Ex-panicat faz 'soroterapia' para se preparar para o Carnaval; funciona?
A modelo e ex-panicat Thais Bianca está fazendo um tratamento com injeções de vitaminas e minerais para se preparar para o Carnaval 2023, segundo a revista Quem. Ao veículo, ela disse que há dois anos é adepta de um procedimento conhecido no Brasil como soroterapia ou "soro ou terapia da beleza".
A técnica não é recomendável para todas as pessoas. Segundo especialistas ouvidos por VivaBem, a soroterapia deve ser feita apenas em casos excepcionais, em que há deficiência de nutrientes confirmada em laboratório.
O que é? Trata-se de uma suplementação de vitaminas, minerais, antioxidantes e/ou aminoácidos diretamente na veia.
A prática virou onda nos EUA, onde é mais conhecida por "vitamin drip" (algo como "gotas de vitamina", em português), chegou à Europa e se disseminou no Brasil.
Há benefícios? A razão do sucesso desse método está no fato de que a absorção das substâncias na forma injetável é considerada mais rápida e eficaz em relação à ingestão pela boca.
"Com o desfile de Carnaval se aproximando, eu tomo o soro que me ajuda a não ter retenção de líquidos. Gosto muito, porque ele tem um efeito mais imediato que o remédio. Um dia após tomar o soro, sinto o ânimo diferente", disse a ex-panicat.
A orientação, no entanto, é que a reposição injetável só deve ser feita em casos de não-absorção de nutrientes por via oral. Ou seja, quando o paciente apresenta alguma doença gastrointestinal que não permita a absorção de determinadas vitaminas ou minerais por via oral.
Um idoso que precisa repor a vitamina X ou Y e não consegue mais absorver porque o intestino está envelhecido, por exemplo, pode repor isso de forma intravenosa. Neste caso, é válido. Mas uma pessoa sem nenhum problema, com controle nutricional, fazendo exercícios, mantendo a saúde mental em dia, consegue obter tudo isso sem ser 'para ontem' Carla Gayoso, chefe de dermatologia do HULW (Hospital Universitário Lauro Wanderley) da UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
Como funciona a soroterapia
- O primeiro passo são os exames que devem ser solicitados por um médico para ver se há deficiências e quais são elas no organismo do paciente --neste momento, o especialista também pode investigar se a pessoa tem alergia a alguma substância;
- Depois, com os resultados em mãos, é possível montar um protocolo personalizado para o paciente;
- Se houver indicação do método, o local de aplicação depende de cada substância. A vitamina D, por exemplo, é aplicada de forma intramuscular (nas nádegas), já que é oleosa;
- Outras vitaminas e minerais, misturadas com soro fisiológico, podem ser injetadas diretamente na veia;
- Existem diferentes tipos de soroterapia. O soro pode ser mais focado no fortalecimento de cabelo e unhas ou na redução dos inchaços --caso de Thais Bianca, por exemplo.
- A duração do tratamento varia de acordo com o objetivo. Para suplementação de vitaminas, por exemplo, gira em torno de 4 a 6 semanas.
Os cuidados com a soroterapia
- Embora sejam substâncias naturais, em excesso elas podem fazer mal. O uso errado de vitaminas também pode sobrecarregar os órgãos;
- A vitamina D em excesso, por exemplo, pode aumentar o risco de insuficiência renal e calcificação por todo o corpo, inclusive em válvulas cardíacas;
- Além disso, mesmo com exames feitos antes do método, também existe a possibilidade de a pessoa ter reações alérgicas, como uma intolerância ao componente e até mesmo um choque anafilático, que é uma reação grave, mas não muito comum neste caso;
- Dependendo do lugar escolhido, há o risco de ocorrer uma infecção por conta da via de aplicação da substância: a agulha pode estar contaminada e/ou ser mal inserida;
- Por isso, é muito importante que esse procedimento seja feito de forma segura, apenas com indicação e supervisão médica e, de preferência, em um ambiente hospitalar para o caso de uma reação adversa.
No Brasil, diferente de outros países, para ser submetido à soroterapia é necessário ter prescrição médica. Até porque, para comprar as ampolas dos tratamentos, é preciso ter o carimbo do CRM (registro profissional no Conselho Regional de Medicina).
Esse médico pode ser um endocrinologista, nutrólogo, dermatologista ou clínico geral. A orientação é buscar locais de referência.
*Com informações de reportagem publicada em 17/05/2021.
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