Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Filha de Deolane faz procedimento nas orelhas; criança pode fazer plástica?

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

De VivaBem, em São Paulo

29/03/2023 19h14

Deolane Bezerra, 35, foi criticada após mostrar nas redes sociais que a sua filha, Valentina, 6, realizou um procedimento estético chamado de "otomodelação avançada", para diminuir o tamanho das orelhas.

A ex-Fazenda contou que a filha estava incomodada com a aparência de suas orelhas e, por isso, decidiu realizar o procedimento.

Ela está se sentindo um pouco incomodada, tampando [a orelha] com o cabelinho. Então a mamãe aqui ligou para a clínica e falou com os melhores. Só 40 minutinhos e não tem dor. São só alguns pontinhos. Eu desde sempre tive a certeza que daria tudo certo. Deolane Bezerra

O que é otomodelação?

  • De acordo com os médicos, é uma forma de modelar a orelha, principalmente as que possuem um formato mais proeminente --popularmente conhecidas como "orelhas de abano".
  • No entanto, no vídeo, Deolane explica que a filha recebeu alguns pontos na orelha --o que configura uma cirurgia, e não uma modelação.
  • A otomodelação é realizada apenas em bebês, nas primeiras semanas de vida. A ideia é modelar a orelha ainda em desenvolvimento.
  • Os médicos criam um molde (que pode ser de silicone ou algodão) que fica ao redor da orelha do bebê.

É possível diminuir essa aparência de orelha proeminente. Quanto mais precoce fizer, melhor será o resultado. Então, com 1 ou 2 meses de idade, já é possível usar esse molde na orelha. Guilherme Vantine, cirurgião plástico e professor da faculdade de Medicina Araraquara (SP)

E a otoplastia?

  • Com crianças, adolescentes e adultos não é possível fazer uma otomodelação. Apenas a cirurgia (otoplastia) é capaz de arrumar a orelha.
  • O procedimento estético consiste na retirada do excesso de cartilagem e a confecção da dobra interna da orelha. Além disso, é possível fazer essa aproximação da orelha ao couro cabeludo.
  • A cirurgia é realizada em um centro cirúrgico e, dependendo da idade, pode ser utilizada anestesia geral (se a criança for muito agitada, por exemplo) ou local (quando falamos de adolescentes ou adultos).

Segundo Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), existem técnicas novas que podem ser menos invasivas, embora com um conceito muito parecido ao da cirurgia tradicional.

Ainda é necessário anestesiar a região, mas os cortes são bem menores e os pontos ficam escondidos. Mas é um procedimento que continua sendo cirúrgico, que também pode ter riscos de complicações, como infecções e inflamações na cartilagem. Fernando Amato, cirurgião plástico

Além disso, o médico reforça a importância em procurar profissionais especializados no procedimento.

Crianças podem fazer essa cirurgia?

Sim, geralmente a partir dos 6 ou 7 anos de idade, quando as orelhas chegam a quase 100% do tamanho final. Os médicos explicam ainda que, geralmente, há um incômodo com a própria aparência.

"Quando a criança começa a sofrer algum tipo de dano, há mudanças de comportamento, ela fica mais inibida e não se relaciona com outras crianças, já podemos optar pela cirurgia, mas sempre com consentimento dos pais", diz Guilherme Vantine, cirurgião plástico e professor da faculdade de Medicina Araraquara (SP).

Particularmente, prefiro que a criança esteja em uma fase escolar e que ela participe dessa decisão. A ideia é que ela tenha mais noção dos desejos e vontades dela, que não seja apenas uma decisão dos pais. Fernando Amato, cirurgião plástico

Bullying e otoplastia

Segundo a neuropsicóloga Edyleine Benczik, em reportagem publicada em 2019, os pais devem ajudar no processo de construção da autoestima, principalmente com o apoio de psicólogos.

O especialista poderá analisar o objetivo real da intervenção cirúrgica, a capacidade da criança ou adolescente em tolerar frustrações, o nível de exigência, os fatores emocionais, entre muitos outros diagnósticos essenciais.

"A alteração na percepção da imagem corporal pode se tornar uma patologia a partir do momento em que ela começa a afetar a vida social e a saúde da pessoa", disse.