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CAR-T: como funciona o tratamento contra câncer que pai de quíntuplos fez

Divulgação/discovery+
Imagem: Divulgação/discovery+

De VivaBem, em São Paulo*

21/04/2023 16h57

Jayme Reisen, 40, pai dos quíntuplos capixabas que virou tema de série na Discovery+, morreu esta semana. Desde o ano passado, o empresário enfrentava um câncer.

Reisen foi diagnosticado com linfoma em março de 2022. Um ano depois, a família estava animada com um novo tratamento, que só foi possível graças a uma vaquinha online. Realizado em São Paulo, o tratamento consistia no transplante de células conhecido como CAR-T, com material colhido no Brasil, mas manipulado em laboratório dos EUA. O procedimento foi realizado no dia 13 de março e considerado um sucesso, mas Reisen não sobreviveu.

Inclusive, a história da gestação e do parto da mãe dos quíntuplos foi contada aqui em VivaBem.

O que é linfoma? Um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo. Os homens têm maior propensão a desenvolver o linfoma do que as mulheres.

O que causa? O linfoma pode surgir em qualquer parte do corpo, e os sintomas dependem da sua localização. Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se ínguas (linfonodos inchados) indolores nesses locais.

Se a doença ocorre na região do tórax podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica. Quando se apresenta na pelve ou no abdome, os sintomas são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta são febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.

Como funciona o tratamento com células CAR-T? Em palavras fáceis, são células preparadas em laboratório para reconhecer e atacar o câncer. De acordo com Vanderson Rocha, médico hematologista, professor da FMUSP e coordenador de terapia celular da Rede D'Or, a terapia com células CAR foi uma espécie de aprimoramento da imunoterapia.

Na CAR-T, alguns linfócitos T (por isso, CAR-T) são retirados do paciente e modificados em laboratório para reconhecerem, por meio de marcadores biológicos, as células cancerígenas. Uma vez injetados no corpo, eles então combatem o tumor.

Dois ou três dias após a infusão, é esperado que o paciente tenha efeitos adversos, como febre. "É uma reação inflamatória do organismo após a morte das células cancerígenas", afirma Rocha.

Por isso, até 60% dos pacientes que recebem as células CAR-T precisarão ir para a UTI para monitoramento do quadro, que pode sair do controle e provocar uma reação exacerbada.

*Com informações do Inca e de reportagem publicada no dia 30/08/22.