Cientistas criam pele no formato de mão com impressora 3D: 'Como uma luva'
Uma equipe de bioengenheiros da Columbia University, nos EUA, criou um mecanismo que cultiva pele em forma de mão, para ajudar os cirurgiões em enxertos de vítimas de queimaduras ou outros ferimentos graves.
A descoberta
- Os pesquisadores divulgaram o estudo em 27 de janeiro, em um artigo na revista Science Advances
- A técnica traz uma maneira mais eficiente de cultivar pele artificial em formas tridimensionais complexas
- Cientistas poderão construir uma espécie de luva, que pode ser facilmente "vestida" em uma mão ferida e nela recompor a pele do paciente
- O detalhe mais marcante é que a impressão 3D não deixa "costuras" e pode ajudar na cicatrização.
Diferenças e melhoras
O enxerto 3D é formado por fragmentos planos. Ele funciona como um papel de embrulho sobre a parte do corpo de um paciente onde ocorre o tratamento.
O desafio na projeção da pele é a costura. Com o novo modelo, em vez de pedaços de pele em formato irregular, é feita uma luva completa, aproveitando as propriedades mecânicas e funcionais que evoluíram com a impressão 3D.
Construções de pele tridimensionais que podem ser transplantadas como 'roupas biológicas' teriam muitas vantagens. Elas minimizam drasticamente a necessidade de sutura, reduzem a duração das cirurgias e melhoram os resultados estéticos. Hasan Erbil Abaci, principal desenvolvedor do projeto e professor da Columbia University
Como funciona?
- Ocorre uma varredura a laser 3D da estrutura do corpo que será tratada, por exemplo uma mão humana
- Um modelo oco e permeável da mão é projetado com um design feito por computador e impresso em 3D
- O exterior do modelo é formado por fibroblastos da pele, que contribuem para a formação do tecido conjuntivo da pele e colágeno (uma proteína estrutural).
- O exterior do molde passa a ser revestido com uma mistura de queratinócitos (células que compreendem a maior parte da camada externa da pele, ou epiderme) e o interior é perfundido com meios de crescimento, que sustentam e nutrem o enxerto em desenvolvimento.
Teste em camundongos e evolução
O primeiro teste da pele projetada em 3D consistiu em construções compostas de células da pele humana, enxertadas com sucesso em camundongos.
Foi como colocar um par de shorts nos ratos. Toda a cirurgia levou cerca de 10 minutos. Hasan Erbil Abaci
Os enxertos se integraram completamente à pele original do camundongo em quatro semanas. Assim, os roedores readquiriram todas as funções do membro.
O próximo desafio é adaptar a cicatrização. Ela é diferente em roedores, portanto é preciso testar em animais de maior porte que se aproximem dos humanos.
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