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Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


Como filhos podem contribuir com os pais nas diferentes fases da velhice?

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Imagem: iStock

Marcelo Testoni

Colaboração para VivaBem

14/04/2023 04h00

À medida que o tempo passa, filhos cada vez menos precisam de cuidados dos pais, que, em contrapartida, aumentam a demanda por atenção e ajuda deles. Mas o idoso não deve ser infantilizado por isso, e sim tratado com respeito e sem imposições, pois estamos falando de adultos, com vontades e opiniões próprias e que podem ser autônomos e independentes.

Para entender como filhos podem ajudar pais com mais de 60 anos, VivaBem conversou com especialistas e montou um guia de dicas baseado em etapas e transformações da terceira idade.

Só cuidado com generalizações: é preciso considerar também em como o idoso se sente e nas suas condições gerais de saúde, pois o envelhecimento é muito individual.

Dos 60 aos 70 anos

Jovem e idoso fazendo exercício, treinando, treinamento, corrida, malhação - iStock - iStock
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Idosos nessa faixa etária costumam ser considerados "jovens". Muitos ainda estão bastante saudáveis e ajudam a família nas despesas e na criação de crianças e adolescentes. Dados de 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informam que o Brasil tem 7,5 milhões de idosos ativos profissionalmente e essa estatística deve continuar aumentando.

Com pais idosos, nessas condições e ainda morando de favor sob o teto deles, é necessário:

Demonstrar respeito, inclusive às regras, e assumir responsabilidades, também financeiras.

Ajudá-los em tarefas cotidianas, como limpar a casa, preparar comida, jogar o lixo fora.

Não sobrecarregar ou obrigar o idoso a cuidar dos netos, impedindo de fazer suas coisas.

Contribuir para o lazer e diversão dos pais, incentivando ainda sua liberdade e privacidade.

Se relacionar com eles como adultos, a fim de evidenciar seu interesse, ajuda e apoio.

Esse momento novo na vida de pais e filhos ainda permite conversas profundas, sobre suas histórias, intimidades, interesses e medos.

Os pais aprendem a confiar mais, a expressar seus próprios sentimentos e pensamentos, e ficam felizes em oferecer conselhos e estabelecer uma amizade com a versão adulta de seus filhos, que passam a vê-los com um olhar mais sensível.

Dos 70 aos 80 anos

Pai idoso e filha abraçados - Getty Images - Getty Images
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Algumas funções cognitivas, como vocabulário, memória de curto prazo, facilidade para lembrar palavras, reflexos, aprendizagem de novos saberes, podem ser sutilmente reduzidas após os 70 anos.

A independência funcional também, mas de forma mais expressiva, pois há perda de massa muscular, diminuição de força e equilíbrio e aumento da gordura corporal.

Como o idoso torna-se mais suscetível a quedas e adoecimentos, é importante que filhos:

Liguem para seus pais e atualizem-se sobre sua vida e eventuais problemas.

Visitem-nos e atentem-se ao seu estado e à sua aparência, bem como os de sua casa.

Morando longe, façam chamadas de vídeo e informem-se com pessoas do convívio dos pais.

Ofereçam-se para acompanhá-los ao médico, fazer compras, ajudar com burocracias.

Passeiem com os pais e levem-nos para lugares que gostariam, mas não iriam sozinhos.

Para idosos, interações físicas são muito melhores do que virtuais, eles ficam felizes com a presença dos filhos.

Quando estiverem juntos, evite distrações (som alto, TV, uso excessivo de celular). Desfrutem o tempo juntos para conversar e se estiver muito ocupado ou ausente, reserve um horário para se falarem, se verem e até combinarem uma atividade física juntos.

Dos 80 anos em diante

Filho já idoso junto com o pai ainda mais idoso, veteranos de guerra EUA - iStock - iStock
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Idosos octogenários apresentam maior fragilidade física, embora muitos, em razão do suporte que recebem, continuem levando uma vida bastante saudável e ativa.

Já idosos acima de 90 anos geralmente apresentam alguma desvantagem funcional ou mental, necessitando de maior apoio emocional e físico dos seus familiares.

Com os pais próximos do fim da vida e consequentemente mais dependentes, busque:

Supervisioná-los de perto e com frequência, porque mudanças podem ocorrer de repente.

Observar e perguntar se os pais se sentem seguros para realizar tarefas e morar sozinhos.

Se planejar para, eventualmente, precisar contratar um cuidador ou uma casa de repouso.

Checar se eles têm deixado contas em atraso, portas destrancadas, comida velha guardada.

Fazer adaptações e melhorias na casa dos pais, visando seu conforto, segurança e autonomia.

Como esse momento da vida é delicado, é fundamental que os filhos ajam com muito carinho, escuta e paciência, para evitar estresse, sofrimento extra ou uma piora do estado de saúde dos pais.

Se o idoso está fraco, mas gosta de fazer tudo sozinho, deve ser conscientizado dos riscos e contar com acompanhante em tempo integral, para o auxiliar e monitorar, inclusive à noite.

Fontes: Basílio Almeida, doutor em educação física pela UFC (Universidade Federal do Ceará) e especialista em atividade física para terceira idade; Liliana Seger, doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP; e Natan Chehter, geriatra pela SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e do Hospital Estadual Mário Covas (SP).