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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Roberto Dinamite tinha câncer no intestino; veja sintomas da doença

Roberto Dinamite, ex-atacante do Vasco - Reprodução
Roberto Dinamite, ex-atacante do Vasco Imagem: Reprodução

Do VivaBem, em São Paulo

08/01/2023 12h30

O maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite, morreu neste domingo (8), aos 68 anos. Desde o fim de 2021, ele fazia tratamento para câncer no intestino.

Em todo o mundo, esse é o terceiro tipo de câncer mais comum, e representa 10% de todos os novos casos da doença em geral. Uma das particularidades desse tipo de tumor é que ele é mais frequente em regiões mais desenvolvidas, como a América do Norte, Europa e Oceania. Mesmo no Brasil, as maiores taxas de incidência estão no Sul e no Sudeste.

Por ter uma forte associação a hábitos alimentares, é um tipo de câncer que pode ser prevenido. O próprio exame de colonoscopia, indicado para diagnóstico e rastreamento, também tem um caráter preventivo —quando pólipos são encontrados, eles podem ser removidos antes de evoluir para um tumor maligno. Além disso, a doença costuma evoluir lentamente, o que favorece o tratamento do câncer.

Sintomas

Na maioria dos casos, o câncer colorretal é assintomático no início. À medida que progride, podem surgir manifestações como:

  • Presença de sangue ou muco nas fezes
  • Fezes escuras ou em forma de fita
  • Anemia
  • Cólicas abdominais
  • Dores ou sangramento ao evacuar
  • Mudança no hábito intestinal (a pessoa começa a ter diarreia ou prisão de ventre que não passam e não têm causa aparente)
  • Sensação que o intestino não esvaziou após evacuar
  • Sensação de empachamento
  • Perda de peso inexplicável
  • Cansaço e fadiga constantes.

Lembre-se que todos esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições.

Como é feito o diagnóstico

O principal exame para detectar o câncer colorretal é a colonoscopia. Além de solicitado quando há sintomas, ou após um resultado positivo na pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF), é utilizado no rastreamento do câncer colorretal a partir dos 50 anos de idade, ou a partir dos 40 anos em pacientes com histórico familiar.

Durante o procedimento, pólipos suspeitos são ressecados para biópsia (polipectomia). Assim, a colonoscopia não só é é fundamental para o diagnóstico como também para a prevenção do câncer, já que alguns desses pólipos podem se transformar em lesões malignas no futuro. É fundamental procurar o médico sempre que notar qualquer alteração nas fezes ou no hábito intestinal. No caso do ex-atacante, por exemplo, o tumor foi descoberto após Roberto Dinamite passar por uma cirurgia por conta de uma obstrução intestinal.

Quais são os fatores de risco modificáveis do câncer de intestino?

Alguns comportamentos são conhecidos por aumentar o risco de desenvolver tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Veja quais são eles:

Ingestão excessiva de carnes vermelhas, principalmente as processadas: o mecanismo de ação seriam os compostos carcinogênicos gerados durante o processamento (para virar salsicha, bacon, presunto etc.) ou quando a carne é submetida a altas temperaturas (como assar, fritar ou grelhar). O churrasco seria ainda pior, pois inclui os compostos provenientes da queima do carvão. Por excesso, entenda-se mais de cinco vezes por semana, ou uma média superior a 100 gramas por dia.

Dietas pobres em frutas, legumes e verduras: vegetais são ricos em antioxidantes e fibras, que têm papel protetor contra a obesidade e o câncer. Por isso, a recomendação é ingerir cinco porções ao dia desses alimentos;

Obesidade abdominal: a condição envolve reações hormonais e inflamatórias que aumentam o risco de câncer;

Sedentarismo: a prática regular de exercícios combate a obesidade e melhora o perfil hormonal;

Fumo: o tabaco também já foi relacionado ao câncer colorretal.

Consumo excessivo de álcool: homens que ingerem mais de 14 doses de bebida alcoólica por semana, bem como mulheres que bebem mais que sete doses por semana, têm risco mais alto de ter esse e outros tipos de câncer.

Fatores de risco não modificáveis

Os fatores de risco associados ao câncer de intestino que não podem ser alterados incluem a herança genética, a etnia e a idade, por exemplo. Entenda abaixo:

Idade: a maior parte dos pacientes com a doença tem mais de 50 anos.

Herança familiar: algumas famílias têm histórico desse tipo de câncer, e nesses casos é comum o surgimento antes dos 50 anos. Também há síndromes associadas à doença, como o câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC, ou síndrome de Lynch) e a polipose adenomatosa familial (FAP).

Histórico pessoal de câncer ou pólipos: quem já teve pólipos adenomatosos ou tratou-se de câncer colorretal, de ovário, útero ou mama também é mais propenso.

Etnia: estudos indicam que judeus de origem europeia oriental têm maior tendência a esse tipo de câncer, bem como pessoas negras, embora as causas não sejam claras.

Diabetes tipo 2: de acordo com a Associação Americana do Câncer, pacientes com a doença têm maior risco mesmo descontando-se fatores como obesidade abdominal e sedentarismo. Doenças inflamatórias intestinais: pacientes com colite ulcerativa ou doença de Crohn têm propensão maior ao câncer colorretal.

Tratamento

Apenas alguns tumores em estágio inicial podem ser retirados por colonoscopia. A cirurgia para retirada de tumores do cólon é chamada de colectomia, e pode ser aberta (com incisão no abdome) ou feita por laparoscopia. Gânglios linfáticos próximos também podem ser removidos no mesmo procedimento. Em casos de obstrução intestinal, um stent pode ser inserido antes do procedimento.

Em relação ao câncer de reto, muitas vezes a quimioterapia ou a radioterapia podem ser indicadas para reduzir o tamanho do tumor antes do procedimento cirúrgico. É que, como o reto está localizado dentro da cavidade pélvica, o trabalho do cirurgião fica dificultado. Existem técnicas minimamente invasivas capazes de remover tumores localizados sem incisões.