Sintomas iniciais do câncer de pele nem sempre são percebidos; entenda
Considerado o câncer com maior incidência no Brasil, o câncer de pele não melanoma corresponde a 31,3% dos casos, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) divulgados em novembro de 2022.
- O tumor é mais comum em indivíduos acima dos 40 anos com pele e olhos claros e que se queimam facilmente quando expostos ao sol.
- Histórico familiar da doença e tratamento com medicamentos imunossupressores também podem aumentar o risco de desenvolver o problema, de acordo com especialistas.
- Diferente do câncer de pele do tipo melanoma, menos frequente e mais agressivo, os primeiros sintomas do tipo não melanoma não são pintas irregulares ou que mudam de cor e sim lesões parecidas com manchas ou verrugas.
"A lesão nesses casos costuma ser semelhante a manchas ou pápulas avermelhadas que podem sangrar, com crostas na superfície e que nunca cicatrizam", explica Renato Marchiori Bakos, coordenador do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Quais são os tipos de câncer de pele mais comuns?
O não melanoma pode ser dividido em dois tipos, de acordo com o tecido em que se origina:
- Carcinoma basocelular
O tipo mais comum dos tumores na pele, se desenvolve a partir das células basais localizadas na parte mais profunda da epiderme (a camada externa da pele, aquela que conseguimos ver).
Costuma surgir nas partes do corpo mais expostas ao sol como rosto, orelha, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.
No geral, se manifesta como uma mancha ou pápula avermelhada que sangra com facilidade e que não cicatriza, formando um machucado que está sempre incomodando.
"É a famosa 'ferida que não cicatriza', sangrando com frequência e formando crostas em cima", explica Édison Lima, dermatologista da Clínica Clivale, em Salvador, na Bahia.
- Carcinoma espinocelular
Segundo tipo mais comum de tumor na pele, ocorre nas células escamosas, localizadas na parte superior da pele. Também ocorre com frequência nas áreas mais expostas ao sol e costuma acometer mais homens do que mulheres.
Nesse tipo de câncer, o principal sintoma são lesões semelhantes às verrugas e que podem eventualmente sangrar. Também podem ter uma crosta por fora e formar pequenas feridas que não cicatrizam.
E o melanoma?
Felizmente, o melanoma representa a minoria dos casos de câncer de pele, cerca de 3% dos diagnósticos, de acordo com o Ministério da Saúde.
"Felizmente" porque esse é um tipo mais agressivo de tumor de pele e que tem alto risco de provocar metástase —quando o câncer se dissemina por outros tecidos no corpo.
Neste caso, aí sim, é preciso observar as pintas do corpo: qualquer sinal acastanhado ou preto que muda de cor, formato ou de tamanho, que provoque coceira e/ou esteja sangrando deve ser avaliado por um dermatologista.
Quando é preciso ir ao médico?
"O melhor é que as pessoas que tenham a possibilidade ou risco para a doença façam uma avaliação com o dermatologista anualmente em busca de lesões suspeitas", orienta Marchiori.
Isso porque as lesões cancerígenas podem surgir em áreas que nem sempre estão visíveis a nós, como a parte de cima do couro cabeludo, as costas e o pescoço.
Por isso não é incomum que os primeiros sinais e sintomas da doença passem desapercebidos ou não sejam notados logo de cara pelo paciente.
Ao fazer a avaliação, é possível detectar qualquer eventual tumor ainda em estágios iniciais e removê-lo rapidamente. E, claro, o médico também deve ser procurado a qualquer momento se o indivíduo notar lesões suspeitas em alguma parte do corpo.
Por que é importante descobrir de forma precoce?
A descoberta precoce aumenta a chance de cura desse tipo de câncer. "O principal tratamento é a remoção total da lesão e, na maioria dos casos, apenas isso já é suficiente para resolver o quadro", afirma Luiz Henrique Araújo, coordenador de oncologia do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, e head de oncologia da Dasa Genômica.
Em alguns casos selecionados, no entanto, é possível tratar a lesão com medicações tópicas específicas. "Elas vão agir como uma espécie de quimioterapia tópica, removendo o tumor de forma menos agressiva", afirma Lima.
Há também a opção de usar terapia fotodinâmica —mas, claro, tudo depende do tipo de câncer e da conduta escolhida pelo especialista.
Já a radioterapia, a quimioterapia tradicional e as terapias-alvo costumam ser usadas apenas nos casos de câncer do tipo melanoma e, mesmo assim, quando necessário.
Como prevenir o câncer de pele?
A principal forma de evitar qualquer tipo de câncer de pele é evitar a exposição solar excessiva. Isso vale para todas as peles, incluindo as mais escuras; mas é especialmente importante para pessoas de pele clara, que têm mais risco de desenvolver a doença.
Confira abaixo algumas dicas para reduzir os riscos:
- Se for se expor ao sol, faça uso de barreiras físicas como chapéus, camisetas e óculos escuros para reforçar a proteção;
- Use filtro solar não só na praia e na piscina como também no dia a dia;
- Evite a exposição solar entre 10h e 16h, quando os raios UV (ultravioleta) estão mais fortes;
- Na praia ou na piscina, fique embaixo de barracas ou guarda-sóis de algodão ou lona (as de nylon não protegem contra os raios UV). No entanto, lembre-se que eles absorvem apenas 50% da radiação ultravioleta. Por isso, é preciso reforçar a proteção com roupas e protetor solar.
- Consulte um dermatologista ao menos uma vez ao ano para fazer um exame completo da pele;
- Tenha o hábito de observar a própria pele e fazer o autoexame em busca de pintas ou manchas suspeitas.
*Com informações de reportagem de 18/09/2018.
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