Topo

Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Ivi Pizzott diz que leite secou após estresse; faz sentido?

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Do VivaBem

25/02/2023 11h44

Ivi Pizzott, ex-bailarina do Faustão, disse que parou de amamentar quando a filha, Zuri, tinha quatro meses. "Passei por estresse tão grande que minha produção de leite reduziu drasticamente e eu já não tinha mais forças para continuar", escreveu no Instagram.

Em janeiro deste ano, o anúncio da separação de Ivi com Luis Navarro repercutiu negativamente nas redes sociais. Na publicação —que já foi apagada—, o ator disse que precisava "reencontrar sua essência" e que "não se lembrava da última vez que ficou sozinho para refletir, que leu um livro ou que se olhou no espelho e sentiu orgulho de si".

A dançarina disse que parar de amamentar trouxe culpa e frustração, mas que fazer terapia a ajudou.

Quem me conhece sabe o quanto eu sou a favor da amamentação, o quanto eu lutei para que desse certo por mais tempo e o quanto isso doeu em mim. Mas eu não consegui continuar. Hoje, depois de muita terapia e vendo que Zuri está bem, consigo lidar melhor com a culpa e frustração. Estresse, ansiedade e dor secam leite materno. Ivi Pizzott

Saúde mental impacta aleitamento?

Sim. Um estudo da USP, publicado em 2021, mostrou que transtornos mentais influenciam autoeficácia, isto é, na convicção das mães de que são capazes de realizar a amamentação.

  • O estudo acompanhou 186 mães, usuárias do SUS em Ribeirão Preto, entre 2018 e 2019.
  • Os resultados da pesquisa, após avaliação da performance de amamentação aos 60, 120 e 180 dias após o pós-parto, mostram que, livres desses transtornos, as mães obtêm maiores níveis de autoeficácia para amamentação, situação que pode implicar em maior tempo de aleitamento materno exclusivo.

Puérperas e acolhimento

Os resultados do estudo mostram que é necessário investir na atenção à saúde mental das mulheres no pós-parto, diminuindo o desmame precoce e melhorando as condições de vida da mulher e seu bebê.

Luciana Camargo de Oliveira Melo, pesquisadora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP e autora do estudo, diz que enfermeiros, médicos e psicólogos precisam analisar o histórico médico da puérpera, acionar sua rede de apoio e realizar um acompanhamento regular da saúde mental.

Segundo ela, puérperas em sofrimento causado por algum transtorno mental precisam de orientação e acolhimento. "É fundamental um olhar diferenciado dos profissionais de saúde para esse período tão importante na vida da mulher. É importante que os profissionais identifiquem as mulheres que necessitam de tratamento, para que assim os impactos possam ser prevenidos", diz.