Beijou muito no Carnaval? Veja doenças transmitidas pela boca e saliva
Beijar várias pessoas —como fez uma mulher que cobrou R$ 5 por um beijo no Carnaval e viralizou no TikTok— pode ser prazeroso, mas o risco de ter consequências desagradáveis para a saúde é alto.
É que algumas doenças são transmitidas justamente pela boca e saliva. Portanto, os riscos de quem beija muitas pessoas diferentes —ou beija alguém que já beijou várias pessoas— ser infectado é maior. Veja abaixo doenças que podem ser transmitidas pelo beijo.
1. Mononucleose
Popularmente conhecida como "doença do beijo", a mononucleose é causada pelo vírus Epstein-Barr, que se aloja na região da amígdala. Geralmente aparece em jovens de 15 a 25 anos. E uma vez que você já pegou, não pega de novo.
A má notícia é que a mononucleose não é uma doença que dura apenas dois ou três dias. Às vezes, os sintomas perduram por até três semanas. Eles incluem febre alta, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares e ínguas (caroços na virilha, pescoço ou axila). Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo.
- Em casos raros, o vírus se aloja em algumas células do fígado e do baço. Por isso, para evitar que o baço --um órgão considerado frágil-- seja rompido, é indicado ficar 15 dias sem fazer esforço físico.
- Não existe uma vacina para impedir a contaminação.
- A única opção para os pacientes é tratar os sintomas, ou seja, se o paciente está com dor no corpo, tomará um analgésico, por exemplo.
- O vírus pode ser transmitido mesmo após um ano do contágio.
2. Sapinho
A doença com apelido simpático é uma micose. A candidíase oral é causada por um fungo chamado Candida albicans, que vive na pele e em mucosas, alimentando-se de substâncias encontradas no corpo, sem provocar nenhum tipo de dano.
O problema é quando o nosso sistema imunológico apresenta algum tipo de falha: é aí que os fungos conseguem se reproduzir com maior facilidade, provocando uma variedade de lesões.
- Aparecem inúmeros pontos brancos, escamosos, semelhantes a pedaços de queijo, que cobrem a língua, as gengivas, a parte interna das bochechas e, às vezes, os lábios.
- Os remédios indicados são, na maioria dos casos, antifúngicos.
3. Herpes
Os sintomas do herpes costumam ser bem visíveis. A pessoa geralmente apresenta bolhas pequenas e doloridas na região dos lábios. Uma forma de evitar o contágio, portanto, é ver se o parceiro(a) está com uma lesão ativa nos lábios.
Mas esta atitude não garante que você não será contaminado pelo vírus. A transmissão também pode ocorrer mesmo quando o portador não possui lesão aparente.
A maioria de nós já entrou em contato com o vírus que causa a herpes, mesmo que ele nunca tenha se manifestado. "Mais de 96% das pessoas têm sorologia positiva para herpes. No entanto, não se sabe por qual razão às vezes ele se manifesta em algumas pessoas e não em outras", disse ao UOL o infectologista Ricardo Cantarim Inacio, em reportagem de 2015.
- Existem certas situações geram reações no organismo que permitem a reativação do vírus, incluindo tomar muito sol, a menstruação (devido aos ciclos hormonais) e o estresse.
- O tratamento é simples: uma pomada ou um comprimido receitado pelo médico, que faz o diagnóstico clinicamente.
4. Sífilis
A principal forma de transmissão da sífilis é pelo contato sexual. Mas, na segunda fase da doença, conhecida como sífilis secundária, também podem surgir lesões na pele e na boca. É aí que a bactéria Treponema pallidum, que causa a doença, pode ser transmitida pelo beijo ou pelo toque nas lesões.
- As primeiras lesões na pessoa que foi contaminada aparecem entre três e quatro dias.
- O tratamento é feito com altas doses do antibiótico penicilina em qualquer hospital.
5. Covid-19
O vírus é frequentemente transmitido pela respiração ou saliva de alguém, ou quando uma pessoa tosse ou espirra e você está por perto.
Se alguém está com covid-19, o vírus pode estar nos pulmões, na garganta e na parte de trás do nariz, por exemplo. Portanto, se você beijar essa pessoa, o vírus pode facilmente entrar em sua boca.
6. Gonorreia
A gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, infecta o revestimento da uretra (o canal entre a bexiga e a parte externa do corpo), do colo do útero, do reto e da garganta ou das membranas que cobrem a parte frontal do olho —a conjuntiva e a córnea.
- A transmissão sem envolvimento uretral, ou seja, de garganta para garganta e garganta para ânus, é considerada incomum.
- Mas um estudo australiano publicado em 2019 na revista científica Sexually Transmitted Infections concluiu que a garganta, na verdade, é a principal fonte de transmissão da gonorreia entre homens, através de beijo de língua, sexo oral e uso de saliva como lubrificante anal.
Ao comentar a pesquisa, o infectologista e colunista de VivaBem Rico Vasconcellos escreveu, na coluna publicada em 2019, que os resultados "não devem servir de argumento para restringir nem estigmatizar as práticas sexuais desenvolvidas pela população".
*Com informações de reportagem publicada em 08/12/2018 e coluna publicada em 31/05/2019.
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