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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Quais são os sintomas de leucemia, que afeta Silvio Berlusconi?

Em foto de 2019, o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi - FILIPPO MONTEFORTE/AFP
Em foto de 2019, o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi Imagem: FILIPPO MONTEFORTE/AFP

Do VivaBem*

07/04/2023 13h52

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, 86, está com leucemia. Em uma declaração publicada nesta sexta-feira (7) ao Il Giornale, disse que "é difícil", mas que vai conseguir superar.

A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue ou, mais precisamente, os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções.

Além de favorecer infecções, o excesso de leucócitos doentes também compromete a produção dos glóbulos vermelhos —o que pode resultar em anemia— e de plaquetas, resultando em hematomas ou sangramentos.

Sintomas mais comuns da leucemia

Febres de causa não explicada;

Infecções;

Anemia (palidez, cansaço, fraqueza ou tontura);

Sangramentos (por ex: no nariz ou nas gengivas);

Manchas roxas ou pontos vermelhos na pele;

Dor óssea;

Aumento dos gânglios linfáticos, baço e fígado.

Se a doença afetar o sistema nervoso central, também podem surgir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.

Diagnóstico

A suspeita é através da história clínica e do exame físico do paciente.

O diagnóstico é feito com exames de sangue (como o hemograma) e confirmado com exames da medula óssea (mielograma, imunofenotipagem, estudo genético/cariótipo).

Outros exames, como líquor (coleta do líquido da espinha), ultrassom e radiografia de tórax podem ser solicitados para avaliar a extensão da doença. Testes moleculares também ajudam no diagnóstico e na definição das terapias mais indicadas para cada caso.

Tratamentos

Para cada tipo de leucemia existem abordagens específicas, mas, em linhas gerais, o objetivo é destruir as células doentes para que a medula óssea volte a produzir células normais, ao mesmo tempo em que as complicações da doença são controladas.

  • Quimioterapia: costuma ser a principal forma de tratamento; grandes avanços para se obter a cura foram alcançados com a associação de medicamentos (poliquimioterapia). A administração é realizada em ciclos e os efeitos colaterais envolvem enjoo, diarreia, alteração no paladar, boca seca e queda de cabelo, entre outros.
  • Medicamentos de suporte: para minimizar o surgimento de infecções e os efeitos colaterais da quimioterapia é comum a prescrição de antivirais, antibióticos, antifúngicos e anti-inflamatórios.
  • Radioterapia: o uso de raios de alta energia para destruir células cancerígenas é pouco comum na leucemia, mas pode ser empregado para tratar linfonodos ou baço aumentados, ou complicações como dores ósseas. Os efeitos colaterais podem incluir irritação na pele no local da aplicação.
  • Terapia-alvo: medicamentos que atacam apenas as células doentes têm trazido resultados importantes para alguns tipos de leucemia. É o caso dos inibidores de tirosina quinase (como Imatinibe, Desatinibe e Nilotinibe), atual tratamento padrão para a leucemia mieloide crônica.
  • Transfusão de sangue: pode ser necessária para controlar o baixo número de plaquetas e hemorragias.
  • Imunoterapia: medicamentos que permitem que o sistema imunológico reconheça as células doentes e as ataque. Alguns anticorpos monoclonais como Ribuximab, Obinutuzumab, Ofatumumabe e Alentuzumabe podem ser utilizados na leucemia linfoide crônica e aguda.
  • Leucoferese: pode ser indicado em alguns casos de na leucemia linfoide crônica para remover o excesso de leucócitos.
  • Transplante de medula óssea: indicado para alguns casos de leucemias agudas, após a quimioterapia. O paciente recebe células-tronco formadoras do sangue de um doador compatível (alogênico). Às vezes, são usadas células retiradas do cordão umbilical.

*Com informações de reportagem publicada em 30/10/18