Topo

Pergunte ao VivaBem

Os melhores especialistas tiram suas dúvidas de saúde


Tive câncer de mama. Posso fazer reposição hormonal para aliviar menopausa?

Fernanda Garcia
Imagem: Fernanda Garcia

Colaboração para o VivaBem

21/03/2023 04h00

"Tive câncer há alguns anos e estou em remissão. Entrei em menopausa e gostaria de fazer reposição hormonal, já que meus níveis estão baixos, para aliviar os sintomas. É seguro?"

O tratamento é, de maneira geral, contraindicado para mulheres que tiveram câncer de mama, independentemente do subtipo imuno-histoquímico —ou seja, mesmo se o tipo de tumor que a paciente apresentou não tenha receptores hormonais.

Há poucos estudos sobre o tema e as conclusões atualmente são conflitantes quanto ao risco real, com diversos fatores de confusão nas análises de subgrupos destes estudos, não garantindo a plena segurança do uso desses hormônios em mulheres que já tiveram câncer de mama.

O climatério é um quadro no qual mulheres, geralmente com mais de 50 anos, sofrem uma queda importante nos níveis de hormônios. Os sintomas incluem ondas de calor, ressecamento vaginal e mudanças de humor.

Para quem não tem histórico de câncer de mama, a terapia de reposição hormonal, que consiste em utilizar hormônios femininos (estrogênio, às vezes junto com progesterona), é um tratamento eficaz para aliviar sintomas que acompanham o climatério. A reposição também é indicada para prevenir a perda óssea que ocorre a partir dessa fase e pode levar à osteoporose no futuro.

Já para as mulheres que tiveram câncer de mama, são recomendados prática regular de exercícios, acupuntura, controle do sobrepeso, dieta adequada, fisioterapia pélvica, medicamentos não hormonais e tratamentos genitais localizados e terapias comportamentais.

Se a queixa é relacionada à secura vaginal, o uso de hidratantes, lubrificantes e géis vaginais podem ser úteis, minimizando o desconforto. Existem casos de uso de comprimidos e cremes hormonais colocados por via vaginal, mas é sempre necessário colher uma história clínica detalhada e avaliar o risco benefício da reposição individualmente, sempre sob acompanhamento médico rigoroso e com reavaliações periódicas.

Fontes: Virgínia Fernandes, professora da Faculdade de Medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará), endocrinologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC, da Rede Ebserh; Fernanda Maria Marinho, mastologista da Casa de Saúde São José (RJ); Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

Quais são suas principais dúvidas sobre saúde do corpo e da mente? Mande um email para pergunteaovivabem@uol.com.br. Toda semana, os melhores especialistas respondem aqui no VivaBem.