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Xô, pernilongos e borrachudos! Existe fórmula imbatível contra picadas?

Picada de mosquito é um desespero só, e algumas pessoas são mais propensas a atrair insetos - iStock
Picada de mosquito é um desespero só, e algumas pessoas são mais propensas a atrair insetos Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

22/02/2023 04h00

Pernilongo, muriçoca, carapanã, borrachudo. Mudam os nomes e as espécies, só não muda o desejo de se livrar destes incômodos insetos. As estratégias para evitar as picadas vão de repelentes a ligar o ar-condicionado.

Mas o que de fato funciona contra esses insetos?

Para responder a essa pergunta, primeiro é preciso entender algumas diferenças:

  • Os pernilongos, do gênero Culex, estão presentes em regiões tropicais e subtropicais de todo o planeta;
  • Os borrachudos são da espécie Simulium pertinax e têm outro ciclo de vida, habitat e anatomia;
  • Já o mosquito transmissor da dengue é o Aedes aegypti, também com características diferentes.

Receptores diferentes

Os receptores que vão ditar se determinada espécie de inseto é atraída ou repelida quando entra em contato com algum composto químico estão localizados na antena dos animais.

Além da questão anatômica dos insetos, o ciclo de vida e o lugar em que vivem são caracetrísticas relevantes para saber com quem estamos lidando.

  • Aedes aegypti: se você for picado durante o dia, pode ter sido vítima desse mosquito;
  • Pernilongos costumam picar durante a noite;
  • Os borrachudos, por sua vez, têm "período de atuação" do meio da tarde até o início da noite. Diferentemente dos pernilongos e do Aedes, borrachudos não são insetos urbanos, costumam se propagar em regiões de mata.

Que repelentes funcionam para quais insetos?

Há três princípios ativos registrados nos repelentes industriais, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária):

  • DEET (n,n-Dietil-meta-toluamida);
  • IR3535;
  • Icaridina.

Os três compostos químicos são eficazes contra pernilongos e borrachudos. Apenas os químicos à base de icaridina são eficientes contra o Aedes aegypti.

Repelente - iStock - iStock
Três substâncias usadas em repelentes são aprovadas pela Anvisa
Imagem: iStock

Os demais repelentes industriais ou fazem pouco efeito sobre essas espécies de mosquitos ou têm concentrações muito baixas dos produtos ativos permitidos no Brasil.

E os repelentes naturais? Eles agem por cerca de 20 minutos e evaporam. Os repelentes industriais têm duração um pouco maior, mas apenas aqueles à base de icaridina ou picaridina funcionam realmente contra o Aedes.

Espante os insetos com estes repelentes

Loção repelente, Off!

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Repelente ou inseticida?

O repelente não resolve o problema porque ele só vai afastar o mosquito de perto de você e uma hora ele vai voltar por estar com fome de novo.

Geralmente, os inseticidas, que são vendidos em supermercados, e os fumacês servem para matar os pernilongos. O restante, como citronela, cravo, borra de café, funcionam como repelentes.

Ventilador ou ar-condicionado?

  • Ligar o ventilador é eficaz? O vento, criado pelos aparelhos, atrapalha o voo dos insetos, mas funciona apenas como uma solução pontual.
  • E o ar-condicionado? Pode ter certa funcionalidade porque os mosquitos ficam menos agitados nas temperaturas mais frias, entre 16ºC e 18ºC.

Só repelir não adianta: como eliminar criadouros

  • No caso do Aedes aegypti: evitar o acúmulo de água parada em vasos, calhas, etc.;
  • Para pernilongos e borrachudos, a tarefa é mais difícil. O Culex coloca ovo em águas com grande quantidade de matéria orgânica;
  • No caso dos borrachudos, mais integrados à natureza, há compostos químicos usados como larvicidas.
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Para eliminar o Aedes, é preciso evitar reservatórios de água parada
Imagem: iStock

Por que algumas pessoas atraem mais os insetos?

Recebe mais picadas de insetos do que outras pessoas? A atração depende do cheiro que o corpo do indivíduo exala e das sustâncias químicas presentes no suor. Essa predisposição varia por uma combinação de fatores, como a composição da pele, as condições metabólicas, etc.

Fontes: Rafael Freitas, entomologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz); Nathália Werneck, pesquisadora da Fiocruz; Nancy Bellei, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Carolina Marçon, dermatologista

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