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Homem retira próstata por erro em biópsia; quando é preciso refazer exame?

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

28/02/2023 15h49

A Justiça de São Paulo condenou o Laboratório Ellinger a indenizar um paciente que retirou a próstata após a biópsia indicar câncer no órgão. As informações foram divulgadas pelo colunista Rogério Gentile, do UOL.

O que aconteceu?

  • Uma análise posterior à cirurgia mostrou que o paciente, um homem de 63 anos, tinha um tumor benigno, e não câncer na próstata.
  • A cirurgia de retirada do órgão foi feita na Santa Casa de Barretos, em maio de 2021.
  • No processo, o paciente diz ter sequelas permanentes (incontinência urinária e impotência), e fez tratamento de depressão. Ele também afirma que teve medo de morrer por receio da covid-19, já que a cirurgia foi em período crítico da pandemia.
  • A decisão: o juiz Márcio Di Flora, responsável pelo caso, determinou pagamento de uma indenização de R$ 100 mil ao paciente, além de salário-mínimo mensal até ele completar 74 anos de vida. Di Flora cita que o profissional responsável pela análise não era médico patologista.
  • O que diz o laboratório: em sua defesa, o Ellinger afirma que não houve conduta irregular. "Continha clara e expressamente a advertência de que deveriam ser feitos outros exames complementares", afirma.

Quando é preciso refazer biópsia de câncer de próstata?

  • Ubirajara Ferreira, coordenador do departamento de uro-oncologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) afirma que não há um protocolo para uma "contraprova" de biópsias.
  • É natural, por exemplo, que ao chegar a um novo hospital para o tratamento, a equipe local faça reanálise dos exames e até mesmo os refaça.
  • Também cabe ao médico patologista indicar no laudo caso o resultado seja inconclusivo e indique a necessidade de novas análises.

Biópsia é o último passo para diagnosticar câncer de próstata

A biópsia indica características do tumor e, para chegar nela, o paciente com suspeita de alterações na próstata já fez outros procedimentos.

Quando fazer? Essa análise deve ser realizada todos os anos a partir dos 50 anos. Pessoas negras e/ou com casos da doença na família devem fazer a partir dos 45 anos.

  • Junto ao exame de toque retal, é preciso monitorar os níveis de PSA (antígeno prostático específico), um marcador do câncer de próstata. Quando fica acima dos índices normais para a pessoa, há risco de tumores malignos.

Sinal vermelho. A pessoa pode apresentar alterações no tamanho da próstata e no volume de PSA, ou apenas em um deles.

  • O próximo passo é a ressonância magnética, com boa precisão para dizer qual tipo de tumor está em desenvolvimento.
  • A biópsia é o último passo das análises, indicando as variações e graduações desse tumor.

Ela pode ser feita pelo reto. Uma peça mostra onde está a próstata e as áreas analisadas. Com agulha retiramos fragmentos de tecido, variando conforme a área e a extensão da suspeita. Eles são pequenos, com cerca de 1, 2 centímetros, e vão para o patologista, que visibiliza áreas para falar se é câncer ou tumor benigno. Ubirajara Ferreira, urologista

  • Quando o resultado é impreciso há um último recurso disponível: a análise imunoistoquímica.

Como é feita? Nela, o médico patologista usa uma substância nos tecidos retirados do paciente e, caso exista reação entre eles, há presença de câncer.

Quais os sintomas de câncer de próstata?

Sintomas de urina costumam ser alertas para o câncer de próstata —considerado silencioso, daí a importância do rastreio anual. As dificuldades ocorrem porque o crescimento da próstata "estrangula" o canal da bexiga, podendo levar à sua obstrução total.

São comuns:

  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia e/ou a noite;
  • Diminuição ou alteração no jato de urina (jato curto e gotejamento, por exemplo);
  • Dor ao urinar e/ou ejacular;
  • Presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

*Com informações de reportagem publicada em 19/02/23.