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Não seja sem noção: 10 regras de etiqueta para visitar paciente em hospital

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Imagem: iStock

Marcelo Testoni

Colaboração para VivaBem

25/01/2023 04h00

Quem já visitou um amigo, familiar ou recém-nascido no hospital sabe como esse tipo de situação nos deixa sem saber como agir, ainda mais estando o paciente em estado delicado, em UTI ou quando é preciso permanecer como acompanhante.

São dúvidas comuns se podemos, ou não, tocar o outro, sentar no leito, manipular aparelhos, usar o mesmo banheiro, falar habitualmente, levar algo de fora. Além disso, nos preocupamos com duração das visitas, pedidos do paciente e número de acompanhantes, incluindo crianças.

Ou seja, comparecer a um hospital, seja por instantes ou prazo indeterminado, pode ser uma das experiências que mais exigem preparo e para não ficar perdido e enfrentar problemas, VivaBem compilou algumas regras de etiqueta que você deve seguir, segundo especialistas.

  • Respeite horários

Relógio - Ales Krivec on Unsplash - Ales Krivec on Unsplash
Imagem: Ales Krivec on Unsplash

Visitas diárias aos pacientes são permitidas, mas desde que sejam respeitados os horários estabelecidos pelo hospital. Os visitantes devem fornecer seus dados pessoais na recepção e utilizarem em local visível alguma identificação de acesso, como crachá, pulseira ou adesivo.

É preferível também checar antes o melhor horário para o paciente receber visitas, para não atrapalhar algum procedimento, como exames, banho, troca de roupa, alimentação, sono.

Sobre a duração do encontro, de 30 minutos a uma hora, mas dependerá do estado do paciente (se está acordado, com tubo respiratório, alteração de consciência) e do grau de intimidade entre vocês. Sendo bebê, pense no descanso dele e da mãe, melhor visitar depois.

  • Limite crianças e muita gente

Hospital não é lugar de passeio, sendo alguém íntimo do paciente, informe que, geralmente, mas nem sempre, nas visitas só podem uma ou duas pessoas por vez, com revezamento. Se o paciente estiver internado com covid-19, o contato tende a ser virtual, agendado com equipe.

A entrada de menores de 12 anos não é indicada, mas se for um desejo do paciente ou ele estiver bem e fora da UTI, pode ser avaliada essa possibilidade. Crianças pequenas e idosos devem evitar ambientes hospitalares por terem, mais facilmente, imunidade baixa. Quanto a visitar recém-nascidos, o ideal é que apenas familiares próximos compareçam à maternidade.

  • Desligue o celular no quarto

Mulher mexendo no celular - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Ao entrar na UTI ou maternidade é recomendado que as visitas desliguem o celular, pois o aparelho faz barulho, incomoda e acorda o paciente debilitado ou recém-nascido. Também não é ético fotografar, filmar e, pior, publicar na internet, alguém em situação de privacidade, vulnerável e dependente de cuidados, e muito menos os profissionais de saúde envolvidos.

  • Lave as mãos antes e depois

lavando as mãos - National Cancer Institute/Unsplash - National Cancer Institute/Unsplash
Imagem: National Cancer Institute/Unsplash

No dia a dia, lavar muito bem as mãos com água e sabão é fundamental e, quando se está dentro do hospital, mais ainda, para prevenção de infecções. Esse cuidado deve ocorrer antes de entrar no quarto do paciente e após a visita. Como anel, relógio, pulseira também devem ser limpos, o ideal é ir sem eles. Só não dispense frasco de álcool em gel e máscaras, de uso obrigatório. Use ainda avental, touca e luvas, quando for indicado pelo profissional de saúde da unidade.

  • Não sente ou apoie na cama

Para evitar contaminações e deixar cheiros, como de perfume e cigarro, não se sente no leito do paciente, nem coloque bolsa, chaves, sacolas e outros objetos pessoais sobre ele. Tem mais, o hospital não se responsabiliza por perdas. Visitas costumam ser rápidas justamente para não cansar o paciente e seus entes, que não dispõem de cama, no máximo, assentos.

  • Não manipule o paciente

Homem em leito hospitalar - Freepik - Freepik
Imagem: Freepik

Tocar e fazer carinho de leve no paciente pode. Porém, em se tratando de bebês, o correto é que antes ele tenha recebido as primeiras vacinas ao nascer. Quanto a carregá-lo no colo, só se a mãe oferecer e a enfermagem permitir, do contrário, não peça. Em se tratando de outros pacientes, não manipule ou tente ajudá-los com curativos, a se movimentar, acione alguém.

  • Não retire ou mexa em aparelhos

Os equipamentos e dispositivos que monitoram e exibem informações e sinais vitais do paciente ajudam enfermeiros, auxiliares e médicos a entenderem seu quadro e determinar o tratamento adequado.

Ocasionalmente, disparam alarmes e podem incomodar o paciente, mas não devem ser mexidos ou retirados por ninguém de fora, mas verificados pela equipe.

  • Não leve comida nem flores

O cardápio servido pelo hospital pode não agradar a todos, mas segue diretrizes nutricionais, de acordo com o quadro do paciente. Se ele comer ou beber algo de fora corre o risco de se contaminar, ou agravar possíveis restrições, descontroles, alergias, intolerâncias e debilidades.

Quanto a levar presentes, priorize os que entretenham, como livros, filmes, itens religiosos, mas eles devem estar higienizados ou lacrados. Flores e plantas não podem entrar no quarto, pois causam alergias, infecções por fungos, podendo arriscar a vida de pacientes imunodeprimidos.

  • Utilize o banheiro externo

Se possível, prefira utilizar os banheiros próprios para visitantes, localizados em áreas comuns do hospital, ao que o banheiro exclusivo do paciente, ainda mais se ele estiver com alguma infecção gastrointestinal e você não tiver certeza se o local foi higienizado após sua utilização. Agora, se estiver de acompanhante, vale carregar consigo protetores de assento sanitário.

  • Fale baixo, com calma e o necessário

Além de não conversar no celular dentro do quarto, fale em tom de voz baixa, afinal a situação pede silêncio. Durante a visita do médico, também procure conversar com ele sobre o estado de saúde do paciente fora do quarto, ainda mais se o diagnóstico for irreversível. Mantenha a calma, para compreender todas as informações e evitar falatórios e erros de comunicação.

Já com o paciente, dialogue da mesma maneira de sempre. Se ele estiver acordado, mas com limitações para responder, seja breve, fale e faça perguntas muito simples e que possam ser respondidas com movimentos sutis de cabeça para dizer "sim" ou "não" e não seja insistente.

Fontes: Paulo Camiz, geriatra e professor de clínica geral do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Lays Almeida, enfermeira pela UFT (Universidade Federal do Tocantins); Leide Batista, psicóloga pela Faculdade Castro Alves, de Salvador (BA); e Beatriz Martins, nutricionista especializada em nutrição pediátrica pela Unesp (Universidade Estadual de São Paulo).

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