Um infarto nunca é algo para ser subestimado. Edmo Atique Gabriel, cardiologista e colunista de VivaBem

Por que, depois do primeiro, risco de morte por infarto pode ser maior?

Edmo Atique Gabriel, cardiologista e colunista de VivaBem, explica que o infarto é uma doença que não se restringe à obstrução de uma artéria do coração. "O infarto é, mais do que tudo, uma doença inflamatória, pois provoca um processo inflamatório no músculo e nas artérias do coração", diz o médico.

Apesar de o stent ou a cirurgia cardíaca desobstruírem a artéria, esse processo inflamatório, segundo o especialista, continua.

O tratamento prévio não significa necessariamente que o processo inflamatório do músculo ou das artérias foi totalmente resolvido. É por isso que pode acontecer de uma pessoa ter um segundo ou terceiro infarto fatal, porque é como se fosse um processo inflamatório que acontece de forma cumulativa sobre um músculo ou artéria que já está muito doente. Edmo Atique Gabriel

Em artigo a VivaBem, o cardiologista Paulo Chaccur acrescenta que os danos que o infarto causou ao músculo do coração são mais determinantes do que o número de ataques cardíacos em si que uma pessoa sofreu.

"Ou seja, um infarto considerado grave é muito mais preocupante e ameaçador do que vários que não resultaram em lesões significativas", escreveu o médico.

Como tratar e evitar infarto

  • Avaliar a necessidade de desobstrução de uma artéria é um ponto importante no tratamento do infarto;
  • Para realizá-la, podem ser indicados uma angioplastia coronária (desobstrução mecânica), uma cirurgia de revascularização miocárdica, ou a utilização de fibrinolíticos (desobstrução com medicamentos);
  • Prática regular de exercícios físicos;
  • Alimentação adequada;
  • Parar de fumar;
  • Controle dos fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado são fundamentais para evitar o entupimento das artérias e consequente infarto;
  • O acompanhamento regular com cardiologista, sobretudo a partir dos 50 anos, é fundamental, assim como o controle rigoroso das doenças de base, através de medicamentos e da mudança do estilo de vida.

*Com informações de reportagem publicada em 11/12/2022.