Tive câncer de mama. Posso fazer reposição hormonal para aliviar menopausa?
"Tive câncer há alguns anos e estou em remissão. Entrei em menopausa e gostaria de fazer reposição hormonal, já que meus níveis estão baixos, para aliviar os sintomas. É seguro?"
O tratamento é, de maneira geral, contraindicado para mulheres que tiveram câncer de mama, independentemente do subtipo imuno-histoquímico —ou seja, mesmo se o tipo de tumor que a paciente apresentou não tenha receptores hormonais.
Há poucos estudos sobre o tema e as conclusões atualmente são conflitantes quanto ao risco real, com diversos fatores de confusão nas análises de subgrupos destes estudos, não garantindo a plena segurança do uso desses hormônios em mulheres que já tiveram câncer de mama.
O climatério é um quadro no qual mulheres, geralmente com mais de 50 anos, sofrem uma queda importante nos níveis de hormônios. Os sintomas incluem ondas de calor, ressecamento vaginal e mudanças de humor.
Para quem não tem histórico de câncer de mama, a terapia de reposição hormonal, que consiste em utilizar hormônios femininos (estrogênio, às vezes junto com progesterona), é um tratamento eficaz para aliviar sintomas que acompanham o climatério. A reposição também é indicada para prevenir a perda óssea que ocorre a partir dessa fase e pode levar à osteoporose no futuro.
Já para as mulheres que tiveram câncer de mama, são recomendados prática regular de exercícios, acupuntura, controle do sobrepeso, dieta adequada, fisioterapia pélvica, medicamentos não hormonais e tratamentos genitais localizados e terapias comportamentais.
Se a queixa é relacionada à secura vaginal, o uso de hidratantes, lubrificantes e géis vaginais podem ser úteis, minimizando o desconforto. Existem casos de uso de comprimidos e cremes hormonais colocados por via vaginal, mas é sempre necessário colher uma história clínica detalhada e avaliar o risco benefício da reposição individualmente, sempre sob acompanhamento médico rigoroso e com reavaliações periódicas.
Fontes: Virgínia Fernandes, professora da Faculdade de Medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará), endocrinologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC, da Rede Ebserh; Fernanda Maria Marinho, mastologista da Casa de Saúde São José (RJ); Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.
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