Pode virar pandemia? Tem vacina? Tire 6 dúvidas sobre o vírus de Marburg
Nesta terça-feira (14), a OMS convocou uma reunião de urgência para tratar do surto do vírus de Marburg, que já provocou a morte de nove pessoas na Guiné Equatorial. Segundo especialistas consultados por VivaBem, ainda não há motivos para pânico, embora seja um vírus altamente letal.
Abaixo, tire dúvidas sobre o vírus de Marburg:
1. O que é?
Da mesma família do ebola, o vírus de Marburg foi descoberto na década de 60, na Alemanha. Ele é transmitido por morcegos que se alimentam de frutas ou por macacos para os seres humanos. A taxa de mortalidade dos infectados é de, em média, 50%.
2. Como é a transmissão?
Ocorre pelo contato direto com uma pessoa doente por meios dos fluidos, ou seja, pela saliva, suor, vômito ou fezes. Pode passar pela amamentação ou pelo sêmen, segundo os especialistas.
3. Quais os sintomas?
Pode ser assintomático, mas também ter sinais semelhantes a qualquer quadro infeccioso. A piora pode ser abrupta.
Veja os sintomas:
- Febre alta
- Mal-estar
- Dor de cabeça e no corpo
- Prostração (cansaço, fraqueza)
- Hemorragia (presença de sangue nas fezes, no vômito, na urina, no nariz etc.).
A característica do vírus é ir se disseminando em grande parte dos órgãos e também nos vasos sanguíneos. Por isso, ele acaba causando hemorragia. Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP)
4. Existe remédio? Tem vacina?
Não existe vacina nem remédio para tratar a doença. Os médicos fazem apenas o controle do quadro, dando suporte necessário para o paciente.
5. É possível prevenir?
Em primeiro lugar, o paciente deve ser identificado e isolado o quanto antes. Todas as pessoas que entraram em contato com ele também devem ser monitoradas.
Os médicos que entram em contato com o paciente devem usar os EPI (equipamentos de proteção individual), como máscara, óculos e a vestimenta específica —assim como já é feito nos casos de ebola.
6. Pode virar uma pandemia?
Os médicos não acreditam que o vírus de Marburg vá se transformar em uma pandemia, como ocorreu com o coronavírus. Mas é importante que as autoridades tomem medidas necessárias para conter o avanço da doença.
Motivos que levam os especialistas a afirmar que não será algo a nível global:
- Vírus mata rápido, o que atrapalha transmissão
Um ponto levantado pelos especialistas é que o vírus é muito agressivo, o que faz com que a pessoa não consiga se locomover após a infecção.
Um vírus muito agressivo tende a causar muito dano na pessoa e ela, eventualmente, vai a óbito antes de transmiti-lo. Se isso ocorre, o vírus acaba não se sustentando naquela população por muito tempo. Rodrigo Araujo, microbiologista da UFMG
- Epidemia de ebola não "escapou" da África
A epidemia de ebola de 2013 a 2016, nos países da África Ocidental, causou mais de 11.300 mortes e quase 29 mil casos registrados, de acordo com a OMS. Mais de 99% das vítimas foram registradas na Libéria, Serra Leoa e Guiné.
Apesar do número de mortos, a doença não se espalhou para outras regiões do mundo. Como o vírus de Marburg se comporta igual ao ebola, os especialistas esperam que a doença seja controlada pelas autoridades locais com mais agilidade.
Ações precisam ser feitas para conter o avanço do vírus de Marburg na região onde está ocorrendo agora. Mas algo mais global, como fechar aeroportos, como foi feito com a covid-19, ainda não é necessário, até porque na epidemia de ebola, que foi muito maior do que a de Marburg, isso não foi feito. Carlos Magno Fortaleza, infectologista e presidente da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia)
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