Astro de Aquaman diz que sexo é 'cardio favorito'; transar queima calorias?

Apesar de dizer que se sente como um "super-herói envelhecido", depois de ter sofrido uma lesão de hérnia e precisar passar por uma cirurgia na coluna no ano passado, o ator Jason Momoa, 42, famoso por dar vida ao 'Aquaman' no cinema, já está recuperado e continua adepto de uma rotina de treino intensa.

Ele, que atualmente está gravando 'Chief of War', nova série da Apple, faz musculação, crossfit, boxe e escalada. Mas sua atividade favorita para manter a forma é outra —o sexo. "É o favorito de todo humano. Todos temos o mesmo cardio predileto. Não deveríamos dizer nada diferente", afirmou o ator ao ser questionado em entrevista recente para a revista Men's Health sobre qual é o seu 'cardio favorito'.

Relacionadas

Sexo: quanto mais melhor? Controla ansiedade? Ajuda a dormir? Tire dúvidas

'Nenhum homem aguentou meu ritmo': os riscos de sexo em excesso

'Vovó fitness' diz que após divórcio já transou com 720 pessoas; há riscos?

Mas, afinal, transar pode ser considerado um exercício cardiovascular? E, se sim, quantas calorias dá para queimar durante o sexo?

Sim, sexo é cardio. Em sua coluna para o VivaBem, o cardiologista Paulo Chaccur já explicou que o aumento dos batimentos cardíacos durante o sexo funciona como um exercício cardiovascular.

Quando transamos, há um aumento temporário do trabalho do coração, com consequentes alterações na pressão arterial e na frequência cardíaca —e até uma possível sensação de taquicardia. A respiração tende a acelerar, a musculatura fica mais rígida e gastamos mais calorias. Paulo Chaccur, cardiologista e colunista de VivaBem, em coluna publicada em 19/12/2021

Mas o gasto energético durante o sexo tende a ser baixo:

De acordo com um estudo canadense publicado na revista científica Plos One em 2013, o gasto calórico da atividade sexual é de 4 calorias por minuto para homens e de 3 calorias por minuto para mulheres;

Na pesquisa, foram investigados casais jovens, entre 18 e 35 anos, que tinham relações sexuais que duravam, em média, 24 minutos. Ou seja, homens gastavam cerca de 100 calorias e as mulheres 70 ao fim da atividade sexual.

O equivalente metabólico (MET) foi semelhante ao de uma caminhada a 6 km/h (trote leve);

Essas são apenas médias, o que significa que casais mais empolgados e que fazem sexo por um tempo mais prolongado têm a tendência de "queimar" mais;

Ao mesmo tempo, como a pesquisa foi feita com pessoas jovens e saudáveis, é válido evitar generalizações. O resultado pode ser diferente em grupos de indivíduos mais velhos ou com alguma doença que afete seu desempenho físico.

No geral, portanto, quem acabou de transar não pode dizer "tá pago". Para a grande maioria das pessoas, o sexo é uma atividade física de baixa a moderada intensidade, além de ter curta duração.

Mas vale ressaltar que a qualidade das experiências sexuais vale muito mais do que a frequência e a intensidade, como observa Jairo Bouer, psiquiatra e especialista em sexualidade.

"Além de que confiar apenas no sexo para queimar calorias e emagrecer pode resultar em frustração", alerta o também colunista de VivaBem em artigo sobre o assunto publicado em seu blog.

Portanto, desfrute ao máximo dos momentos íntimos sem se cobrar para que o sexo sirva como ferramenta de busca por um "corpo perfeito". Jairo Bouer, colunista de VivaBem

Além de queimar calorias: veja 4 benefícios do sexo (seguro) para a saúde

1. Protege o coração

O coração pode sair ganhando quando um sexo mais caliente marca presença na rotina. "No entanto, para tal efeito, a recomendação é de 30 minutos de exercícios, pelo menos cinco vezes por semana. E precisamos considerar que grande parte das pessoas não faz sexo com essa duração e frequência", pondera o cardiologista Paulo Chaccur.

A recomendação, portanto, é somar às noites intensas uma atividade esportiva, como corrida, caminhada ou pedalada, por exemplo. E assim completar a quantidade necessária para ter as possíveis vantagens. Quem tem problemas cardiovasculares deve consultar um médico: nesses casos, tanto o coração pode atrapalhar o sexo quanto o ato pode atrapalhar um coração que tenha algum problema.

2. Fortalece o sistema imunológico

Algumas pesquisas anteriores descobriram que o sexo regular aumenta a eficácia do sistema imunológico.

Um estudo concluiu que pessoas que faziam sexo com frequência, que eles definiram como uma a duas vezes por semana, tinham mais imunoglobina A (IgA) em seu sistema do que outras. IgA é um anticorpo que vive no tecido da mucosa, como as glândulas salivares, nariz e tecido vaginal.

"No entanto, é importante reconhecer que esse estudo é de 2004 e os resultados não foram confirmados por outros estudiosos", observa Jairo Bouer.

Em seu blog, o especialista em sexualidade também citou um estudo mais recente, que analisou um pequeno grupo de mulheres para ver se havia diferenças entre a atividade imunológica das que eram sexualmente ativas e das que não eram. O trabalho examinou a capacidade do sistema imunológico de destruir diferentes patógenos infecciosos em diferentes períodos do ciclo menstrual.

Embora os resultados sugiram que possa haver algumas diferenças entre os grupos, os autores dizem que mais pesquisas são necessárias antes de tirar quaisquer conclusões.

3. Alivia o estresse

O sexo pode servir como uma forma natural de aliviar o estresse. Um estudo de 2019 analisou o efeito da intimidade com um parceiro nos níveis de cortisol, hormônio esteroide que circula pelo corpo em resposta ao estresse.

Os pesquisadores descobriram que as expressões de intimidade, sejam elas sexuais ou não, ajudaram a trazer os níveis de cortisol em homens e mulheres de volta aos limites normais. O sexo desencadeia a liberação de oxitocina, endorfinas e outros hormônios do "bem-estar", que podem ser responsáveis por esse efeito de redução do estresse.

4. Aumenta a autoestima

Atividade sexual frequente, seja com um parceiro ou sozinho, pode fazer você parecer mais jovem. Segundo Bouer, sso se deve parcialmente à liberação de estrogênio durante o sexo. Um estudo encontrou uma correlação entre atividade sexual frequente e aparência significativamente mais jovem (entre sete a 12 anos a menos). A maioria desses indivíduos também se sentia confortável em expressar a sexualidade e a identidade sexual.

*Com informações de coluna do Paulo Cacchur publicada em 19/12/2021, e matérias do 'Blog do Doutor Jairo' publicadas em 11/11/2021, 03/12/2022 e 08/08/2022.