'Pança aumentou': Tati Bernardi comenta efeitos de DIU hormonal; é comum?
Após começar a usar o método contraceptivo DIU (dispositivo intrauterino) Mirena, a escritora Tati Bernardi compartilhou com os fãs, em seu perfil no Instagram, que está sofrendo com efeitos colaterais.
Desde que coloquei o DIU Mirena as coisas deram uma pequena desandada. Minha pança aumentou, dores estranhas na lombar começaram, meus seios doem constantemente, inchei, engordei, meus humores deram uma surtadinha tanto pra baixo quanto pra cima.
O relato da escritora abriu espaço para que outras mulheres contassem suas experiências com o dispositivo.
Nos comentários da publicação, a ex-deputada federal pelo Rio Grande do Sul Manuela D'Ávila (PC do B) foi uma das que afirmou também ter tido uma experiência ruim com o método.
"Tirei em cinco meses, pois ficava na cama de tanta cólica. Nasceram espinhas em todo o meu rosto (nunca tinha tido). Foi uma experiência horrível. Depois dela decidi nunca mais tomar hormônio", comentou D'Ávila.
Algumas, por outro lado, disseram que o DIU Mirena não causou nenhum efeito colateral significativo. Uma das seguidoras afirmou que o método foi "um dos melhores investimentos" de sua vida. "Cada uma é uma, né", disse ela.
Já outras recomendaram que Tati Bernardi trocasse o DIU Mirena, que funciona à base de hormônios, pelo DIU de cobre, versão não hormonal.
"Zero hormônios Tati. Sai dessa. Me liga se quiser e trocamos sobre isso", sugeriu a atriz Fernanda Lima.
O que é DIU hormonal e qual a diferença em relação ao DIU de cobre?
- O DIU é um dispositivo contraceptivo no formato de T que fica dentro do útero. É seguro, eficaz e de longa duração.
- É considerado o método de contracepção de longa ação mais utilizado no mundo.
- De maneira geral, existem dois tipos de DIUs, com e sem hormônio, e dentre eles existem subtipos que irão se ajustar aos desejos e necessidades de cada pessoa.
- O DIU Mirena é o principal subtipo de DIU hormonal. Contém uma substância chamada levonogestrel, um derivado sintético da progesterona (hormônio feminino). Uma dose mínima desse hormônio é liberada diariamente no útero, o que causa o espessamento do muco cervical, que é uma espécie de "tampão" no colo uterino, impedindo a subida dos espermatozoides ao óvulo.
- Já o DIU de cobre não utiliza hormônios em sua composição. A opção citada por algumas famosas que responderam à publicação de Tati Bernardi libera íons de cobre no útero, o que forma uma barreira para dificultar a mobilidade dos espermatozoides no útero, impossibilitando a fecundação do óvulo.
Efeitos experimentados por Tati Bernardi são comuns?
Ilza Monteiro, ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), explica que, já que o DIU Mirena carrega um hormônio que tem características semelhantes à progesterona, a mulher pode acabar sentindo alterações parecidas com aquelas que costumam surgir no período pré-menstrual.
Exemplos são o aparecimento de espinhas, sensibilidade nas mamas, mudanças no humor e sensação de inchaço corporal. Segundo Monteiro, esses sintomas são mais comuns nos primeiros meses de uso do dispositivo.
Todo hormônio que entra no corpo da gente tem um período de adaptação, porque depende de receptores do nosso organismo. Conforme o tempo vai passando, os sintomas tendem a desaparecer. Isso não significa que algumas mulheres não terão sintomas mais significativos. Claro que isso existe, mas existe, pelos estudos que a gente vê, numa proporção menor. Ilza Monteiro, ginecologista
A médica acrescenta que também é preciso levar em consideração a sensibilidade individual de cada pessoa. Enquanto algumas mulheres não sentem nada ao usar o DIU Mirena, outras poderão ter uma sensibilidade maior.
Esse cenário não pode ser previsto com antecedência, mas algumas questões precisam ser levadas em consideração antes da escolha pelo DIU hormonal ou livre de hormônios (veja abaixo).
DIU hormonal ou DIU de cobre?
A resposta depende do objetivo e das indicações.
- O DIU Mirena é indicado especialmente para quem não deseja engravidar pelos próximos cinco anos --período pelo qual geralmente pode ficar no útero sem manutenção.
- Já a duração do DIU de cobre depende do tipo do dispositivo. O DIU de cobre 380, por exemplo, é válido por 10 anos. O DIU de cobre 375, por sua vez, vale por cinco anos, como explica em artigo para o VivaBem a ginecologista Larissa Cassiano.
- Os modelos com hormônio, como o DIU Mirena e o DIU Kyleena, podem ajudar pacientes com sangramento aumentado (pois diminuem o fluxo menstrual), endometriose, fluxo irregular na menopausa e podem servir como forma de reposição hormonal.
- Já os métodos sem hormônio, a exemplo do DIU de cobre, são uma boa opção para quem tem contraindicação ao hormônio e apresenta um fluxo menstrual pequeno a moderado.
- O DIU de cobre não é indicado para quem tem um fluxo menstrual intenso, pois ele aumenta a quantidade de sangue durante a menstruação e, assim, pode levar à anemia.
- Tanto o DIU Mirena quanto o DIU de cobre não são recomendáveis para mulheres que possuem alterações no útero.
- Se a pessoa tiver alguma IST (infecção sexualmente transmissível), a orientação é se tratar primeiro antes de colocar o dispositivo --caso contrário a infecção pode evoluir para o colo do útero.
- De forma geral, o DIU é indicado para mulheres que não costumam se lembrar de tomar o remédio sempre no mesmo horário.
- O método possui uma taxa de falha que gira em torno de 0,2 a 0,9 em 100 mulheres observadas por ano, ou seja, é altamente eficaz. Saiba mais sobre a eficácia de cada método anticoncepcional nesta matéria.
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