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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Conheça 7 condições de saúde que podem estar te deixando sempre cansado

Sempre sem pique por aí por mais que durma por horas a fio? Fique atento - Unsplash
Sempre sem pique por aí por mais que durma por horas a fio? Fique atento Imagem: Unsplash

Janaína Silva

Colaboração para VivaBem

20/04/2023 04h00

Parece que cansado todo mundo está, mas não deveria ser assim.

  • Cansaço e indisposição têm sido queixas frequentes no seu dia a dia mesmo após períodos de descanso?
  • Costuma acordar com a sensação de que não repousou à noite?

Sentir fadiga pode estar relacionado a algumas doenças, inclusive a chamada síndrome pós-covid, e é preciso investigar para tratar as causas envolvidas, principalmente se a exaustão se estende por mais de seis meses.

O esgotamento físico ou mental tem consequências diárias, afetando atividades profissionais e as relações sociais e amorosas.

Acompanhe o que a recorrente falta de energia ajuda a explicar:

1. Hipotireoidismo

Tireoide, endocrinologia - iStock - iStock
Imagem: iStock

O hipotireoidismo —condição na qual a glândula tireoide não produz a quantidade suficiente de hormônio— é uma das doenças que deve ser pesquisada quando há fadiga.

Segundo André Ramos, médico reumatologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a disfunção tem entre os sintomas o desânimo, a falta de energia e a indisposição para a realização das atividades rotineiras. A pessoa fica mais lenta, porém com o tratamento adequado e a reposição hormonal, as queixas acabam.

2. Síndrome da fadiga crônica

A síndrome da fadiga crônica —ou encefalomielite miálgica— é quando a sensação de apatia se prolonga há mais de seis meses com outros sintomas associados, como:

  • febre baixa
  • dor de garganta
  • dor nos linfonodos --gânglios linfáticos
  • cefaleia
  • insônia
  • dores musculares

Não existe um exame único para relacionar a fadiga a uma disfunção, o diagnóstico é clínico e, muitas vezes, de exclusão, de acordo com Viviane Machicado, reumatologista, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia.

Entre as causas estão:

  • anemia
  • depressão e outros transtornos mentais
  • disfunções da tireoide
  • distúrbios metabólicos
  • infecções agudas
  • doenças inflamatórias
  • fibromialgia
  • síndromes autoimunes

"É preciso investigar o que está por trás da exaustão. Com o diagnóstico precoce, é possível intervir e tratar", afirma Machicado.

3. Síndrome da covid crônica

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Imagem: iStock

A covid, que é uma doença infecciosa aguda, tem o cansaço como um dos sintomas durante a sua manifestação, nos quadros leves. Porém, se a canseira se prolonga por mais tempo, deve-se buscar acompanhamento médico para o tratamento da fadiga pós-covid.

Nessas situações, é possível sentir também:

  • dores de cabeça, articulares e musculares
  • problemas de memória

De acordo com a presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia, muitos estudos a respeito da síndrome da covid crônica estão em andamento.

4. Infecções virais ou bacterianas

Em casos de infecções virais ou bacterianas é comum sentir desânimo e cansaço, como se o organismo estivesse poupando energia para combater a doença.

O tratamento nessas situações inclui repouso e a cessação do fator desencadeante. Passando a doença, em geral, deixa-se de sentir a estafa.

Contudo é preciso atenção para que os processos inflamatórios não se tornem perpetuadores da fadiga, aumentando o risco de se tornar crônica, alerta o reumatologista da BP.

5. Estilo de vida

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Imagem: Unsplash

Sentir-se sempre cansado nem sempre é um sinal de condição grave de saúde e pode ser reflexo de um estilo de vida ruim.

A qualidade do sono é capaz de levar a episódios de ausência de energia e de vigor, devido ao excesso de telas —celular, computador, TV— que afeta o repouso à noite, por exemplo.

A má alimentação deve ser revista, pois faz com que o organismo perca a habilidade de se recompor, nas palavras de Carolina Ferrer, ortopedista e médica do esporte do Vita Ortopedia, do Grupo Fleury.

O sedentarismo e o pouco condicionamento físico são outros pontos que merecem atenção, pois resultam em cansaço constante e baixa disposição.

"É importante reavaliar esses fatores para reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, condições que podem causar, também, fadiga."

6. Estresse e irritabilidade

O estresse do dia a dia e o acúmulo de funções, tanto no trabalho como em casa, vão, ao longo do tempo, comprometendo o equilíbrio emocional, desencadeando irritabilidade e problemas de concentração e memória, por exemplo.

"Assim, o cansaço que era inicialmente mental se transforma em físico", fala Ferrer.

7. Esforço momentâneo

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Imagem: iStock

Muitas vezes, a fadiga é decorrente de um esforço físico não habitual, como uma atividade física com a qual o organismo não está acostumado, deixando-o cansado.

Nesses casos, segundo o reumatologista da BP, após um período de descanso e relaxamento, essa sensação passa.

É fundamental não confundir com falta de ar ou fraqueza muscular. É importante diferenciar fadiga, fraqueza muscular —quando não há força e a musculatura não responde— e dispneia —falta de ar resultante de condições cardíacas e/ou pulmonares.

Não é rara a confusão entre elas, segundo a reumatologista.

Atividade física sempre

O exercício físico está no topo das medidas que ajudam a melhorar a fraqueza.

A prática regular favorece o condicionamento físico e a liberação de hormônios e neurotransmissores, como a adrenalina e a serotonina, que ampliam o bem-estar e a disposição.

"Assim, um ciclo virtuoso se estabelece em que existem vontade e prazer para a realização da atividade física, ao mesmo tempo que prepara as pessoas para o enfrentamento das tarefas cotidianas", explica Ramos.

A reumatologista indica também a terapia cognitiva comportamental, uma das modalidades com mais evidência da melhoria da condição crônica. E, em alguns casos, a fisioterapia.

Fontes: André Ramos, médico reumatologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Carolina Ferrer, ortopedista e médica do esporte do Vita Ortopedia, do Grupo Fleury; e Viviane Machucado, reumatologista, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia e reumatologista assistente e preceptora da residência de reumatologia do Hupes (Hospital Universitário Professor Edgard Santos), da UFBA (Universidade Federal da Bahia), vinculado à rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).