Remédio para ansiedade: o que funciona e o que não funciona?
Os sintomas da ansiedade variam bastante, porém muitas vezes prejudicam o dia a dia e podem ser incapacitantes. Quem passa por algo do tipo busca imediatamente algum remédio que faça a sensação de ansiedade passar.
A ansiedade (ou se sentir ansioso) é uma resposta natural do nosso corpo para várias situações do cotidiano. Mas quando causa um sofrimento exagerado e significativo pode ser algum transtorno que precisa de tratamento.
"A medicação para ansiedade é indicada quando há um impacto na vida social e profissional do indivíduo, com comprometimento da rotina, afetando o sono e a alimentação. Geralmente, os sintomas de fadiga, preocupação e medo são intensos e ocorrem por pelo menos seis meses", explica a psiquiatra Christiane Ribeiro.
A automedicação, ou seja, ingerir medicamentos sem prescrição médica, costuma agravar os sintomas. É preciso recomendação profissional para iniciar um tratamento, caso contrário a situação tende a se agravar.
Remédios para ansiedade: veja o que funciona
Antidepressivos
É bastante comum que ao procurar o psiquiatra por conta da ansiedade a pessoa saia do consultório com a indicação de um antidepressivo. Há diversos tipos deste medicamento que podem ser prescritos.
O tratamento varia de acordo com a intensidade dos sintomas ou após o diagnóstico de transtornos como TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e síndrome do pânico.
"Os antidepressivos são comumente utilizados para o tratamento de todos os tipos de transtornos de ansiedade, pois têm a vantagem de reduzir a depressão, que está frequentemente associada à ansiedade", explica o farmacêutico Marcelo Polacow, presidente do CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo).
Este tipo de medicamento ajuda o cérebro a absorver melhor algumas substâncias, como a serotonina e a norepinefrina, os neurotransmissores que ajudam na regulação do humor.
Entre os principais antidepressivos, podemos citar:
- escitalopram
- fluoxetina
- sertralina
- imipramina
- paroxetina
- venlafaxina
Ansiolíticos
Os ansiolíticos são medicamentos com efeito tranquilizante que atuam no sistema nervoso central e reduzem os sintomas físicos da ansiedade, como a tensão muscular, além de moderar a excitação e melhorar o sono.
Podem ser indicados de forma pontual para lidar com problemas de curto prazo, mas não costumam ser prescritos por longos períodos —alguns perdem a eficácia com o tempo e causam dependência e abstinência.
Entre os principais ansiolíticos, destacam-se:
- lorazepam
- alprazolam
- bromazepam
- diazepam
- clonazepam
É comum também que o indivíduo com ansiedade, principalmente no início do tratamento, use o ansiolítico com algum tipo de antidepressivo.
Betabloqueadores
Indicados para tratar problemas como pressão alta ou cardíacos, os betabloqueadores podem ser indicados para amenizar os sintomas físicos da ansiedade, como taquicardia.
Os betabloqueadores não tratam a ansiedade em si, apenas amenizam os desconfortos momentaneamente.
Entre os betabloqueadores usados para controlar os sintomas de ansiedade, estão:
Possíveis efeitos colaterais
Os medicamentos usados para controlar a ansiedade podem provocar alguns efeitos colaterais. Para minimizar os riscos, é fundamental relatar os desconfortos apresentados para o médico.
Entre os efeitos colaterais dos medicamentos para ansiedade, estão:
- Falta de coordenação motora
- Taquicardia
- Disfunção sexual
- Problemas gastrointestinais
- Dores de cabeça
- Tonturas
- Edemas nos pés e tornozelos
- Boca seca
- Calafrios
- Confusão mental
- Insônia ou sonolência
Outras formas de amenizar a ansiedade
Geralmente, a pessoa com ansiedade excessiva precisa de acompanhamento médico por bastante tempo. O recomendado é procurar um psicólogo para aprender a lidar com as emoções.
Além dos medicamentos, é preciso também mudar alguns hábitos diários para aumentar o bem-estar. Veja abaixo algumas recomendações:
- Praticar atividade física regular
- Evitar alimentos com cafeína
- Meditar
- Manter uma alimentação balanceada
- Técnicas de respiração
- Realizar massagens relaxantes
- Diminuir o uso de tecnologia, principalmente antes de dormir
- Investir em um hobby e momentos de lazer
Fontes: Christiane Ribeiro, psiquiatra e membro da Comissão da Saúde Mental da Mulher da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria); Vera Lúcia Viveiros Sá, psiquiatra e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); e Marcelo Polacow, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
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