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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Use brinquedos, leia sobre e mais: sexóloga dá 9 dicas para sexo prazeroso

Dainis Graveris/Unsplash
Imagem: Dainis Graveris/Unsplash

Brunna Costa

Colaboração para o VivaBem

21/03/2023 04h00

Dúvidas sobre a frequência sexual ideal, as diferenças de comportamento entre homens e mulheres, dificuldade de orgasmo, falta de desejo, se existe alguma doença ou algum problema hormonal por trás das queixas sexuais. A sexóloga Renata Ribeiro, graduada em ginecologia pela Universidade de Brasília e pós-graduada em sexualidade pela USP, escuta de tudo dentro do seu consultório.

A ginecologista que há mais de uma década se dedica à sexualidade aponta, entretanto, que não é preciso ter um problema para buscar ajuda, pelo contrário, basta querer uma vida sexual mais prazerosa.

"O papel da sexóloga é ajudar as pessoas a falarem mais sobre seus problemas e desejos. Ter uma boa relação com o sexo e a vida sexual traz consequências para a saúde física e mental, e não podemos deixar a sexualidade e o prazer no piloto automático. É preciso cuidar desta área da vida também", explica.

Os benefícios do sexo de qualidade são inúmeros. Melhora a qualidade de sono e humor, aumenta o bem-estar, é uma atividade aeróbica, contribui para a irrigação sanguínea e libera hormônios e neurotransmissores ligados ao relaxamento e ao afeto. Para chegar a esse nível de felicidade no sexo, é preciso prazer, sendo assim, Ribeiro dá algumas dicas.

1. Não é sobre frequência, é qualidade

Ao final da relação sexual, qual a sensação? Felicidade, prazer, plenitude, angústia, sofrimento, tédio ou alívio por ter acabado? Ribeiro explica que uma dica para entender se há uma vida sexual prazerosa é preciso se questionar.

A frequência sexual não é um termômetro adequado da qualidade da vida sexual, mas o sentimento, durante e após, é um bom parâmetro da qualidade. Pergunte-se o que acontece que te agrada, dá prazer ou causa mais angústia ou sofrimento, e faça esse processo de autoconhecimento. Com esse entendimento é possível direcionar o parceiro ou a parceira para os seus gostos.

2. Busque ajuda para as dores

Toda pessoa que tem dor na relação sexual persistente e incomodativa deve procurar ajuda e não negligenciar essa condição. "Uma pessoa com dor não consegue relaxar ou sentir as sensações prazerosas, sendo assim, não tem uma vida sexual satisfatória", diz.

3. Queira estar lá

Muitas pessoas se sentem obrigadas a ter relações sexuais antes de realmente quererem ter. Muitas se precipitam por pressões sociais, de amigos e de parceiros(as). As pessoas podem ter personalidades, comportamentos e vontades diferentes.

O autoconhecimento ajuda a entender o que cada um deseja. Para alguns, sexo casual e prazer momentâneo são muito satisfatórios, outros preferem uma maior vinculação afetiva, para se sentir mais à vontade. Cada pessoa deve se conhecer e se respeitar para consequentemente ter prazer. E é preciso denunciar qualquer situação que passe do respeito.

4. Esqueça a performance

Focar na intimidade e não na performance é o grande segredo que a especialista conta para uma vida sexual saudável. Conhecer seu corpo sozinho, saber que tipo de toques ou estímulos são mais prazerosos são uma oportunidade de entender o que gosta e dizer suas preferências, e, de fato, ter prazer e não apenas seguir as preferências do outro.

5. Tem alguma timidez? Fale sobre ela

De acordo com a profissional, o grande segredo para diminuir a timidez é uma boa comunicação, não ter vergonha de mostrar vulnerabilidade. "Se a vergonha é muito grande, por que não conversar sobre ela? Pedir ajuda para o outro, mostrar vulnerabilidade e empatia ajuda os casais a se conhecerem melhor, criarem intimidade e buscarem junto o prazer", explica.

6. Procure conteúdo específico

Entrar em contato com conteúdos sexuais, interessar-se pelo tema, buscar conhecimento e informação é uma opção para se descobrir como atingir um sexo mais prazeroso. De acordo com a sexologia, a literatura também pode ajudar.

"A literatura pode ser usada tanto para se obter informações sobre sexualidade como para ter contato com histórias eróticas, que podem ajudar a pessoa a entrar em contato com fantasias sexuais, aumentar seu repertório sexual e descobrir seus gostos e limites."

7. Explore os brinquedos

Explorar objetos eróticos, como bullets, vibradores e sugadores, são uma oportunidade para que a pessoa consiga obter prazer sozinha. Isso ajuda a ter mais tranquilidade e autoconhecimento para escolher parceiros sexuais baseados na escolha consciente, e não apenas na carência sexual, o que torna o sexo mais prazeroso e com qualidade.

8. Adapte o sexo de acordo com o momento de vida

Após os 50 anos, a mulher entra no climatério, que tem impactos na vida sexual; já o homem nessa faixa etária pode apresentar mais frequentemente disfunções sexuais em comparação com as décadas anteriores. Sendo assim, a idade é um fator que repercute na vida sexual.

Porém, a sexóloga explica que a sexualidade não se resume à performance, e envolve principalmente a busca de prazer e vinculação afetiva.

O sexo pode ser adaptado para as várias fases da vida. Mais do que a idade, o fator que mais influencia a qualidade da vida sexual é a qualidade do relacionamento vivido naquele momento.

9. Cuide do estresse da rotina

O estresse é um impeditivo para uma vida sexual de qualidade e prazerosa, por isso a recomendação é sempre tentar reduzi-lo. Ribeiro conta que são muitos fatores que trazem o estresse para a cama. Identificar o motivo e pedir ajuda é essencial para a vida sexual.

"Abrir mão de um cargo muito desgastante, controlar a vida financeira, melhorar a comunicação com o parceiro, usar a criatividade para apimentar a relação. Há diferentes formas de fazer com o estresse não seja um impeditivo do prazer, mas é preciso colocar o sexo em um lugar e priorizá-lo para fazer os ajustes pertinentes", conta.