Entenda problema cardíaco que fez Lucas Leiva se aposentar do futebol
O jogador do Grêmio Lucas Leiva, de 36 anos, anunciou a aposentadoria nesta sexta-feira (17) devido a uma fibrose cicatricial do miocárdio. Ele estava afastado dos gramados desde dezembro e médicos acompanhavam a sua situação para avaliar o retorno, descartado após uma bateria de exames nas últimas semanas.
A fibrose de Lucas Leiva atinge o miocárdio, músculo do coração formado por fibras. No problema, algumas dessas fibras viram cicatrizes, que prejudicam a contração do órgão e o seu funcionamento.
Essas consequências são especialmente impactantes para atletas de alto rendimento, que têm forte demanda cardíaca.
Imagina o músculo do coração com cicatrizes, como se fossem casquinhas. Ele deixa de ter viabilidade total. O problema pode ser desde bem discreto até ter grau intenso. Pelo fato de limitar a força de contração, prejudica o batimento cardíaco e limita o desempenho de atletas de esportes de grande exigência física" Edmo Atique Gabriel, cardiologista e colunista do VivaBem
- Fatores genéticos podem levar ao problema. O próprio coração tem a programação para que algumas fibras sejam substituídas por cicatrizes. É mais difícil controlar o processo nesse caso.
- Outras doenças podem causar a fibrose. Infecções por vírus e bactérias que geram inflamações, episódios de miocardite e infarto ao longo da vida e doenças nas válvulas do coração favorecem a formação das cicatrizes.
- O esforço físico intenso também pode levar ao problema.
Riscos para um atleta profissional
- Além de diminuir o rendimento físico, caso a pessoa continue fazendo atividades que exigem grande esforço, a fibrose cicatricial do miocárdio aumenta o risco de insuficiência cardíaca (falência progressiva da função do coração) e de muitos tipos de arritmia --capazes de se transformar em uma arritmia mais severa e levar à morte súbita.
Em coletiva de imprensa, médicos afirmaram que Lucas Leiva sofreria riscos se continuasse a jogar futebol.
Após avaliar essa fibrose e os riscos que encontramos dessa patologia, orientamos que o Lucas não continuasse com atividades de alta performance porque poderia trazer riscos à saúde, uma delas ter arritmias, e sérios riscos de saúde. Márcio Dornelles, médico de Lucas Leiva
Como é o tratamento?
- Há acompanhamento a cada seis meses, pelo menos. Exames de imagem (ecocardiograma e ressonância magnética do coração) analisam a progressão das cicatrizes.
- Medicamentos conhecidos como remodeladores do músculo cardíaco ajudam a preservar a função do miocárdio.
- Também há mudanças no estilo de vida, quando necessário --como na alimentação e uma rotina de exercício físico, por exemplo.
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