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Carro protege? Vítimas dão choque? Veja 10 mitos e verdades sobre raios

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Imagem: iStock

Marcelo Testoni

Colaboração para VivaBem

13/02/2023 04h00

Com o verão começa a temporada de raios. O Brasil é o país no mundo com mais incidência de descargas elétricas, cujo número de vítimas vem aumentando com o fenômeno La Niña. Por aqui, são registrados por ano cerca de 100 mortes e entre 300 e 400 feridos, sendo a região Sudeste a mais atingida.

Mas você sabe o que fazer quando o céu se enche de nuvens e escurece repentinamente? Para esclarecer a forma mais segura de se proteger e evitar erros que podem ser fatais, VivaBem, com a ajuda de especialistas, esclarece a seguir o que fazer durante uma tempestade:

Melhor se abaixar no chão?

Verdade. Caso você esteja em local aberto, sem nenhum tipo de proteção, o melhor a fazer é ficar agachado, com a cabeça entre as pernas, abraçado aos joelhos e com os pés juntos, até a tempestade passar. Não fique em pé nem se deite no chão, principalmente perto de postes, fiações, caixas d'água, linhas férreas, pois nessas posições é mais fácil atrair e conduzir raios.

Vale tentar fugir de bicicleta?

Mulher andando de bicicleta - iStock - iStock
Na hora da chuva, evite a bike!
Imagem: iStock

Não. É que entre os materiais utilizados na fabricação de bicicletas estão o aço e o alumínio, os mesmos dos para-raios e que direcionam as descargas elétricas. Por isso, raios ainda atingem torres, cercas de arame, antenas de TV e motocicletas, mas nem por isso pense que tudo bem fugir correndo ou a cavalo. Raios sempre buscam o caminho mais curto entre nuvens e a terra.

Pode se proteger no carro?

Sim, mas só se o veículo estiver com janelas, teto solar e portas totalmente fechados, o que não se aplica a modelos conversíveis, sem capota, por exemplo. Dentro do carro, a eletricidade do raio se espalha por toda sua carroceria metálica e não atinge motorista e passageiros. Mas mesmo depois do susto é recomendável não sair logo em seguida ou tocar as partes metálicas.

Vítimas de raio dão choques?

Mito. Ao contrário de pessoas que ficam grudadas em cabos elétricos e não devem ser tocadas diretamente com as mãos, pois podem provocar choques perigosos, vítimas de raio não ficam energizadas quando atingidas. Mas ambas requerem socorro médico imediato, especialmente reanimação cardiorrespiratória. Nesses casos, acione os Bombeiros pelo 193 e o Samu no 192.

Raios atingem o mesmo lugar?

Relâmpago sobre cidade; tempestade; raio; para-raios - Gavin Spear/Unsplash - Gavin Spear/Unsplash
Imagem: Gavin Spear/Unsplash

Sim, então é crendice achar que por estar em um local que já tenha sido atingido uma vez, não ocorrerá de novo ou tão cedo. Não importa qual seja o ponto, sendo de risco, ele pode tornar-se alvo repetidas vezes, durante um temporal, isso acontece até com pessoas. Cuidado se tem por hábito se reunir em grupo de vários indivíduos a céu aberto, soltar pipa e pescar com vara.

Sem chuva, raios não caem?

Mito. Raios podem chegar ao solo a quilômetros de distância do local da chuva. Portanto, ao menor sinal de nuvens densas e escuras no céu, típicas de tempestade, procure abrigo em construções, veículos totalmente fechados ou estações de metrô. Quem se encontra em locais amplamente abertos, como praias, campos, estacionamentos e quadras fica mais vulnerável.

Corpo sente a chegada de raios?

Verdade. A aproximação dos raios pode causar sensações de arrepio ou coceira na pele. Já no local de sua queda, a corrente elétrica se espalha, sobretudo pela água, que conduz mais fácil a eletricidade do que o ar. Ao passar pelo corpo, pode-se sentir formigamentos, espasmos, contraturas, alteração nos batimentos e até sofrer uma parada respiratória e queimaduras.

Dentro de casa há riscos?

Criança olhando pela janela - Brasil2/iStock - Brasil2/iStock
Se estiver chovendo e com raios, melhor se afastar das janelas e varandas
Imagem: Brasil2/iStock

Sim. O risco é maior em frente a janelas abertas e varandas. Mas o raio também pode se dissipar pelos fios de telefone, carregador de celular ou outro eletrônico conectado à tomada e que esteja em uso, como computadores.

Banho e outras tarefas que envolvem água, como lavar pratos, também devem ser evitados, pois a corrente pode chegar até você pelos canos. Agora, não há razão para cobrir espelhos, pois eles não atraem raios como prega o costume.

Madeira e borracha protegem?

Não. Tanto que árvores costumam ser constantemente atingidas por raios, matando gente ou animais próximos ou sob elas. Igualmente é lenda que calçados com sola de borracha ou pneus de automóveis evitam que alguém seja atingido por um raio. Mas ficar descalço em um local aberto em meio a um temporal pode facilitar um acidente com descargas que percorrem o chão.

Dá para confiar em para-raios?

Sim. Em bom funcionamento, ele oferece uma zona de proteção que abrange o ponto em que estiver posicionado e, às vezes, até suas áreas externas e adjacentes. No entanto, nem sempre impede que aparelhos queimem ou ofereçam risco. É que o para-raios não evita sobretensões (surtos elétricos) nas tomadas e que ocorrem quando raios atingem áreas de redes elétricas.

Fontes: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará; Defesa Civil de Santos (SP); Fabio Porto, neurologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); e Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista membro da Academia Americana de Pediatria.