Falta de ar na gravidez é normal? Veja o que fazer e quando se preocupar
Falta de ar na gravidez é uma sensação que desperta incerteza: afinal, é normal sentir esse desconforto? Quais são as possíveis causas e como melhorar?
Durante a gestação, a mulher vive uma condição especial de saúde, o que provoca várias adaptações em seu organismo, tanto no âmbito emocional quanto físico. O aumento do abdome, com o crescimento do bebê de forma progressiva, leva a modificações fisiológicas e programadas, que não incluem alterações na respiração.
Mesmo assim, falta de ar na gravidez pode ser uma queixa do período inicial —até a 8ª semana mais ou menos. É possível percebê-la ao fazer alguns esforços e ao falar, com a gestante sentindo que está mais ofegante. Contudo, torna-se necessário atentar-se à intensidade dela quando aparece acompanhada de outros sintomas.
Possíveis causas da falta de ar na gravidez
Mulheres que já possuem o diagnóstico de alguma doença antes de engravidar —o de asma, por exemplo— talvez não se adaptem às mudanças decorrentes do aumento do útero, e essa pode ser uma das causas da falta de ar.
Nesses casos, qualquer sensação de falta de ar percebida pela gestante deve ser avaliada pelo obstetra que faz o acompanhamento pré-natal.
Outros motivos podem ser:
- Mudanças hormonais nos três primeiros meses de gravidez;
- Mudanças físicas decorrentes do crescimento do bebê, o que diminui a capacidade de expansão da caixa torácica e comprime diafragma e pulmões aos poucos;
- Aumento do útero e o seu peso sobre a veia cava, que retorna o sangue para o coração, em especial quando a mulher fica deitada de barriga para cima;
- Maior produção de plasma sanguíneo, o que deixa o sangue mais diluído. Como as hemácias são células sanguíneas responsáveis por carregar o oxigênio, essa condição pode provocar uma leve falta de ar na gravidez.
Sinais de perigo para falta de ar na gravidez
A falta de ar na gravidez deve ser investigada com mais cautela quando outros sintomas surgem junto com ela. São eles
- tosse, chiado e dor no peito
- febre
- calafrios
- cianose (coloração azulada) dos lábios e das extremidades (pés e mãos)
- fadiga e cansaço limitantes
- desmaio
- tontura
- queda na oxigenação sanguínea
- dor e/ou inchaço em um dos membros inferiores, entre outros
Esses sinais associados podem sugerir asma, bronquite, pneumonia, cardiopatia, trombose, embolia pulmonar, covid-19 e outras doenças com necessidades específicas. Se a sensação for persistente, para diagnóstico, orientação e tratamento assertivos, a gestante deve procurar imediatamente seu obstetra ou um serviço de urgência obstétrica, caso seja preciso uma intervenção imediata.
Além disso, quanto mais precoce a falta de ar, maior a gravidade do quadro e mais atento o obstetra deve estar, pois isso pode indicar uma incapacidade anatômica e funcional de adaptação à gestação.
O que pode piorar?
Sedentarismo, obesidade, resistência à insulina, estresse, consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, inversão do ciclo circadiano —ou seja, mudanças na rotina, no horário de dormir ou acordar— são alguns comportamentos que agravam a falta de ar.
Pode afetar o bebê?
A falta de ar oferece risco para o bebê apenas se vier acompanhada de outros sintomas, como embolia pulmonar, pois a oxigenação do sangue pode diminuir.
Mas, no geral, o sistema respiratório da gestante se adapta a fim de processar o oxigênio e enviá-lo através do sangue vindo pelo cordão umbilical ligado à placenta.
Como melhorar a falta de ar na gravidez?
Em casos que a falta de ar é apenas um desconforto passageiro, existem algumas atitudes que podem contribuir:
- Adote uma rotina menos cansativa e que diminua fontes causadoras de ansiedade;
- Evite esforços físicos que envolvam carga e impacto;
- Pratique atividades físicas compatíveis com seu estado físico e sob orientação profissional adequada;
- Desenvolva uma forma consciente de respiração, que ajuda a manter o relaxamento;
- Ao se deitar, adote a posição do lado esquerdo para dormir ou repousar;
- Hidrate-se adequadamente e alimenta-se de maneira regular e saudável;
- Busque terapias integrativas, como acupuntura, homeopatia e aromaterapia.
Fontes: Bruna Pitaluga, ginecologista e obstetra pela UnB (Universidade de Brasília), especialista em medicina funcional pelo Instituto de Medicina Funcional (IFM), nos Estados Unidos; Carla Iaconelli, ginecologista especialista em reprodução humana, mestre em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; e Karina Souza, enfermeira obstetra da empresa especializada em homecare, Saúde no Lar.
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